Mercado de trabalho para pessoas com deficiência: diversidade e inclusão

Leis asseguram proteção e oportunidades de emprego para pessoas com deficiência

Carolina Gantuss | Especial para O Liberal
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O mercado de trabalho ainda é um grande desafio para pessoas com deficiência (PCD). No entanto, este cenário tem mudado positivamente nos últimos anos.

No Brasil, empresas com 100 funcionários ou mais são obrigadas a incluir vagas para pessoas com algum tipo de deficiência. Hoje, cerca de 372 mil profissionais nestas condições ocupam um espaço no mercado de trabalho, mostrando que 53% dessas vagas são destinadas a pessoas com algum tipo de deficiência.

A Lei 8.213 sancionada em julho de 1991 garante uma cota para inserção de PCDs no mercado de trabalho e determina que empresas que possuem de 100 a 200 colaboradores devem destinar 2% das vagas de emprego a PCDs.

Já as organizações que empregam de 201 a 500 pessoas devem conter 3% de seu quadro de funcionários composto por PCDs.

Empresas que tenham entre 501 e 1.000 colaboradores precisam que 4% de seus funcionários sejam portadores de alguma deficiência física.

E por último, organizações que possuam mais de 1.000 colaboradores devem destinar 5% de suas vagas a PCDs.

Nesse contexto, o importante não é apenas contratar profissionais PCDs para cumprir o que determina a lei, mas sim que eles de fato façam parte da equipe de trabalho, exercendo funções relevantes como os demais colaboradores.

São mais de 45 milhões de brasileiros com algum tipo de dificuldade para ver e ouvir ou, ainda, com alguma incapacidade mental ou de mobilidade. Para se ter uma ideia, se o Brasil tivesse 100 pessoas, aproximadamente 7 delas teriam deficiência motora, 5 teriam deficiência auditiva e 19 deficiência visual.

É importante entender que quando as empresas abrem espaço para esses profissionais, estão fazendo muito mais do que contribuir com a inclusão social no País, elas estão ganhando não só um ambiente empresarial com uma ampla diversidade se aliando às causas mais relevantes da sociedade, como também se tornando referência nesse setor.

image Ambiente de trabalho deve garantir acessibilidade, com rampas, corredores largos e sinalizações (Samson Katt / Pexels)

Mas para lidar com essa realidade, é preciso que o mercado de trabalho para pessoas com deficiência esteja atento a algumas mudanças importantes, não só reestruturando os espaços internos de seus estabelecimentos a fim de torná-los mais acessíveis, como investindo em cursos de capacitação para esses profissionais.

Essas adaptações são essenciais para que a empresa possa agir estrategicamente ao adotar a diversidade em seu quadro de funcionários.

Abaixo, algumas das estratégias de grande importância que precisam ser adotadas pelas empresas:

- Investimento em acessibilidade estrutural e funcional, de modo que o espaço de trabalho esteja realmente preparado para receber pessoas com deficiência, sem que haja barreiras e obstáculos para a sua melhor performance profissional; 

- Promoção de campanhas e outras formas de combater a discriminação dentro do ambiente corporativo, para que exista um clima organizacional saudável, garantindo, inclusive, melhores resultados das equipes;

- Ampliação e otimização dos processos de seleção e recrutamento, a fim de que o mercado esteja realmente aberto às pessoas com deficiência, desde os primeiros passos;

- Acompanhamento da integração e inclusão das pessoas com deficiência, com foco no seu desenvolvimento e bem-estar, para que ocorra a melhor sintonia perfeita com a equipe;

- Elaboração de planos justos para equidade salarial, bem como de criação de oportunidades estratégicas dentro das empresas para abraçar a diversidade;

- Orientação adequada de todos os integrantes, times e setores, de forma que a nova cultura inclusiva se instale em todos os cantos do ambiente corporativo, exercitando o olhar social de todos.

A qualificação profissional é um fator relevante, que não tem necessariamente diferenças de padrões entre pessoas com deficiência e o restante da população. A oferta de cursos do Governo Federal e organizações civis está ampliando a qualificação profissional de pessoas com deficiência para atuarem em diversas áreas e ocuparem cargos mais elevados.

Se antes essas pessoas atuavam apenas nos bastidores, hoje já prestam atendimento a clientes e trabalham em áreas estratégicas, inclusive de liderança.

Sendo assim, é de extrema importância que não só o governo como a sociedade, pensem em ações que possam incluir pessoas com necessidades especiais no mercado de trabalho, garantindo não só a inclusão social, mas um olhar diferenciado para quem tem muito e pode contribuir.

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