Restaurantes e serviços de buffets devem ter movimento 60% superior no Dia dos Pais

O fluxo de pessoas que vão almoçar fora de casa neste fim de semana deve ser alto, por conta da comemoração do Dia dos Pais, celebrado no domingo (14). Os empresários do setor de alimentação fora do lar devem sentir um incremento de 50% a 60% no movimento, segundo o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Pará (SHRBS). O representante da categoria, Fernando Soares, diz que a expectativa é muito positiva, já que esta é a primeira vez nos últimos anos em que a data será comemorada com maior flexibilização das medidas restritivas contra a covid-19.

“As pessoas devem sair bastante neste final de semana ou mesmo fazer algum tipo de programação dentro de casa, pedindo comida para reunir a família. As pizzarias e petiscarias, principalmente, devem sentir mais a movimentação. Até carrinho de cachorro-quente na rua tem um faturamento grande nesse dia, porque, evidentemente, algumas famílias não têm condições de sair para almoçar ou comprar uma refeição mais cara”, adianta.

Apesar da boa expectativa, a data não se compara ao Dia das Mães, de acordo com Fernando, que é o segundo Natal do comércio. O Dia dos Pais tem mais simplicidade e normalidade, na opinião dele. “É algo mais comum. Uma pizza, cerveja, chopp, bate-papo e churrasco. Mas é um bom retorno para o segmento”.

Empresária aposta em alta de 20%

Dona de um restaurante italiano famoso em Belém, a empresária Ângela Sicília espera que a casa esteja lotada neste domingo. Segundo ela, no Dia dos Pais, os filhos sempre preparam alguma homenagem e, neste ano, haverá um pouco mais de saída por segunda-feira ser feriado – 15 de agosto, Adesão do Pará. O restaurante trabalha com reservas e as buscas estão boas, diz ela. “Todos os anos a lotação fica completa, esperamos que desta vez não seja diferente”, pontua.

Em relação a 2021, quando ainda havia mais restrições contra a covid-19, o movimento deve ficar 20% maior, na opinião da empresária, mas ainda não chega ao mesmo patamar de 2019, época em que a pandemia ainda não era um problema. Na data de celebração aos pais, haverá um saxofonista e alguns brindes no espaço, e o prato que mais deve ser vendido é o bacalhau.

Filha vai levar pai para almoçar

Mesmo que não seja no domingo dos pais, a engenheira de segurança Meg Watrin, de 30 anos, pretende passar um dia de qualidade com o seu pai no almoço de sábado, em família. Ela conta que, geralmente, eles costumam se reunir na casa dele ou em algum restaurante nesses eventos, mas, por conta das agendas, decidiram almoçar no sábado, e não no domingo, em uma churrascaria que sempre frequentam.

“Já tinha comemorado fora de casa anteriormente. Em 2020, com todo o susto do começo da pandemia, ficamos um tempo sem nos ver. Ele, inclusive, pegou covid e chegou a ficar internado, mas já se recuperou. Então, nos revimos do segundo semestre de 2020 em diante. Já nos encontramos pouco, então procuramos aproveitar essas datas festivas”, comenta.

Com os preços mais altos no ramo de alimentação, Meg acha que a melhor opção é escolher um restaurante que sirva a quilo, principalmente porque toda a família vai participar. Ela, no entanto, não estabeleceu nenhum limite de gastos para o almoço, mas vai economizar no presente, homenageando o pai com itens voltados ao vínculo afetivo, como fotos antigas - algo simples, mas que ela sabe que o pai vai gostar.

Almoço em casa está em alta

A opção para quem quer fazer uma refeição especial com o pai, mas não quer ir até um restaurante, é o serviço de buffet por encomenda. O próprio Sindicato de Hotéis, Restaurantes e Bares aponta que, nesta data, muitas pessoas optam por almoçar em casa, junto com a família. O cozinheiro Italo Prazeres trabalha justamente com esse nicho, oferecendo um vasto cardápio na opção de delivery. Ele não tem salão, apenas um local de retirada dos pedidos, e as entregas funcionam de terça a domingo, com almoço e lanches – empadão, salgados e sobremesas. O empreendedor, que atua desde 2013, também trabalha atendendo eventos, levando equipe de garçom e cozinheiro.

“Eu sempre gostei de cozinhar para os meus amigos e minha família, e eu larguei o último ano de engenharia para começar a vender brownie em casa. Quando eu comecei, em 2013, era só brownie, porque o que eu gosto de fazer e consumir é doce, sou uma formiga. Até 2015 só vendia doces, incluindo bolos de casamento de três andares, por exemplo. Só no fim de 2015 inserimos o delivery e buffet”, conta.

Hoje, segundo o cozinheiro, toda semana aparece um cliente novo, mas a empresa também tem uma cartela de clientes fixos bem grande, principalmente aos finais de semana. Há o cardápio normal de delivery, mas, nessas datas comemorativas, como Dia dos Pais, Dia das Mães, Páscoa e Natal, Italo cria um cardápio especial de buffett, que é mais completo e traz temas relacionados com cada comemoração.

Em 2019, antes da pandemia, Italo lembra que o movimento foi “muito bom”, mas caiu nos últimos dois anos. Apesar de agora a expectativa ser positiva, as encomendas não estão sendo feitas em grande quantidade – antes, os clientes pediam para a partir de 10 pessoas, e agora as porções são menores, para uma média de cinco pessoas por pedido. “Esperamos que, neste domingo, tenhamos o dobro de vendas no delivery. Já tem bastante encomenda, tanto de cesta de café da manhã quanto de buffett”, aponta.

O cardápio conta com dois pratos muito vendidos: filé recheado com queijo coalho, camarões e quatro queijos; e a delícia de bacalhau. Em média, sai a R$ 40 por pessoa, preço que foi reajustado depois da pandemia. “Tive que reajustar bastante o preço desde o início da pandemia, mas o valor que eu cobro hoje ainda não é ideal para o preço que as coisas estão custando. Além dos insumos de supermercados, a parte de hortifrúti, proteínas e descartáveis também aumentou. Mas não conseguimos acompanhar esse aumento, então hoje em dia estamos com menos lucro, porque se colocarmos o preço que deveria ser vai diminuir muito a procura de clientes. Ainda mais com a taxa dos aplicativos. Hoje ganhamos bem menos do que ganhávamos antes”, relata o empreendedor.