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Belém: o futuro de nossas áreas verdes

Sandro Mesquita

Arborização urbana é um termo usado para definir a distribuição de árvores dentro do espaço urbano. Entram nesse grupo as árvores plantadas nas ruas, praças, parques e jardins privados. Um plano de arborização urbana é fundamental para o bem-estar dos moradores de qualquer cidade, pois contribui para reduzir a poluição e o excesso de ruídos, presente principalmente nas grandes capitais. As árvores também elevam a permeabilidade do solo e ajudam a controlar a temperatura e a umidade do ar. Além disso, a arborização urbana traz um visual mais agradável para as cidades, fornecendo sombra para quem circula pelas ruas e abrigo para pequenos animais. 

A arborização traz consigo uma série de benefícios para a Urbe, tais como: qualificação do ambiente; realce de suas características arquitetônicas; produz sombra, filtro de partículas, sincronia entre elementos naturais e artificiais; beleza; significado; qualidade de Vida; fornece uma relação harmoniosa entre o homem e o seu bem estar físico e mental; produz um contraste com as construções e estruturas próprias do meio Urbano; melhora o clima e a qualidade do ar; proporciona redução no consumo de energia; aumenta o valor das propriedades; promove a melhoria da estética urbana.

Belém do Pará encontra-se atualmente entre os piores índices entre capitais do país na lista de conservação e preservação de suas áreas verdes. Este fator precisa ser analisado dentro de um contexto histórico-econômico, político e administrativo, para que possamos entender quais as diretrizes que devem ser tomadas de forma urgente, para o resgate deste patrimônio ecológico e social.

Vale ressaltar que Belém, em sua história, foi atrelada ao ciclo de desenvolvimento econômico social e cultural ao período chamado de ciclo gomífero ou “Ciclo da Borracha”.

Este ciclo transformou a cidade antes suja, feia e pobre, em uma cidade bela e organizada, que buscava imitar as cidades europeias. Esta cidade que surge sob a gestão do intendente Antônio Lemos, no final do século XIX e início do século XX, que busca a transformação do espaço público, a modernização, o embelezamento da cidade, uma nova estrutura urbana, quer agora propagar uma moderna estrutura de saneamento, e a busca de um novo modelo dos costumes e hábitos sociais.

A Belém de Antônio Lemos, que se estendia do Forte do Castelo até o Bairro do Marco da Légua (hoje bairro do Marco), foi a zona de consolidação do planejamento para receber o desenvolvimento de infra estrutura urbana e arbórea da época áurea da borracha. Entretanto, a urbe se desenvolveu para outras áreas, que com muito pouca ou nenhuma organização, se alastraram para as áreas de terra firme e até mesmo para região insular do município, trazendo assim, um novo modelo de ocupação e uso do solo, e de muito avanço sobre as remanescentes áreas verdes. 

Este crescimento desordenado e suas graves consequências para a manutenção das áreas verdes existentes aliados a falta de planejamento do uso do solo urbano, traz agora uma necessidade premente de mudança, não somente para o governo municipal, mas para o cidadão de Belém que precisa mudar de atitude e de posicionamento sobre a questão ambiental de seu município.

Sandro Mesquita, Engenheiro Florestal, Professor da Universidade do Estado do Pará (Uepa) /CCNT

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