Torcedor do Remo relembra promessa no Círio pelo acesso: 'Fechei os olhos e comecei a rezar'

Era 10 de outubro de 2015. Há exatos seis anos, o Remo fazia o jogo de ida das quarta de final da Série D contra o Operário (PR). Neste mesmo dia, ocorria a trasladação do Círio e, no meio da procissão, estava Jean Veloso, motoboy e torcedor azulino. Sabendo da importância do jogo para o clube e levado pela emoção, ele fez a primeira promessa para Nossa Senhora de Nazaré: caso o Leão vencesse e subisse para a Série C, ele iria na corda do Círio. 

“Eu estava na trasladação, fui com a camisa do Remo. A imagem de Nossa Senhora passou pela minha frente, eu fechei os olhos, comecei a rezar e falei que se o Remo conseguisse passar pelo Operário, no próximo ano eu iria na corda do Círio, que eu ainda não tinha ido”, relembrou o torcedor.

Jean lembra que a partir de 2007 o clube foi caindo de rendimento e ficou sem divisão três oportunidades até voltar para Série D e brigar pelo acesso. Nessa época, além da crise dentro de campo, o Leão teve que lidar com outros problemas. Um deles foi a falta de estádio, a partir de 2014. O Baenão, que iria ser reformado em 2013, teve apenas a demolição do setor da Rua das Mercês realizada e a equipe azulina só voltou a jogar no local em 2019, graças ao empenho da própria torcida.

Assim, avançar para a Terceira Divisão era um recomeço para o time, por isso o pedido para a Virgem de Nazaré. No jogo de ida, o Remo venceu o Operário (PR) por 1 a 0. Na volta, o Leão ganhou por 3 a 1 e, com isso, enfim conseguiu o acesso.

“Graças a Deus, com a intercessão de Nossa Senhora de Nazaré, fomos para a Série C, passamos um tempo e agora estamos na Segunda Divisão, bem e sem dívidas. E eu fui na corda do Círio”, contou Jean. 

 Torcedor azulino guardou pedaço da corda (Arquivo Pessoal/Jean Veloso)

Relação familiar

Jean desenvolveu o afeto pelo Círio por meio da avó, já falecida, que sempre o levava para ver a passagem da Santa. Além de ter feito a promessa pelo clube do coração, o torcedor, em 2018, também pediu que o filho nascesse com saúde, e que, caso desse tudo certo, ele iria acompanhar durante cinco anos a procissão.

“A fé traz pessoas do mundo todo para a cidade, para acompanhar a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré. É um sentimento que não tem como explicar, porque é uma coisa que só quem está ali na hora, só quem é católico mesmo, sabe o que sente”, finalizou Jean Veloso.