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Mudanças Climáticas e a redução de emissão de carbono sob perspectiva empresarial

Isabella Vaz Leal da Costa / Especial para O Liberal
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Ações antrópicas como a queima de combustíveis fósseis (e.g. carvão, petróleo e gás natural), utilização de aerossóis, combustão de biomassa, além de outras atividades básicas e intensas como o cultivo de arroz e criação de gado, liberam para atmosfera um conjunto de gases chamados “Gases do Efeito Estufa” (GEE). Os principais gases responsáveis pelo efeito estufa são: óxido nitroso (N2O), metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2) por serem os mais abundantes. Existem outros como: vapor d’água (H2O), clorofluorcarbonos (CFCs), hidroclorofluorcarbonos (HFCs), perfluocarbonos(PFCs) e hexafluoreto de enxofre (SF6) (Costa, 2009). 

Embora a maior parte dos gases do efeito estufa seja também produzida pela natureza, o acréscimo derivado da atividade industrial conduz (ou conduziu) ao desequilíbrio da natural sustentabilidade. O conjunto é sustentável quando a velocidade na produção dos gases é menor do que a velocidade que a natureza age para reabsorvê-los. O dióxido de carbono (CO2), em especial, tem efeitos danosos para o meio ambiente, principalmente devido à velocidade crescente com que vem sendo produzido para atender às necessidades do modelo consumista da vida atual. A emissão de GEEs, principalmente o dióxido de carbono, provoca o aquecimento global e as consequências das mudanças climáticas (e.g. aumento de temperatura, aumento do nível do mar, alterações nos padrões de precipitação) e seus impactos (IPCC, 2005; Costa, 2009).

O objetivo principal das medidas para mitigar as mudanças climáticas é evitar que o planeta atinja um desequilíbrio climático irreversível. Estas medidas devem controlar, principalmente, a emissão de dióxido de carbono para a atmosfera. Medidas como, por exemplo, o uso mais eficiente da energia, redução da queima de combustíveis fósseis e a implementação de soluções energéticas que façam uso de fontes de energia renováveis. A implementação de novas fontes de energia e implementação de novas tecnologias, em alguns casos, ainda são muito onerosas e a economia mundial ainda é alimentada pelos combustíveis fósseis.  

Ademais, existem as medidas de adaptação que possuem a missão de minimizar os impactos já causados pelas consequências das alterações climáticas e tornar as regiões e as instalações produtivas resilientes aos mesmos.

Estudos relacionados às mudanças climáticas indicam aumento da temperatura média da Terra desde à época da Revolução Industrial.  Esses estudos são feitos a partir de modelagens numéricas, indicam probabilidades de ocorrência das trajetórias de aumento de temperatura e contam com muitas incertezas, porém os efeitos das alterações já são vivenciados por parte da população mundial.

As mudanças climáticas, portanto, representam uma realidade e um desafio que afeta não apenas a sociedade e o planeta, mas as atividades produtivas da Vale.  Mitigar e adaptar-se aos impactos das mudanças do clima são prioridades na agenda estratégica da Vale.

Para lidar com o tema, a Vale tem atuado de forma contínua e respaldada por referências científicas e práticas, sempre aderentes às políticas e normas internas.

A estratégia da Vale, por um lado, prevê redução de emissões de CO2e em sua cadeia produtiva e para isso assumiu compromissos públicos importantes como, a Meta de reduzir 33% as emissões de escopos 1 e 2, até 2030; a Meta de se tornar carbono neutra¹ até 2050 (escopos 1 e 2) e a Meta de reduzir 15% das emissões líquidas de escopo 3 até 2035.  É importante acrescentar que as metas estão alinhadas ao Acordo de Paris, que propõe que o aumento da temperatura média do planeta seja  abaixo de 2°C, até o final do século.   Além das metas citadas, também existem outras questões relacionadas à estratégia de Carbono da Vale como a Meta Florestal da Vale e o consumo de energia elétrica ser 100% a partir de fontes renováveis em 2025, no Brasil e, em 2030, globalmente.   

Por outro lado, a estratégia da Vale nesse tema analisa questões relacionadas aos riscos causados pelas consequências das mudanças climáticas, visando mitigar/adaptar os impactos que já se materializaram ou que podem se materializar.  A Vale segue as recomendações da Task Force on Climate Related Financial Disclosures para organizar e gerir os principais impactos das mudanças climáticas, reconhecendo principalmente os riscos de transição e os riscos físicos. 

A atividade de mineração possui característica de rigidez locacional e é altamente dependente de ativos de infraestrutura como ferrovias e portos. Estes ativos fixos são especialmente vulneráveis a eventos climáticos extremos, uma vez que possuem longo prazo de vida útil e pouca, ou nenhuma flexibilidade de mudança locacional.  

Os riscos/oportunidades são identificados com base no planejamento estratégico dos negócios, processos existentes de gerenciamento de riscos e monitoramento do ambiente regulatório. Ainda, o Fórum de Baixo Carbono, que reúne mensalmente executivos e equipes multidisciplinares da Vale, permite o acompanhamento da implementação de iniciativas mitigatórias. 

A estratégia da Vale relacionada às Mudanças Climáticas está ligada diretamente a um compromisso da empresa com a sociedade, rumo a uma economia mais sustentável.

Isabella Vaz Leal da Costa - Doutora em Planejamento Energético pelo PPE/ COPPE - UFRJ, Mestre em Planejamento Ambiental pelo PPE/COPPE-UFRJ e Pós-doutorados (4) em Mudanças Climáticas e Energia pela Universidade do Porto, Portugal e COPPE-UFRJ. Integrante da equipe de Mudanças Climáticas da Vale (Analista de Sustentabilidade Master).

  1. Ser neutra em carbono significa ter a emissão líquida (balanço líquido de emissões de CO2) igual a zero.  Para isso a Vale irá reduzir as emissões de CO2e possíveis e as remanescentes serão compensadas através de offsets (e.g. florestais e compra de créditos de carbono).

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