CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Paraenses relatam vida sem máscaras após vacinação contra covid em Israel

Paraenses que vivem em Israel relatam retorno gradual da normalidade. País já vacinou mais de 60% da população e índices de novos casos é cada vez mais baixo

Daniel Nardin
fonte

Há exatamente duas semanas, o governo israelense publicou decreto reduzindo as restrições impostas pela pandemia da Covid-19, como retorno das aulas presenciais e liberação do uso de máscaras em locais abertos. A medida, no entanto, ainda está em vigor para ambientes fechados, como escolas, shoppings e transporte público. 

“Nas ruas a gente percebe um alívio. É algo simbólico, que demonstra que estamos passando por essa fase, que foi um momento de muita tristeza, ansiedade e medo. Aos poucos, a alegria está voltando para a vida das pessoas”, relata Jacob Serruya, 57 anos.

O paraense mora há dois anos em Israel com a esposa, a jornalista Cassia Serruya e o filho, Iago, de 14 anos. O casal já se vacinou – Jacob inclusive foi o primeiro brasileiro a tomar a vacina, por estar na linha de frente do combate à Covid-19, atuando hoje em um hospital da cidade de Nahariya, no norte de Israel. 

"Aqui as pessoas seguem o que o governo orienta. Todos cumprem. Agora estamos vivendo uma fase de esperança" - Jacob Serruya, em Israel.

A alegria do casal é ainda maior com a agilidade da vacinação no país. Nas próximas semanas deve ser iniciada a vacinação para adolescentes abaixo dos 15 anos. Em Israel, mais de 5 milhões de pessoas já estão totalmente vacinadas, com índice chegando a próximo de 60% da população, segundo dados do Ministério da Saúde. No Brasil, são mais de 13,2 milhões de pessoas vacinadas com a segunda dose, o que corresponde a aproximadamente 6% da população. Durante toda a pandemia, o país registrou 838 mil casos e 6,3 mil mortes. O Brasil, no mesmo período, registrou mais de 14,5 milhões de casos e ultrapassou 400 mil mortes. 

image Família Serruya vive a tranquilidade de quem está à margem do fim da pandemia (Arquivo pessoal)

“O país foi um dos primeiros a tomar as medidas mais duras. E aqui as pessoas seguem o que o governo orienta. Todos cumprem. Agora estamos vivendo uma fase de esperança mesmo e com muita felicidade em saber que nosso filho em breve também vai receber a imunização”, afirma Jacob. 

O mesmo sentimento é compartilhado pela designer de interiores Bruna Drazin, paraense que vive há dez anos em Israel, atualmente morando na cidade de Harish. Segundo ela, as pessoas estão retornando a normalidade e a sensação é que a pandemia de fato, está se tornando uma página virada no país.

“Ainda existem restrições em locais fechados e outros cuidados. Mas, assim como em Israel tivemos as proibições mais cedo, elas estão também sendo reduzidas aos poucos primeiro”, afirma Bruna. “Do dia para a noite tivemos que parar de trabalhar. Mas sempre tivemos apoio do governo e das pessoas. A solidariedade e a ajuda mútua em Israel são características muito fortes da cultura do povo. Cada vida é muito valorizada”, disse Bruna Drazin. 

Agilidade do governo e investimento em tecnologia foram fundamentais

 

 

Em Israel, o governo determinou que as empresas estabelecessem regime de trabalho em home office, além de garantir oferta de auxílio como férias remuneradas em até 80% do salário para empregados de empresa que não puderam adotar o novo sistema. Os serviços de saúde foram reforçados, evitando que pessoas com suspeita fossem até hospitais e clínicas: testes eram feitos preventivamente. Em caso de resultado negativo, a pessoa podia procurar o atendimento. Em caso positivo para a Covid, já era encaminhada para isolamento e tratamento.

"A população entendeu e seguiu as orientações, respeitou e se ajudou. Isso fez a diferença para estarmos nesse momento de mais liberdade" - Bruna Drazin, em Israel.

“A ajuda do governo foi fundamental num período de dificuldade. E, mais que governo: em Israel as pessoas se ajudam e respeitam as limitações pois sabem que essa é uma forma de, individualmente, contribuir também para superar essa fase”, destaca Jacob Serruya.  

image Bruna Drazin exaltou o trabalho do poder público de Israel para combater o coronavírus (Arquivo pessoal)

A paraense Bruna Drazin também destaca o exemplo dado pelo primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, conhecido no país como “Bibi”. “O que ele fez foi incrível. Assim que as vacinas foram disponibilizadas, ele fez um esforço para uma grande compra e depois realizou campanha de conscientização, para esclarecer. E então foi tudo muito rápido. Isso foi gerando um clima positivo e a oferta de vacina em massa foi algo que fez a diferença mesmo”, destaca Bruna. 

A tecnologia, um dos pontos fortes da economia de Israel, também foi acionada. “Existe um aplicativo hoje que você baixa e indica se tomou as duas doses e está imunizado. Ele permite o acesso aos locais e facilita o monitoramento também, é algo prático e fácil”, afirma. Este controle também ajudou no período de maior intensidade dos casos. “Todos que estavam infectados eram acompanhados pelas equipes profissionais de saúde do governo. E, além, de saber como a pessoa estava, em contato direto, existia um rígido controle para que a pessoa não circulasse”, relembra Jacob Serruya. 

Boa parte das consultas, mesmo os planos públicos, é feita remotamente por vídeo chamada. “Isso evitou que pessoas com suspeita se deslocassem ou mesmo quem estivesse bom de ir para algum hospital onde poderia ser infectado. É algo simples, mas que funcionou bem, assim como os demais serviços em Israel, que funcionam muito bem”, comenta Bruna. 

Com as medidas restritivas antecipadas e a compra imediata de grande lote de vacinas para a população, Israel tem dado lição ao mundo, contrariando o dito popular: afinal, nem sempre os últimos são os primeiros. “Israel foi rápido em adotar lockdown e iniciar a vacinação. A população entendeu e seguiu as orientações, respeitou e se ajudou. Isso fez a diferença para estarmos nesse momento de mais liberdade. Oramos aqui para que o restante do mundo esteja assim também e a Covid seja uma página triste nos livros de história e não mais essa realidade que vivemos nos últimos meses. Aos poucos aqui a alegria está voltando. Que seja assim no restante do mundo também”, completa Bruna. 

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Especial
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM ESPECIAL

MAIS LIDAS EM ESPECIAL