Falta de vacina pentavalente deixa mães angustiadas em Tomé-Açu

Está faltando vacina pentavalente (que previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e meningite e infecções por Haemophilus influenzae B - Hib), há pelo menos dois meses, nos postos de saúde do município de Tomé-Açu, no nordeste do Pará. Quem denuncia é agrônoma Elcilane Tenório, de 37 anos, que está preocupada porque ainda não conseguiu imunizar o filho de quase quatro meses. 

"Está com dois meses de atraso que ele deveria ter sido vacinado com a primeira dose da penta. Já fui procurar umas oito vezes em vários postos da cidade e não tem. Sempre falam que vai chegar na próxima semana, mas isso já tem dois meses", denunciou Elcione. "Infelizmente, essa vacina não tem em hospital particular, então ficamos dependentes do posto".

Conforme sistematizado no calendário nacional de vacinação do Ministério da Saúde, a pentavalente deve ser aplicada em três doses, com intervalo de 60 dias, a partir de dois meses de idade. Dessa forma, já estaria quase no tempo indicado para o filho de Elcione receber a segunda dose.

Ela conta que a situação se agrava porque o filho está quase desmamando. "Já estou agoniada, desesperada, porque meu bebê está parando de mamar. Até os seis meses, o leite materno imuniza o bebê, mas, no meu caso, por motivos de complicações, ele já não está mais quase tomando leite do peito porque está secando. E vai ficar sem imunidade", relatou a agrônoma. 

Ainda de acordo com Elcilane, várias outras mães também relatam essa angústia, porque sempre voltam do posto sem que a imunização tenha sido feito. Ela também afirma que já ouviu de um servidor do posto que o problema se estende em outros municípios. "Recebi a informação lá no posto que está faltando essa vacina em todo o Estado. É muito grave. São vidas que estão jogo", lamentou.

Nota da Prefeitura de Tomé-Açu

Segundo nota da Prefeitura Municipal de Tomé-Açu, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, "a vacina pentavalente é distribuída pelo Ministério da Saúde, que repassa aos Estados que, por sua vez, repassam aos municípios. No caso específico de Tomé-Açu, a Secretaria de Saúde, para atender a demanda do município, tem pedido 1.500 doses".

"Essa solicitação, no entanto, não tem sido atendida nos últimos meses. Para se ter uma ideia, em junho passado, a Regional de Saúde de Santa Izabel, repassou somente 200 doses, insuficientes para atender a demanda", detalhou a nota.

A Redação Integrada de O Liberal entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Estado do Pará (Sespa) para apurar como está o repasse da vacina pentavalente para os municípios, mas ainda não houve resposta.