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Natal mobiliza redes de solidariedade

São vários os exemplos de pessoas que ajudam ao próximo, gesto que transforma vidas e beneficia tanto quem doa quanto quem recebe

Dayane Baía
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Amor, humanidade, união, generosidade. Palavras que remetem ao Natal e que celebram a data como um gesto de amor próximo. Essa é a época do ano que aflora ainda mais o espírito de solidariedade nas pessoas: grupos de amigos se unem para doar brinquedos, famílias compram cestas básicas para pessoas necessitadas, entre outras ações.

Entretanto, esse sentimento pode também ultrapassar a data comemorativa. É o caso do Grupo Semear que atua ininterruptamente ao longo de 25 anos, sob a coordenação de Gilka Ferro e Silva e com o auxílio de 19 mulheres em prol de pessoas em situação de vulnerabilidade.

O grupo é mantido pela mensalidade das participantes e ajuda de colaboradores eventuais. Com o recurso, elas conseguem adquirir medicamentos, cestas básicas, material de higiene, entre outros itens para comunidades de bairros como Aurá e Sacramenta, na região metropolitana de Belém.

A trajetória solidária tem no Dia de Natal o seu marco principal, quando Gilka visitou crianças em tratamento oncológico no Hospital Ophir Loyola. “Fui levar brinquedos na Casa do Menino Jesus e vi crianças tão magrinhas, doentinhas e carentes de tudo. Ali foi um divisor de águas na minha vida e hoje eu vejo que se passaram duas décadas e meia e nós já conseguimos salvar algumas com medicamentos e com seus tratamentos. Mas tivemos também perdas. Porém, temos a tranquilidade de que, com relação a medicamentos, elas terão enquanto a gente conseguir”, comenta a coordenadora.

image Grupo Semear desenvolve ações de solidariedade há 25 anos para crianças da Casa do Menino Jesus (Divulgação)

Além de medicação, as crianças recebem outros suportes para tornar a permanência no espaço mais confortável, como o uso de rampas para cadeiras de rodas ou toldos para proteção da chuva, sem contar com melhorias no local como aquisição de camas e adaptações no refeitório.

FAZER A DIFERENÇA

O tratamento de câncer infantil também faz parte da história do casal Elden Gomes e Cristina Menezes, fundadores da organização não-governamental Grupo Doe, que depende da solidariedade das pessoas para dar apoio a pacientes e acompanhantes em tratamento no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo.

image Casal Cristina Menezes e Elden Gomes é fundador da organização não-governamental Grupo Doe (Divulgação)

Os dois são pais de Eike Menezes, que faleceu aos quatro anos em tratamento contra leucemia. A jornada da família foi a base para a fundação da ONG, com o intuito de oferecer refeições diárias, quarto para descanso e condições para banho e higiene às pessoas que vêm do interior. “É uma relação muito grande do amor de Deus, de curar nossas feridas, fazendo com que a gente também hoje possa ajudar essas pessoas, amenizar a dor delas também”, diz Cristina.

O espaço funciona em horário comercial e é mantido por doações e trabalho de 50 voluntários. “Temos o sentimento de gratidão pelas pessoas confiarem no nosso projeto e a certeza de que tudo o que passamos teve um grande propósito do nosso filho. Ele veio para deixar um legado para que hoje essas pessoas possam ser alcançadas. Não só as que recebem, mas as que doam também, que a própria palavra de Deus diz que o maior prazer é dar do que receber”, afirma Cristina que reforça que as necessidades foram supridas em todos esses anos de ação.

No período natalino, Cristina sente que as pessoas ficam mais sensíveis a ajudar ao próximo. É uma época especial e a ONG organiza a comemoração de fim de ano com ceia e presentes às crianças. Um momento para celebrar a vida e garantir um pouco de aconchego aos familiares.

image Grupo Doe mobiliza doações para crianças em tratamento oncológico em Belém (Divulgação)

“Nós amamos aquelas crianças como se fossem nossos próprios filhos. Infelizmente, o câncer é uma doença muito difícil. Existem muitos casos de crianças que passam o Natal e no outro ano não estão mais entre a gente. Então temos relatos de mães que falam que os momentos mais felizes que tiveram foram nos eventos. Às vezes o que fica é a lembrança”, pondera.

Além de fazer o bem para as famílias, o espírito de solidariedade gera benefícios também para quem ajuda, como afirmam tanto Gilka quanto Cristina. Observar sob o ponto de vista do outro, as condições diferentes permitem a valorização da sua própria condição e o reconhecimento de seus privilégios, incentivando a fazer a diferença para as pessoas viverem melhor.

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