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Trocar de emprego ou mesmo de carreira é decisão que precisa ser pensada

Para especialista, profissional precisa avaliar questões importantes, como salário e nível de satisfação pessoal com o que ele tem no momento

O Liberal
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Mudar de emprego ou mesmo de área de atuação exige convicção e planejamento. Segundo o especialista Eduardo Vasconcelos, doutor na área de Administração, esse tipo de dúvida é bastante comum, seja no momento da escolha por um curso de nível superior, por exemplo, ou mesmo já no exercício profissional. “Em muitos casos, no momento do vestibular, de decidir por um curso, a pessoa tem muitas dúvidas. Depois, mesmo quando já ingressou em uma instituição de ensino superior, permanece com essas dúvidas, chegando até mesmo a mudar de curso logo nos primeiros semestres, por não se identificar com a área. Às vezes, isso fica ainda mais forte quando há inserção desse profissional no mercado. A não identificação ou as dificuldades encontradas, ou mesmo as mudanças que aquele determinado segmento está passando, por motivos econômicos, políticos ou tecnológicos e assim por diante, pode levar a esse pensamento”, detalha. 

Nesse sentido, de acordo com ele, a primeira coisa que o profissional precisa avaliar é se ele dispõe de algum tipo de recurso financeiro previamente guardado ou algum tipo de recurso que ele foi construindo ao longo do tempo, pois isso acaba funcionando como uma espécie de “rede de segurança”. “Ou seja, se ele sair de um emprego e não conseguir colocação imediata numa nova área, possa pagar suas contas, arcar com as suas despesas e assim por diante. Caso isso não exista, é fundamental que ele se prepare para a possibilidade de ficar um determinado período de tempo fora do mercado, no processo ainda de transição, de recolocação profissional ou da busca de uma formação complementar para poder atuar neste novo campo”, completa. 

Para Vasconcelos, um dos principais pontos que esse profissional precisa avaliar é se ele realmente não quer mais atuar numa determinada área ou emprego, se existe, de fato, uma insatisfação, tanto profissional quanto pessoal no segmento em que ele vem atuando. “Essa satisfação ou insatisfação não deve ser vista somente do ponto de vista financeiro, que é importante, mas precisa saber também se o profissional sente prazer no que ele realiza, como ele consegue se relacionar com as pessoas desse meio, se isso, de alguma forma, ao longo do tempo, trouxe benefícios para ele e assim por diante. Quanto mais ele consegue, nessa autoavaliação, perceber os prós e contras, mais facilmente ele vai ter possibilidade de ver se ele se encontra satisfeito com isso ou não”, aconselha. 

Para especialista, idade não é um impeditivo para mudança de emprego ou área de atuação

Segundo Eduardo, a idade não é um fator impeditivo para uma mudança desta natureza na carreira. Outros fatores são bem mais importantes. “Mais importante é o nível de envolvimento deste profissional nesta área em que ele vai atuar, o conhecimento que ele busca desenvolver, as redes de relação, o chamado networking. Então, quando o profissional consegue se mostrar adequadamente para o mercado e as pessoas percebem o diferencial dele, seja qual for a sua idade, a probabilidade de uma rápida inserção em uma empresa ou num determinado negócio acaba sendo muito maior”, pontua. 

A administradora e professora universitária Jevane Mendonça, de 43 anos, decidiu, depois de um tempo já atuando como docente do ensino superior na área de Administração, dar início a um novo curso de graduação, o de Psicologia. Hoje, ela está cursando o 9º Semestre, e já faz também uma formação em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC). “A segunda graduação veio como uma vontade de ter uma outra opção profissional, além de ser também uma complementação para a primeira graduação. Também abre campos de atuação, como a clínica em Psicologia, a qual pretendo seguir após formada”, conta. 

Jevane, no entanto, não pretende se desvencilhar da carreira anterior, mas ampliar as possibilidades e até unir as duas formações. “As duas graduações são possíveis de conciliar, já que, por exemplo, a Psicologia, unida à gestão, me habilita como profissional a realizar com mais qualidade todo um processo seletivo, desde a parte que cabe a um administrador, até a parte do psicólogo. Além de ter um negócio próprio, como um coworking, e ainda atuar nos atendimentos de psicoterapia”, pondera.

Para ela, embora recomeçar ou começar numa carreira completamente nova seja uma decisão difícil, que implica em muitas coisas, é preciso enfrentar os medos e ir adiante. “A família apoiou e algumas pessoas próximas falavam que eu já tinha uma profissão e seria desnecessário recomeçar. Contudo, sempre valorizei o conhecimento e a busca de me aprimorar profissionalmente e me manter no mercado tendo duas opções. O mais importante é não se deixar se envolver com as dificuldades, e sim, ter foco no resultado final. Com as mudanças do mundo do trabalho, o mercado exige que sejamos profissionais capacitados, e quanto mais qualificação, a probabilidade de empregabilidade aumenta, bem como atuar como empreendedor”, analisa.

A engenheira agrônoma e contadora Lidiane Lima, de 41 anos, também seguiu esse pensamento. Servidora de carreira no Estado na área das ciências agrárias, hoje, ela também é parceira de um escritório de contabilidade que atua em Belém. Ou seja, a nova carreira se somou ao trabalho que ela já tinha. “Hoje, a área rural precisa de um profissional de uma atuação mais interdisciplinar, o que casou muito bem com as duas formações que eu tenho”, ressalta. 

Lidiane já tinha até defendido tese de doutorado na área agrária quando decidiu buscar a nova graduação, a partir de uma conversa com um profissional que atuava na contabilidade. “Lembro que tinha acabado de defender a tese de doutorado e depois desta conversa lá fui eu. Quanto às dificuldades, não foi só um clique, uma vez que adentrar em uma nova carreira requer muito esforço e dedicação e eu tenho buscado caminhar neste novo campo profissional tendo este dois quesitos. Eu tenho estudado e trabalhado muito para aprender todo dia mais sobre contabilidade, o que não é uma tarefa fácil, mas, creio que ter foco já é um bom início. Foco e disciplina é o conselho para o crescimento em qualquer caminho que decidamos seguir”, orienta.

 

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