Marabá: de ovo-pudim a chocolate funcional, empreendedores apostam no diferente

Com o chocolate industrializado mais caro, doces artesanais vêm ganhando espaço com opções até para quem tem restrições alimentares

Tay Marquioro
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Quem pensa em comprar ovos de chocolate para presentear alguém especial nesta páscoa está tendo um pouco de trabalho para pesquisar os preços praticados em Marabá, no sudeste do Estado. Para o servidor público Cleicione Chaves, que tem dois filhos e um sobrinho, é preciso tomar cuidado para que o agrado para as filhas não pesar demais no bolso. “Está muito caro. Eu acho que eu vou deixar para levar depois, só uma caixa de bombom. Eles vão gostar e fazer a festa, porque o ovo mesmo está muito caro”, afirma. Já a dona de casa Maria Aparecida Gomes aproveitou a ida ao supermercado para dar uma olhadinha nos preços dos ovos. “Preço assim um pouquinho mais salgado, né? No ano passado, estava mais em conta, mas a gente ainda faz um esforcinho para agradar aos netos”.

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), ovos de chocolate estão em média 20% mais caros no Pará. Um dos fatores para essa alta nos preços se deve aos custos da matéria prima, já que a safra do cacau é uma das que tem sofrido forte influência de variações climáticas. Os produtos industrializados mais caros estão tornando as opções artesanais cada vez mais competitivas. Por isso, empreendedores em Marabá vêm inovando e mostram que nem só de chocolate se faz um ovo de páscoa. Em vários estabelecimentos, desde o início do mês de março, já é possível encomendar ovos e presentes personalizados, de acordo com o gosto e até restrições alimentares de cada cliente.

Neta Beliche é uma dessas confeiteiras que aproveita esse período para alavancar as vendas. “Esse ano, a gente já começou a vender e creio que vamos superar as vendas do ano passado. Só ovos de colher, a gente vendeu no ano passado algo em torno de 250 a 300 ovos de colher, por exemplo”, conta. A grande procura na páscoa de 2023 levou Neta a se planejar para o período em 2024. Desde janeiro, ela tem pesquisado e encomendado os insumos para garantir que uma produção atenda a clientela. Nesse mercado, estar atento às preferências também é fundamental, o que levou a empreendedora a apostar nos ovos de colher com pudim de leite e até com recheio de pistache. “Ano passado, lançamos o nosso ovo de pudim e foi sucesso. Uma aceitação muito boa mesmo! Esse ano, voltamos com ele e trouxemos também o pistache. Essa novidade está na boca do povo e é a sensação entre os nossos clientes”, comemora.

image Neta Beliche vê no pistache uma tendência de consumo em 2024 (Tay Marquioro/O Liberal)

O pistache parece mesmo ser uma tendência entre os consumidores de Marabá e já é também elemento presente entre as opções de doces mais saudáveis. A Lorena Ferraz, que mantém um espaço de alimentação saudável em uma academia da cidade, também aderiu a esse e outros produtos, mas adaptou as receitas ao público do seu restaurante. “Nosso objetivo é oferecer um cardápio mais inclusivo, não é? Para as pessoas que são intolerantes ao leite, à lactose, ao glúten, ao açúcar e também para quem tem hábitos alimentares mais saudáveis. Além disso, pensamos também em fazer um chocolate mais enriquecido, com sementes, castanhas, tâmaras, por exemplo. E esse ano, a gente está com uma tendência muito forte aí no pistache”, conta a empresária.

Em 2024, a concorrência com os ovos industrializados parece não assustar quem trabalha com a produção artesanal de ovos, cujos preços variam entre R$75 a R$180, entre tradicionais e funcionais. E Lorena já projeta o desempenho do seu estabelecimento com a elevação da procura registrada no ano passado. “Em 2023, nós vendemos mais de 200 ovos de chocolate, mas estamos prevendo que essa procura triplique nesta páscoa. Até as embalagens já acabaram”, analisa Lorena.

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