Ônibus é saúde e qualidade de vida: o impacto do transporte coletivo no bem-estar urbano

Reduzir o uso de carros, melhorar o ar e oferecer conforto aos passageiros: o transporte coletivo é mais do que mobilidade — é uma política de saúde pública.

Quando um ônibus moderno substitui dezenas de carros nas ruas, o ganho é de toda a cidade. A poluição cai, o trânsito flui e as pessoas respiram melhor. Em Belém, onde o clima quente e úmido intensifica os efeitos da poluição e do congestionamento, o fortalecimento do transporte coletivo é também um investimento direto em saúde e qualidade de vida.

De acordo com estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS), os deslocamentos diários em veículos individuais são uma das principais fontes de estresse urbano e de emissão de partículas nocivas à saúde. No Brasil, o transporte coletivo responde por menos de 1% das emissões de gases de efeito estufa, segundo a NTU (2024), enquanto os automóveis são responsáveis por mais de 40%.

Belém começa a reagir a essa lógica com um novo ciclo de modernização. As empresas associadas ao SETRANSBEL adquiriram 300 ônibus zero quilômetro, com ar-condicionado, suspensão pneumática e motores Euro 6, que reduzem significativamente os níveis de poluição sonora e atmosférica. Toda a frota também passou a operar com o novo sistema de bilhetagem eletrônica digital, permitindo pagamento por QR Code e Cartões Passe Fácil, o que reduz filas, tempo de espera e contato físico nas transações.

Fortalecimento do transporte coletivo é também um investimento direto em saúde e qualidade de vida (Divulgação/Setransbel)

“O transporte coletivo moderno é uma ferramenta de saúde pública”, afirma o presidente do SETRANSBEL, Paulo Fernandes Gomes. “Ele melhora a qualidade do ar e diminui o estresse das viagens. Quando a população escolhe o ônibus, a cidade toda respira melhor.”

Para os especialistas, o futuro da mobilidade urbana passa pela valorização do transporte público como serviço essencial. Investir em conforto, eficiência e sustentabilidade é, acima de tudo, investir em bem-estar — e essa mudança já começou a rodar pelas ruas de Belém.

Fontes: NTU — Anuário 2023-2024; OMS (2023) — Relatório Global sobre Poluição Urbana