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Maternidade faz apelo por doações de leite materno, em Marabá

Hospital Materno Infantil chegava a receber 30 litros de leite por mês, número que caiu pela metade com a pandemia de covid-19

Tay Marquioro
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Mãe de duas meninas, a dona de casa Narayannne Macedo entendeu logo na primeira gestação, há cerca de oito anos, a importância que o leite materno que ela produzia poderia fazer na vida de mais famílias. “Eu fui doadora de leite logo que ganhei a minha primeira filha. Eu tive muito leite, era o suficiente para alimentar a minha e ainda doar para o banco de leite. Doei durante quatro meses”, conta a dona de casa. Agora, com a pequena Ísis Valentina nos braços, Narayanne voltou a doar logo nos primeiros dias de nascida da criança. “Eu sou doadora já tem 43 dias. Eu resolvi doar porque eu tinha muito leite e, para que esse leite não fosse desperdiçado, eu resolvi fazer esse gesto de amor. Doar é uma forma de ajudar outras crianças que também podem precisar”, avalia.

A disposição de mães como a Narayanne está fazendo falta ao banco de leite do Hospital Materno Infantil (HMI) de Marabá, no sudeste do Estado. A única maternidade pública do município luta para que o volume de doações volte a crescer. “O nosso apelo é porque, desde o início da pandemia de covid-19, houve uma redução nas doações de leite para o hospital. E, com isso, nós temos conseguido atender somente aos bebês internados na UTI. Se tivéssemos um estoque maior, nós conseguiríamos atender também aos demais bebês do hospital”, analisa a coordenadora do Banco de Leite Humano do HMI, Lígia Vianna.

Segundo levantamento do setor, antes da pandemia, as doações recebidas pelo Banco de Leite chegavam a uma média de 30 litros por mês. Atualmente, esse volume de doações chega, no máximo, a 15 litros de leite doados mensalmente. “A partir do momento em que essa mãe percebe que o seu bebê mama o suficiente, que tem o leite como alimentação exclusiva, que o corpo dela produz leite suficiente para molhar as roupas, por exemplo, ela pode ser uma provável doadora de leite materno. Ela pode se cadastrar aqui na maternidade, passa por uma coleta de sangue que será examinado e, somente após isso, nós podemos utilizar o leite doado por ela”, explica Lígia.

Segundo o que orientam a Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde no Brasil, até os seis primeiros de nascido, o leite materno deve ser a única fonte de alimentação do bebê. Somente a partir dessa faixa etária é que se pode introduzir alimentos considerados complementares, mas o leite materno pode continuar compondo a dieta da criança até cerca de dois anos de idade. “O leite é considerado um alimento completo, que tem todos os nutrientes necessários para o bebê até os seis meses. Inclusive, água”, explica a coordenadora do Banco de Leite. “E, para a mãe, a amamentação vai funcionar também como estimulante na contração uterina, na produção de hormônios, na prevenção de câncer, uma série de processos aos quais a mãe está exposta”.

Com o estoque do Banco de Leite Humano limitado, os pacientes da unidade de cuidados intensivos da maternidade são os principais beneficiados pelo leite doado. Para o local, são levados bebês prematuros ou que mesmo tendo nascido no tempo certo ainda precisam de cuidados e maior ganho de peso. “O bebê prematuro, muitas vezes nasce com algum grau de desconforto respiratório, abaixo do peso, então ele não consegue alimentar espontaneamente, não consegue sugar. Então, a gente tem que entrar com alimentação feita por sonda. O nosso índice de nascidos prematuros é alto, já que a maternidade atende a um grande número de pacientes, então a gente precisa dessas doações para poder manter essas crianças alimentadas”, explica a pediatra Alba Rocha. “Também acontece de, nos primeiros dias após o parto, a mãe não ter leite suficiente. Por isso, o leite de uma mãe doadora é muito importante para eles”, conclui.

A médica também defende que o leite não se limita apenas à alimentação, mas é parte fundamental para o tratamento dos bebês e contribui até para a alta hospitalar. “Quanto mais precoce for o aleitamento, melhor. Diminui os riscos de infecção, problemas no trato intestinal e complicações decorrentes da prematuridade. Além do que, ele tem um ganho de peso mais favorável, mais rápido, e o leite é um alimento indiscutivelmente mais natural, é o alimento ideal para o bebê”.

O tempo médio de permanência de um bebê na UTI neonatal do HMI varia de acordo com o quadro clínico de cada paciente. No entanto, há recém-nascidos que ficam de 20 a 50 dias sob os cuidados da equipe, sendo monitorados 24 horas. “Cada alta é uma vitória para nós, porque a luta é diária”, diz a pediatra.

SERVIÇO

Para se cadastrar no Banco de Leite Humano do Hospital Materno Infantil de Marabá, basta entrar em contato com a maternidade pelo número de telefone (94) 3322-5751 Ramal 218. A candidata a doadora será fornece as informações necessárias, passa por uma triagem onde são feitos exames para avaliar a saúde da mãe.

Também é possível doar os frascos que coletam o leite doado. O HMI pede que sejam doados potes de vidro, com tampa de plástico, do tipo que armazena café solúvel. Qualquer pessoa pode doar.

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