Potencial de geração de emprego e renda por meio da reciclagem do vidro

Ted Vale

Considerado o resíduo amigo da natureza, o vidro pode ser 100% reciclado e infinitamente. Em comparação ao plástico, cuja permeabilidade a odores e a umidade torna-o perigoso para o armazenamento de alimentos por um longo período de tempo. 

O vidro tem vantagem de ser um material impermeável, já que odores e umidades não atravessam o material, o tornando ideal para a armazenamento de produtos perecíveis, como alimentos e bebidas. O vidro não deixa nenhum tipo de sabor indesejado no conteúdo, já que a nível químico seus componentes levam muito tempo para interagir com o conteúdo, além de ser excelente para conservação da temperatura de produtos como picles, palmito, óleo de coco, azeitonas e bebidas alcoólicas. 

Com todas essas vantagens temos um resíduo sólido promissor para começar a ser reciclado em nossa capital. A falta de reciclagem tem se tornado um problema, pois as iniciativas que reaproveitam o vidro não dão conta do descarte diário. Isso gera problemas para a vida útil do aterro sanitário. 

image Ted Vale, empreendedor social e fundador do Instituto Alachaster Negócios Sociais (Tereza Jardim Fotografias)

De acordo com um levantamento feito em 2018 pela ABIVIDRO (Associação Brasileira das Indústrias de Vidro), o Brasil movimenta por ano com a reciclagem do material cerca de 120 milhões de reais. A nossa capital não participa dessa cadeia econômica, já que inexiste coleta seletiva desse material na região. 

A empresa americana Owens-Illinois (O-I) é uma das maiores fabricantes de embalagens no mundo e possui em São Paulo uma unidade onde os cacos são separados por cores transparente, verde e âmbar. Geralmente utiliza componentes numa proporção de 40% de caco de vidro em uma embalagem e 60% de composto virgem. 

Owens-Illinois produz e testa em média três milhões e meio de embalagens por dia. É importante entender esse número para termos uma ideia da quantidade de embalagens que vai voltar ao mercado. A implantação de uma coleta desse material pode triplicar os ganhos de uma cooperativa, por exemplo, apesar de o preço médio ser de R$0,25 o quilo do caco, se ganha no volume. 

Além desse incremento na renda de cooperados, novos postos de trabalho são criados porque exige uma mão-de-obra qualificada e voltada para esse serviço. Dobra-se o espaço, a infraestrutura, os postos de trabalho. Exige-se também adequação às normas internacionais da logística que entrega o caco no seu destino final. Enfim, precisa-se qualificar a mão-de-obra já existente e contratar mais outros profissionais também qualificados. 

Mas para isso ocorrer, somente um programa de coleta seletiva do vidro incentivada pelo poder público e iniciativa privada porque a cadeia produtiva da reciclagem do tem outros parâmetros, rotina um pouco diferente do que estamos acostumados dentro das empresas de reciclagem e cooperativas, a novidade traz oportunidades de ganhos para todos, mas também pede investimentos em infraestrutura. O processo precisa ser pensado desde já como um ecossistema produtivo. 

Ted Vale é empreendedor social e fundador do Instituto Alachaster Negócios Sociais

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