Escolhido pelo Papa para nova função, bispo auxiliar deixa a Arquidiocese de Belém

Um dia após o Natal, dom Irineu Roman, um gaúcho de Vista Alegre do Prata (RS), de 61 anos, despediu-se da Arquidiocese de Belém nesta quinta-feira (26), na missa das 18 horas, na Basílica Santuário de Belém. Ele vinha atuando com bispo auxiliar de Belém há seis anos e, em fevereiro de 2020, assumirá a Arquidiocese de Santarém, no oeste do Pará. Em 1º de janeiro, ele completará 30 anos de ordenação sacerdotal.

A missa foi marcada pela emoção tanto de dom Irineu, que na homilia enfatizou que o mais importante na vida de um membro da Igreja como ele é o serviço a Deus, quanto dos religiosos e fiéis. Dom Irineu fez questão de expressar sua gratidão a todos da Arquidiocese de Belém e também à imprensa. Da cerimônia participou o arcebispo metropolitano de Belém, dom Alberto Taveira Corrêa.

Dom Irineu relembrou que chegou em Belém em 1999, ou seja, são 20 anos de serviço na Arquidiocese da capital paraense. "Ao responder o que me marcou nesse período, eu diria que Círio está em primeiro lugar; eu participei de todos os Círios, digamos assim, como padre, depois, como bispo, e essa minha experiência como bispo auxiliar da Arquidiocese foi muito mais intensa, de uma presença muito edificante. Eu sou muito grato a todos da Arquidiocese de Belém, a toda a cidade, também a vocês da comunicação (aos repórteres); eu creio que conseguimos fazer um trabalho muito bonito aqui, em comunhão com todos, e sou grato a Deus e a vocês por tudo o que aconteceu", ressaltou.

Sobre a nova missão como arcebispo em Santarém, dom Irineu destacou que o papa Francisco tomou a iniciativa de instituir a Arquidiocese de Santarém, porque vai ser criada uma nova Província Eclesiástica, "para que a Igreja esteja mais presente junto às pessoas nos vários serviços, porque, além da evangelização, existem as ações sociais, da caridade, do cuidado que devemos ter para com as pessoas mais fragilizadas de toda aquela região". "Então, o papa me escolheu, eu vou com todo o carinho, com todo a dedicação, prometo dar tudo de mim, todo o meu empenho para fazer o melhor para aquela região, cuja Província Eclesiástica terá um peso muito significativo para o Pará e também naquele setor do Estado", assinalou.

Dom Irineu Roman seguirá viagem para Santarém em 28 de janeiro. Lá funciona o administrador diocesano e o Colégio dos Consultores. Dom Irineu assumirá a Arquidiocese de Santarém em 2 de fevereiro, ás 9 horas, na Paróquia de São Francisco de Assis, onde haverá três atos na celebração: o núncio apostólico do Brasil, dom Giovanni d´Aniello (que esteve em Belém no Círio 2019), vai estar presente; será instituída a Província Eclesiástica e criando-se a Arquidiocese de Santarém e dom Irineu Roman será empossado como arcebispo da nova Arquidiocese. Dom Irineu lembrou que recebeu a nomeação para o cargo, em Roma, no dia de Nossa Senhora do Rosário, e ele vivia pedindo a Nossa Senhora de Nazaré para que o ajudasse em uma missão em que pudesse assumir. "E veio uma missão em que nós temos Nossa Senhora, no caso Nossa Senhora da Conceição; em Santarém, há o Círio de Nossa Senhora da Conceição, sempre a mãe de Jesus que está à frente, que conduz os caminhos do Senhor", arrematou,

O arcebispo metropolitano, dom Alberto Taveira Corrêa, disse que dom Irineu veio para Belém quando havia um apelo do Brasil inteiro por missionários para atuar na Amazônia. Foi apresentado por dom Alberto para o Episcopado e o papa aceitou. "Nesses seis anos, tem sido um grande bispo; zeloso, dedicado, forte na vida de oração, atento na pregação da Palavra de Deus, espírito missionário; portanto, foi um grande sinal de Deus aqui na nossa Arquidiocese. Eu digo que nós perdemos para ganhar, e ganhamos um grande arcebispo", enfatizou dom Alberto. "Ele foi aqui um bispo ungido, sempre próximo das pessoas, humilde, prestativo; Santarém ganha um grande líder", disse a pedagoga Ana Cristina Vasconcelos, 49 anos, na missa de despedida de dom Irineu Roman.