Tarifa zero, subsídios e inovação: como outras cidades estão salvando o transporte coletivo
Em todo o país, 170 municípios já implantaram algum formato de tarifa zero
Em diferentes regiões do Brasil, cidades têm apostado em modelos de tarifa zero e em novas formas de financiamento para garantir a continuidade e o fortalecimento do transporte coletivo. A pergunta que surge é: o que Belém pode aprender com essas experiências?
Cada vez mais, o transporte coletivo deixa de ser apenas um serviço pago pelo passageiro e passa a ser reconhecido como uma política pública essencial, financiada de maneira compartilhada entre governo, empresas e sociedade. A crise do setor, marcada pela perda de passageiros e pelo aumento dos custos operacionais, tem levado muitos municípios a repensar o modelo de sustentação do sistema.
De acordo com o Anuário NTU 2024-2025, 170 municípios brasileiros já implantaram algum formato de tarifa zero, seja em todos os dias da semana, seja em horários específicos ou para determinados públicos.
Em Maricá (RJ), por exemplo, os ônibus gratuitos são mantidos com recursos municipais, e a medida já apresenta resultados expressivos: redução no uso de carros, mais acesso da população a serviços e lazer, e fortalecimento da economia local.
Já em Recife (PE), o sistema funciona com um modelo de subsídio cruzado, que permite equilibrar as finanças do transporte coletivo sem repassar integralmente os custos ao usuário.
A NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos) reforça que o financiamento do transporte deve ser compartilhado, pois os benefícios são coletivos: menos congestionamentos, menos acidentes, menor emissão de poluentes e mais qualidade de vida urbana. “O passageiro não pode ser o único a sustentar um serviço que beneficia toda a cidade”, destaca a entidade.
Em Belém, a experiência recente com a gratuidade aos domingos e feriados, custeada pelo poder público, tem apresentado resultados positivos. A medida gerou um aumento de 55% na demanda nesses dias, comprovando que políticas de incentivo ampliam o acesso e fortalecem o transporte coletivo.
Para os especialistas, o caminho para o futuro está claro: investir em subsídios sustentáveis, integração metropolitana e tecnologia. Com o apoio do poder público e a eficiência das empresas operadoras, Belém pode transformar seu sistema de ônibus em uma referência de mobilidade acessível e moderna na Amazônia.
Fontes: NTU — Anuário 2024-2025; Diário do Transporte (ago/2024); Recife CTTU; Maricá Transporte Municipal.
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