Relembre casos de racismo e xenofobia envolvendo equipes paraenses

Celsinho, ex-Paysandu, foi alvo (pela terceira vez) de racismo durante uma partida da Série B

O Liberal
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O meia Celsinho, que atua pelo Londrina e tem passagem pelo Paysandu, voltou a ser vítima de racismo durante uma partida da Série B do Campeonato Brasileiro. Desta vez, o episódio ocorreu diante do Brusque. Em nota, o clube catarinense disse que não houve crime por parte dos diretores do clube.

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Essa não é a primeira vez que atos de raciscmo são registrados no futebol. Relembre casos de racismo e xenofobia envolvendo equipes paraenses.

Paysandu, 2005

image Jogador usou comemoração para combater preconceito (Fernando Araújo)

Em uma partida do Papão na Série A do Brasileirão daquele ano, o ex-zagueiro do Juventude, Antônio Carlos Zago, foi acusado de pelo atacante Robgol de ter chamado o Pará de “terra de índio”. O episódio ocorreu durante uma discussão na partida realizada no Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul (RS).

Na partida em Belém, alguns torcedores do Papão usaram adornos indígenas nas arquibancadas do Mangueirão. Na ocasião, a equipe bicolor venceu o Juventude por 3 a 0, com dois gols de Robgol. A cada gol, o atacante fazia o gesto de uma flecha sendo lançada em direção aos torcedores.

Paysandu, 2015

image Torcedores se manifestaram contra episódio de preconceito (Igor Mota)

Durante as oitavas de final da Copa do Brasil, o Paysandu enfrentou o Fluminense. Na partida de ida, no Maracanã, uma torcedora bicolor foi chamada de "índia" pelo público carioca. O caso gerou uma onda de solidariedade e protestos.

Na época, o Papão lançou a campanha “Atenção, homem branco, quarta-feira você vai conhecer a força que vem da torcida bicolor”, como forma de incentivar sua torcida a lotar o Mangueirão.

Assim como em 2005, torcedores do Paysandu usaram adornos indígenas. A delegação do Fluminense foi hostilizada à caminho do estádio. Por conta disso, a partida foi atrasada em 30 minutos. No final, o Papão acabou perdendo o jogo, novamente pelo placar de 2 a 1.

Remo, 2019

image Emerson Carioca alegou ter sofrido injúria racial no Alfredo Jaconi, contra o Juventude (Cristino Martins/O Liberal)

Novamente no estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul. Dessa vez, torcedores do Remo foram vítimas de preconceito durante uma partida contra o Juventude pela Série C do Brasileirão daquele ano. O caso de preconceito chegou até um dos jogadores do Remo, o volante Yuri, que por meio de uma rede social.

"Aconteceu um fato vergonhoso no jogo contra o Juventude. Preconceito e racismo externam o que há de pior no ser humano. É motivo de orgulho vestir a camisa do Remo e representar todo nosso povo paraense", postou Yuri.

Além de torcedores, atletas do Remo também afirmam terem ouvido injurias de cunho racial e regional (o que caracteriza xenofobia), por defenderem um clube da região norte. Um dos principais alvos foi Emerson Carioca, que afirma ter sido chamado de “macaco” no momento em que foi substituído.

Na ocasião, o atacante Nicolas, que defendia o Paysandu e é natural de Caxias do Sul, se manifestou contra o ato de racismo e xenofobia sofrido pelos atletas do Remo.

O atacante relembrou um gesto feito por Robgol em 2005, diante do mesmo Juventude, simulando um índio caçando com arco e flecha. Ato que ficou registrado como sua comemoração após marcar gols com a camisa do Papão.

Remo, 2020

image Jogador fez 20 partidas com a camisa azulina (Samara Moranda / Remo)

Durante a partida de reestreia do Parazão 2020, após a paralisação em virtude da pandemia da covid-19, o volante Gelson foi alvo de injúria racial na internet. O jogador registrou boletim de ocorrência e se manifestou nas redes sociais.

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Gelson foi alvo de racismo na internet, durante jogo contra o Águia,

"Não sei nem o sentimento que eu tinha que expressar ali na hora quando fiquei sabendo do ocorrido. Fiquei sabendo pelas redes sociais e não estava sabendo de nada. É triste, estranho e chato, um sentimento de impotência, uma covardia. Podem me julgar pelo que eu tenho feito dentro de campo, mas passou muito do limite o comentário, que quis denegrir minha imagem com insultos racistas", afirmou.

Em novembro do mesmo ano, o Leão lançou uma camisa alusiva ao mês da Consciência Negra com a frase “Se você é racista, não seja Remista” e “Colorismo, Pigmentocracia e Miscigenação. Histórias construídas na base da Violência”.

(Beatriz Reis, estagiária, sob supervisão de Caio Maia, repórter do Núcleo de Esportes)

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