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Mercado de revenda oferece comissões de até 40% e baixo investimento inicial

Empreendedora conta como começou a vender cosméticos por meio de catálogos e hoje trabalha com atacado, vendendo a outras empreendedoras

Elisa Vaz
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O mercado de revendas possui diversos atrativos para quem quer empreender, mas não tem uma marca ou produtos autorais. Além de ter menos preocupação com os produtos e a fabricação, quem opta por essa área consegue ganhar comissões que chegam a 40%, dependendo da marca, de acordo com o site Revendedor, que reúne informações sobre o segmento. Dados da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD) apontam que, no Brasil, a renda média dos consultores varia entre R$ 2,5 mil e R$ 5 mil por mês, podendo ser maior de acordo com o apelo dos produtos.

A reportagem do Grupo Liberal solicitou dados locais ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Pará (Sebrae-PA), mas a entidade explicou que não dispõe de uma pesquisa específica. No entanto, o gerente da Unidade de Relacionamento Empresarial do Sebrae no Pará, Antônio Romero, afirma que o setor tem ganhado muita força no Estado, embora o perfil de revenda tenha mudado. Antes, era o catálogo físico que apresentava todos os produtos aos clientes, enquanto hoje os canais digitais são o diferencial.

“Existem páginas personalizadas para revender produtos, no pós-pandemia isso ganhou muita força, tem muitas ferramentas de redes sociais para formar negócios, explorar. Os empreendedores têm agora mais possibilidades de alcance. Por outro lado, o contato presencial ganhou segue importante, porém, com uma nova roupagem, para tirar dúvidas, mais voltado para a experiência do cliente”, comenta.

Antes de ingressar no mercado de revenda, segundo Romero, é preciso fazer a construção de um plano de negócios, determinando o tipo de produto a ser vendido, a proposta de valor, o público-alvo e outras características. Isso tudo vai ajudar a chegar no investimento que será feito. Porém, no caso de grandes marcas de cosméticos, beleza e itens do lar, a maioria já conta com um valor fixo para investimento inicial, que, de acordo com o site Revendedor, varia entre R$ 35 e R$ 1.800, a depender da marca e do tipo de produto.

Ganhos na revenda

Não é possível dizer se um empreendedor pode ter mais lucro vendendo produtos autorais ou ingressando no segmento de revenda de grandes marcas, como lembra Romero. Ele ressalta as diferenças: “Em uma marca própria, a pessoa pode ter um retorno maior porque não tem o repasse de uma taxa para o empreendedor principal. Porém, tem mais custos com registro de marca e fabricação de produtos. Na operação do dia a dia é muito mais simples trabalhar com revenda, você vira um consultor. São modelos diferentes e as taxas e margens de lucro dependem muito”, ressalta.

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Existem, de acordo com ele, estratégias de diferenciação no mercado, como forma de se posicionar melhor e ter lucros maiores. Até porque ele diz que, geralmente, as marcas trabalham com estágios e níveis diferentes de comissões de acordo com o volume de vendas. É preciso associar as vendas com a experiência de consumo do cliente, diz Romero. “Se todo mundo trabalha com as mesmas coisas, uma alternativa seria apostar em outros aspectos, como a entrega, a comunicação, as ações de relacionamento, encontros de testes de produtos e de novidades, são formas de se diferenciar”, avalia.

História de sucesso

Acostumada a vender diversos produtos na escola desde criança, como doces, bolos e pulseiras, Lígia Santos começou a carreira como revendedora bem cedo. Apostou primeiro em uma empresa de cosméticos, que garantiu a ela um lucro de 30% nas vendas. Depois, aos 18 anos, fez uma viagem a Fortaleza e comprou mercadoria para revenda pela primeira vez, no segmento de roupas. Três meses depois, já tinha uma loja física. Hoje, aos 39 anos, ela alcançou sucesso e trabalha com a revenda de vestuário em atacado.

Segundo ela, a jornada até o crescimento profissional envolveu muita dedicação. “Eu ficava noites na internet pesquisando melhorias, querendo aprender com aquele processo, foquei na rede social. Hoje a internet ajuda muito, veio para acrescentar e me ajudou muito, porque a gente posta nossas peças em 40 grupos e nas redes sociais que têm 38 mil pessoas, isso foi um complemento chave para esse sucesso, com muito foco e dedicação”, conta.

Em relação aos valores, Lígia revende peças para outros consultores com preços a partir de R$ 18. “Nossa mercadoria tem um valor baixo de venda, com um percentual muito pequeno, para que essas mulheres consigam revender as peças. Tenho vestidos de R$ 55, shorts de R$ 18 a R$ 35, que o revendedor pode repassar essas peças com 150% a 200% de lucro, porque a minha loja é de atacado e é referência em Belém por conta da qualidade”.

A revenda é, atualmente, a principal fonte de renda de Lígia e de sua família. Ela relata, inclusive, que seu marido deixou o trabalho para participar do negócio. O resultado de atuar neste segmento, segundo a empreendedora, é transformador. A própria Lígia já conseguiu, com o valor obtido nas vendas, comprar bens e patrimônios e ter um crescimento financeiro.

Transformação

Lígia Santos atribui o sucesso de hoje ao desempenho que o segmento de vendas e revendas pode oferecer. “Se não fossem as vendas, eu não teria essa mudança, eu não viveria hoje a vida que eu vivo. Eu não foquei em ter uma graduação porque eu não podia, houve um abandono do meu pai, a gente passou muita necessidade - eu, minha mãe e minha irmã - e o meu trabalho proporcionou uma mudança de vida, eu como e compro o que eu quero na hora que quero, posso viajar, tenho liberdade. As vendas mudaram a minha vida e a minha história”, comemora.

Na opinião dela, sua vivência e experiência podem ajudar outras empreendedoras. Na época que ela estava começando, já era mãe de dois filhos e não tinha capital para viajar e comprar peças fora, portanto, dessa forma ainda consegue facilitar para mulheres que vivem hoje a mesma situação. O objetivo, segundo ela, é que outras pessoas tenham a mesma oportunidade e façam parte do mercado, especialmente as que não conseguiram alcançar uma boa escolaridade ou que dependem de seus maridos financeiramente.

“A minha história mostra para as pessoas que, mesmo nascendo nas dificuldades, em um momento que passei fome, é possível uma reviravolta e é possível você se transformar de dentro para fora. A gente tem êxito, a gente prospera financeiramente, mas o meu foco é ajudar mulheres com a minha história, que foi uma adolescência com o sofrimento, mas esse sofrimento me levou a ser a mulher que sou hoje”.

O conselho de Lígia é que, mesmo sem nada, as empreendedoras comecem com pouco, em qualquer segmento: roupas, bolsas, sapatos, perfumes. E, para quem não tem um investimento inicial, ela recomenda os catálogos. Ela própria lembra que começou com R$ 2 mil que pediu emprestado. O relato de Lígia destaca o potencial transformador do mercado de revendas, evidenciando não apenas a viabilidade de obtenção de renda, mas também a oportunidade de mudança de vida para empreendedores determinados.

Quanto é possível ganhar com revenda?

A lista inclui as marcas mais conhecidas do segmento

Cosméticos e maquiagens

  • Os lucros variam de 15% a 40%
  • O kit inicial custa de R$ 69,99 a R$ 209

Jóias e acessórios

  • Os lucros variam entre 20% a 30%
  • O kit inicial custa cerca de R$ 1.800

Itens do lar

  • Os lucros variam entre 25% e 30%
  • O kit inicial custa de R$ 58 a R$ 270

Lingerie

  • Os lucros variam entre 15% e 30%
  • O kit inicial custa cerca de R$ 35

Fonte: Site Revendedor

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