62º Encontro Ruralista do Pará é marcado por debates sobre o protagonismo amazônico na COP30

Evento reuniu lideranças do setor agropecuário para discutir temas como rastreabilidade do rebanho bovino, regularização fundiária, a relação do agronegócio com a COP30

Conteúdo sob responsabilidade da Faepa
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“Nós temos que ter proteção do meio ambiente e proteção da população, direito ao meio ambiente e direito ao desenvolvimento. Esse deve ser o posicionamento para essa conferência [COP30] que acontecerá em Belém”, declarou Aldo Rebelo, secretário de Relações Internacionais de São Paulo, durante o segundo dia do 62º Encontro Ruralista do Pará, realizado na última quarta-feira (4), no Edifício Palácio da Agricultura, em Belém.

O evento, que é uma realização do Sistema Faepa (Federação da Agricultura e Pecuária do Pará)/Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural no Pará), e Sebrae no Pará, reuniu lideranças do setor agropecuário para discutir temas como rastreabilidade do rebanho bovino, regularização fundiária, a relação do agronegócio com a COP30 — que ocorrerá em novembro de 2025, na capital paraense —, e a participação dos pequenos negócios no setor.

Aldo Rebelo palestrou sobre “Meio Ambiente, Desenvolvimento e Soberania Nacional” e, em entrevista, destacou a importância do protagonismo amazônico na COP30. “O Brasil precisa colocar na agenda, além de uma norma ambiental que sirva para a agricultura do mundo inteiro, uma condição que sirva também para a Amazônia”, afirmou. Ele ressaltou que a Amazônia não é apenas biodiversidade: “A Amazônia tem 30 milhões de pessoas em situação de pobreza, com os piores indicadores sociais. Essa população também tem o direito de se desenvolver, de aspirar ao mesmo padrão de vida dos brasileiros de São Paulo, dos franceses, dos americanos", refletiu.

Rebelo enfatizou a necessidade de mobilização política para equilibrar o debate entre meio ambiente e desenvolvimento, envolvendo governadores da Amazônia, assembleias legislativas, senadores, deputados, câmaras municipais, produtores rurais, profissionais e entidades da região.

Debates e reflexões no Encontro Ruralista

Carlos Xavier, presidente da Faepa/Senar, destacou a relevância do encontro: “Há 31 anos realizamos esse evento. O objetivo maior é levar informação a todas as lideranças e produtores, fortalecendo sindicatos e núcleos para que o estado do Pará possa utilizar suas potencialidades e se transformar no ‘primeiro’ estado desenvolvido da nação brasileira”.

Entre os destaques do dia, o diretor de Defesa e Inspeção Animal da Adepará, Josino Gomes dos Santos, apresentou o Sistema de Rastreabilidade Bovídea Individual do Pará (SRBIPA). Segundo ele, o objetivo é rastrear todos os animais até dezembro de 2025, o que garantirá abertura de mercados e melhor gerenciamento das propriedades rurais. “É um trabalho que vamos aperfeiçoando ao longo do tempo. Estamos abertos ao produtor rural”, afirmou.

image Encontro é uma realização do Sistema Faepa (Federação da Agricultura e Pecuária do Pará)/Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural no Pará), e Sebrae no Pará (Divulgação/Faepa)

No âmbito da regularização fundiária, José Henrique Bernardes Pereira, assessor técnico da Comissão Nacional de Assuntos Fundiários e de Desenvolvimento da Região Norte (CNA), discutiu questões relacionadas a embargos por desmatamento, com impacto no acesso a crédito e mercado. Ele também esclareceu dúvidas sobre legislação ambiental para auxiliar os produtores.

COP30 em foco

A COP30 esteve na abordagem de vários painéis durante o encontro. Muni Lourenço, coordenador da Comissão Nacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento da Região Norte da CNA, pontuou: “A CNA vem trabalhando ativamente com a agenda multilateral em questões ambientais, nas Cops e em fóruns internacionais”. Ele reforçou a importância da participação do setor agropecuário nesses debates, devido à relevância do agro para o país.

No painel “Agricultura Paraense Pós COP30: Desafios e Oportunidades”, Alfredo Homma, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, destacou a necessidade de investimentos em tecnologia. Ele apontou desafios como pressões ambientais de países desenvolvidos e a pobreza na região, mas sugeriu soluções como o uso de áreas já desmatadas e a recuperação de terras degradadas. “Não há solução mágica para a Amazônia. A solução passa por pesados investimentos em tecnologia”, afirmou.

Bruno Kono, presidente do Iterpa, defendeu a visão do governador Helder Barbalho de posicionar a COP30 como a “COP da Floresta”. Segundo Kono, a valorização da floresta em pé é essencial, que trará benefícios para os produtores rurais: “As últimas COPs ocorreram em países cujo principal ativo era o petróleo. O nosso é a floresta.” Ele destacou a importância de orientar os produtores para acessar créditos de carbono.

Ações do Sebrae

O Sebrae, parceiro na realização do evento junto à Faepa, participou do painel “O Agro e o Pará na COP30” e “Soluções Tecnológicas para o Agro: Cases de Sucesso”. O gerente da Unidade de Negócios de Impacto do Sebrae no Pará, Daniel Berg, comentou a preparação dos pequenos negócios para recepcionar visitantes durante a COP30, destacando treinamentos em mobilidade e alimentação, além de ações de economia criativa. “O agro pode subsidiar alimentos para restaurantes e hotéis, por exemplo”, pontuou.

Foram destacados produtos específicos para o produtor, disponibilizados pela instituição, como: Empretec Rural, Projeto Negócios de Impacto Socioambiental (NISA), Sustenta Inova e outros atendimentos que o produtor rural recebe nas agências regionais espalhadas pelo Pará, voltadas ao setor.

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