Devoção por Nossa Senhora de Nazaré gira a economia criativa no período do Círio
Produtos com elementos que celebram a Festa de Nazaré aumentam a renda de comerciantes e artesãos
O Círio de Nazaré não se limita apenas à esfera religiosa. A festa também é um importante impulsionador da economia criativa local, gerando empregos e fomentando o desenvolvimento econômico da cadeia produtiva paraense. Os preparativos para a festa começam meses antes, mobilizando artesãos, músicos, costureiras, decoradores, entre outros profissionais, que trabalham na confecção dos adereços, roupas e enfeites que serão utilizados durante as procissões.
As blusas com temas religiosos, inclusive, são alguns dos produtos personalizados mais procurados nos centros comerciais. A técnica em enfermagem Ana Maria Carvalho comprou cinco camisas para presentear os familiares. “Vou viajar para Imperatriz-MA e resolvi levar as blusas do Círio para minha tia e meus primos. Fazemos isso para agradecer pela intercessão de Nossa Senhora de Nazaré junto a Jesus, nos dando paz, saúde e proteção”, conta.
Para os comerciantes, como Jadir Coelho, a devoção dos consumidores paraenses é o que impulsiona as vendas, principalmente pela variedade de modelos e opções de preço. “Temos uma faixa de 10 modelos diferentes e um estoque grande. O modelo que mais sai é o camisa gola redonda normal básico. Mas, para esse ano, estamos apostando no modelo baby look com a manga em renda diferente”, afirma o gerente comercial.
A religiosidade não movimenta apenas o setor de moda. Produtos e peças artesanais que retratam a cultura paraense e a religiosidade do Círio também ganham destaque. O artesão Pedro Santos diz que entre os objetos mais procurados estão as guirlandas. “Tem muito turista na cidade, então aumenta muito a procura. A nossa venda aumenta muito, de 20% até 100%. E a guirlanda feita de patchouli vende bastante. Nela, colocamos sementes, arranjos de patchouli e anjo de miriti. Os consumidores adoram coisas novas, então estamos otimistas”, festeja.
Fé e devoção
Para muitos turistas, como a jornalista Mariana Menezes, levar para casa um pouco da atmosfera, energia e sentimentos da festa é uma forma de manter contato direto com a tradição e a cultura da região, mesmo à distância. “Venho do Rio de Janeiro, mas cresci nessa cultura, e hoje estou aproveitando para passear e comprar artesanato. Minha família é do Norte, aqui perto, do Acre. Então, talvez tenha sido isso que me atraiu; quero levar para casa um pouco da atmosfera daqui”, explica a jornalista.
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