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Iniciativas em comunidades da Flona de Carajás preservam o meio ambiente e aumentam a renda

Abelhas e jaborandi movem a economia limpa

Valérias Nascimento

“Abelha fazendo o mel / Vale o tempo que não voou”. A letra da música “Amor de Índio”, de 1978, do compositor mineiro Beto Guedes, bem poderia ser o hino do projeto “Biofábrica de Abelhas Nativas”, desenvolvido na Floresta Nacional de Carajás, entre os municípios de Parauapebas e Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará. A iniciativa sustentável é um dos destaques desta edição do projeto Liberal Mobiliza, realizado pelo Grupo Liberal, com apoio da Vale e da Guamá Tratamento de Resíduos.

A iniciativa do Instituto Tecnológico Vale, instituição privada brasileira sem fins lucrativos de ensino e pesquisa, associada à Vale S.A., estuda as espécies que mais produzem o mel e o própolis. Uma ajuda prática à obtenção de renda para muitas famílias da região da Floresta Nacional de Carajás.

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Em outro exemplo de atividade econômica sustentável no meio da Flona de Carajás, o instituto integra uma rede de instituições, como a Cooperativa dos Extrativistas da Flona de Carajás (Coex Carajás), cujos cooperados também preservam a floresta em pé, conseguindo renda a partir do aproveitamento das folhas e da coleta das sementes do jaborandi.

Com doutorado em Entomologia (ciência que estuda as características físicas, comportamentais e reprodutivas dos insetos), pela Universidade de São Paulo, Juliana Galaschi Teixeira trabalha no Instituto Tecnológico Vale e explica que o projeto “Biofábrica de Abelhas Nativas” é um eixo de outro maior, chamado Biodiversidade e Geração de Renda para Comunidades, cujo objetivo é tirar proveito da natureza sem destruí-la.

“Esse aproveitamento (das abelhas sem ferrão) provém do resgate de fauna, visando à produção de colônias selecionadas para geração de renda nas comunidades locais e preservação da biodiversidade. A partir das colônias de abelhas sem ferrão resgatadas, se faz a multiplicação dessas colônias, que serão doadas posteriormente às comunidades para produção de mel e também à polinização de cultivos”, explica Juliana Teixeira.

Vantagens

Sobre as vantagens socioambientais da criação de abelhas sem ferrão, conhecido como meliponicultura, a pesquisadora Juliana Teixeira afirma que destacam-se tanto a complementação da renda familiar, por meio da venda de mel e colmeias, quanto a melhoria da nutrição familiar em geral. Além disso, diz a especialista, o serviço permite a inclusão produtiva de mulheres, jovens e idosos, o que empodera economicamente esses segmentos, contribuindo para que eles ajudem na geração de recursos financeiros para as propriedades rurais deles.

“Ela (criação das abelhas sem ferrão) também atua na melhoria da percepção do ser humano com o meio ambiente, através de educação ambiental. Essa melhoria na relação com o meio ambiente contribui para mudanças comportamentais, como a redução do desmatamento e de queimadas nas propriedades rurais que criam abelhas. Isso colabora com o aumento do serviço de polinização e o consequente aumento na produção de frutos e sementes, fortalecendo processos importantes da cadeia trófica natural’’, destaca a pesquisadora.

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