Constelação sistêmica: como funciona?

Saiba mais sobre o método terapêutico que analisa o indivíduo a partir de sua família

Izabelle Araújo
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Será possível entender os comportamentos, decisões e crenças de uma pessoa a partir da vivência dos seus antepassados? Isso é o que propõe a constelação familiar sistêmica, método criado pelo alemão Bert Hellinger (1925-2019), que sugere analisar uma pessoa e suas ações a partir do seu sistema originário: sua família.

Embasado por estudos da física quântica, esse método considera que muitos traumas, dificuldades e bloqueios enfrentados por um indivíduo têm origem no passado, não só da pessoa, mas de toda a família, podendo remontar de gerações anteriores.

A prática vem sendo bastante utilizada no campo da psicoterapia e já é regulamentada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) dentro do Programa Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), juntamente com outros tratamentos como a aromaterapia.

De acordo com a psicóloga Michelle Malcher, a constelação diz que cada pessoa faz parte de um sistema familiar e que a resposta do indivíduo para o mundo, seus comportamentos e crenças estão embasados nesse sistema. Esse parâmetro não é só aprendido cognitivamente, mas vem dos antepassados. “Isso faz muito sentido na hora do atendimento, pois quando conseguimos elucidar para o paciente que um comportamento que ele rejeita é o mesmo de um antepassado dele, é algo transformador”, comenta.

A constelação familiar torna-se importante no processo individual de autoconhecimento, melhorando a compreensão de uma pessoa sobre seus comportamentos atuais. “É bom reforçar que a constelação não é uma cura. Ela traz a consciência à situação e por isso é uma aliada da psicoterapia”, afirma Michelle.

Como acontece

Neste tipo de abordagem, o terapeuta e a pessoa que buscou pela constelação familiar se reúnem com um grupo de pessoas desconhecidas e que assumem o papel de alguns membros da família do paciente. Então, o terapeuta incentiva a interação com esses "membros da família" e pede que cada participante tente identificar as emoções que estão sendo transmitidas pelo paciente, através de suas frases, reações e comportamentos.

O papel do terapeuta é ter uma perspectiva externa para avaliar o tipo de interação do paciente com a “família", mostrando os pontos de estresse que precisam ser trabalhados.

A constelação familiar nem sempre traz resultados rápidos, e às vezes são necessárias várias sessões até que a pessoa comece a perceber o que precisa mudar na sua relação com alguns membros da família. “É preciso que o paciente esteja aberto a entender a própria história, pois é muito comum pessoas chegarem ao consultório não para se tratar, mas para validar a sua dor, ou seja, elas não querem sair do estado em que se encontram, e isso acontece porque muitas estão presas a crenças limitantes passadas de geração em geração”, explica Michelle Malcher.

A constelação sistêmica é o tema do podcast Entre Nós. Clique aqui e ouça o episódio na íntegra.

 

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