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Hospital Materno Infantil de Marabá nega perfuração de intestino de grávida durante parto

A jovem morreu no último domingo (28); família acusa equipe da maternidade de perfurar o intestino dela durante procedimento cirúrgico

Tay Marquioro
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Em uma entrevista coletiva realizada na manhã desta quinta-feira (01), a Secretaria Municipal de Saúde negou que a jovem Tereza Bianca Nunes de Castro, de 23 anos, tivesse sido vítima de erro médico no Hospital Materno Infantil (HMI). A informação foi passada pela titular da pasta, Mônica Borchart, pelo diretor clínico do hospital, Valdir Rosado Junior, e pela médica Rita de Cássia Vieira, obstetra responsável pelo parto da paciente.

A conversa com os veículos ocorreu na sede da Secretaria, onde médicos fizeram uma linha do tempo do atendimento prestado à Tereza desde o momento em que ela deu entrada na unidade, no dia 24 de outubro do ano passado. Na ocasião, o diretor do HMI frisou que a paciente teve alta 48 horas após o parto e voltou para a unidade no dia 30 de outubro, já com quadro de infecção no local da cirurgia. No entanto, a moça teria deixado o hospital apenas três dias depois, antes mesmo da conclusão do ciclo mendicamentoso indicado, e só retornou para a casa de saúde no dia 4 de novembro, quando o caso já era cirúrgico.

“Ela chegou dia 4 e, no dia 5, ela foi para o Hospital Municipal de Marabá (HMM). Dia 6, ela já passou pela primeira cirurgia. Dia 6 de novembro foi identificada uma grande quantidade de pus nesta cirurgia, aderências abdominais, sendo suspeitado de doença inflamatória pélvica. A doença inflamatória pélvica, para que fique bem claro, é uma doença que acontece via algumas bactérias, alguns problemas via vaginal, e sobe para o abdômen. A aconteceu antes da cesariana”, esclarece Valdir Junior. “É muito importante destacar que, nessa cirurgia realizada no dia 6, no HMM, não foi identificada nenhuma lesão ou perfuração de alças intestinais”, frisa.

image Obstetra nega que tenha errado no procedimento (Tay Marquioro/O Liberal)

Ao analisar as informações que registram os procedimentos aos quais Tereza foi submetida no HMI, a médica Rita de Cássia Vieira, que realizou o parto da jovem, ressalta que não existe nada que aponte para uma possível perfuração do intestino da paciente. “Podemos pegar os prontuários que não existem nenhuma menção de lesão de alças intestinais ou perfuração a órgão algum. No que diz respeito a anatomia (humana), seria impossível que eu conseguisse fazer uma perfuração de intestino delgado, próximo ao estômago, se a incisão da cesárea é uma incisão lá embaixo, na região pélvica da paciente”, declarou a obstetra.

Sobre a fratura no braço do bebê, a médica admite que ocorreu durante o parto, mas asseverou que a posição transversa em que a criança estava no útero foi fator complicador. “Quando o bebê não está de cabeça pra baixo, como normalmente são as manobras, a gente procura o pé do bebê, para poder retirar esse bebê através da cesárea”, explicou Rita de Cássia. “No caso dela, que existiu um prolapso que o braço estava na vagina, essa extração ficou mais difícil. Na hora que eu estava fazendo essa retirada desse feto, escutamos um estalo, e suspeitamos de fratura de úmero que eu comuniquei à paciente, só que ela não tinha condições de saber o que estava acontecendo ali”, disse a médica. “Meu contato com a paciente se encerrou aí na cesárea não tive mais contato médico paciente com a Tereza”.

Entenda o caso

Tereza Nunes de Castro faleceu no último dia 28 de janeiro, mas o drama da jovem começou em outubro do ano passado, quando ela deu entrada no Hospital Materno Infantil de Marabá, gerido pela Secretaria Municipal de Saúde, para dar a luz ao segundo filho. A família da jovem acusa o hospital de ter perfurado o intestino da paciente durante o parto cesáreo. Por conta do agravamento do caso, Tereza chegou a ser reinternada no HMI. Dias depois, já com uma infecção generalizada no abdômen, ela foi transferida para o Hospital Municipal de Marabá. Após mais uma piora do quadro, desde 19 de dezembro, ela estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional do Sudeste do Pará, onde, segundo a família, estava intubada e vinha sendo mantida em coma induzido, mas veio a óbito.

A reportagem entrou em contato com o advogado que representa a família de Tereza, que afirmou que só vai falar sobre o caso quando tiver o laudo da necropsia realizada pela Polícia Científica. O documento deve ser emitido em um prazo de até 30 dias.

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Marabá
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