Mercado de organização pessoal cresce e é opção de empreendedorismo em Belém

‘Personal organizers’ falam sobre desafios e oportunidades na área

Gabriel da Mota

Manter espaços organizados, em casa ou no trabalho, pode ser um desafio para quem possui uma rotina atarefada. No entanto, a alta produtividade requer, necessariamente, a capacidade de colocar as coisas em ordem. Desde 2022, a profissão de “personal organizer” (profissional de organização, em inglês), também chamada de consultor em organização ou organizador profissional, é reconhecida pelo Ministério do Trabalho na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Em Belém, personal organizers afirmam que o mercado é promissor e está em expansão. 

Mirna Santos, 35 anos, é profissional de organização há 7 anos na capital paraense. Ela conta que já trabalhou como assistente administrativo, corretora de imóveis, vendedora de loja, entre outras atividades, até se encontrar na ocupação atual. “Eu não sabia que personal organizer existia e que era uma profissão. Por isso, eu iniciei fazendo faxinas e, durante esse período, percebi que tinha algo faltando. Aí descobri que existia essa profissão e percebi que era exatamente isso que eu era”, relata. 

Mirna atua nas áreas residencial, comercial e de mudanças. O perfil de clientes da empreendedora é majoritariamente formado por mulheres que estão em busca de maior qualidade de vida, mais tempo para si próprias e para suas famílias. “Sem organização, as pessoas não conseguem saber tudo o que têm e consequentemente usar tudo isso. Elas [as clientes] chegam em casa após um dia cansativo e não conseguem relaxar, porque a bagunça tira toda a energia. Costumo dizer que organização é paz na vida das pessoas”, garante Mirna.

image A personal organizer Mirna Santos, 35 anos, afirma que organização “é paz na vida das pessoas” (Foto: Igor Mota | O Liberal)

Ivana Melo, 32 anos, é outra empreendedora belenense na área de consultoria em organização. Formada em Fisioterapia e especialista em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), desde 2020, ela trabalha como personal organizer – sua segunda transição de carreira. “Todo recomeço tem suas dificuldades. A paixão por organização foi o que me levou a mudar de carreira. Vi que, através da organização, eu poderia ajudar famílias a terem um lar com harmonia, paz, felicidade e amor. Levo o propósito deste trabalho em cada projeto de organização”, declara.

Desafios e oportunidades

“Todas as áreas do empreendedorismo são desafiadoras, mas esta em específico é por conta de ser relativamente nova no país e as pessoas ainda não entenderem muito bem o que é e como funciona”, explica Mirna Santos. A profissional acrescenta que as oportunidades de trabalho são variadas, já que um(a) personal organizer pode trabalhar nos segmentos residencial e comercial, auxiliando em mudanças de um lugar para outro, contribuindo também para a sustentabilidade desses espaços. 

Na opinião de Ivana Melo, o desconhecimento sobre o que faz um personal organizer e, consequentemente, a falta de compreensão sobre a importância deste trabalho podem ser desafios no segmento que ela empreende. “Muitas pessoas subestimam o valor de ter um espaço ordenado e podem relutar em investir nesses serviços”, diz. Outra dificuldade comum, segundo ela, é a resistência à mudança de hábitos por parte dos clientes. Para romper com padrões de desorganização, profissionais como Ivana e Mirna precisam ter paciência, empatia e habilidades de comunicação com os clientes.

image Ivana Melo é fisioterapeuta com especialidade em UTI, mas decidiu mudar para a área de organização pessoal em 2020 (Foto: Carol Sales | acervo pessoal)

“No entanto, apesar dessas dificuldades, empreender na área da organização é extremamente gratificante. Ajudar as pessoas a conquistarem mais tempo livre, reduzindo o estresse e melhorando a qualidade de vida faz com que cada obstáculo superado valha a pena. Com perseverança, é possível construir um negócio bem sucedido na área de organização”, ressalta Ivana.

“Sensação de paz”, resume cliente

A empresária belenense Larissa d’Avila, 37 anos, conta que buscava organizar as “coisas de casa" mas, por conta da rotina apertada, não conseguia fazer isso sozinha. A primeira vez que ela contratou Mirna foi em 2019 e, desde então, já recorreu ao serviço diversas outras vezes. “Uma sensação de paz, só de ter os cômodos arrumados e os armários com as coisas nomeadas, me ajuda a colocar as coisas no lugar certo e achá-las depois com praticidade”, resume a cliente.

Larissa acredita que o serviço é financeiramente acessível, considerando a economia a longo prazo advinda da disposição ordenada dos objetos: “Às vezes, na bagunça, acabamos comprando mais coisas do que deveríamos. Tendo tudo em vista, o investimento da organização acaba se pagando. Além do que a pessoa pode investir por partes: primeiro em um armário, depois vai fazendo o que mais precisar”, avalia.

Inserção na CBO

O reconhecimento da atividade de personal organizer, pelo Ministério do Trabalho, foi feito no início de 2022. A inserção na lista da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) serve para alimentar as bases estatísticas de trabalho e garantir subsídio para a formulação de políticas públicas de emprego. De acordo com a CBO, esses profissionais projetam e executam soluções para espaços internos residenciais, comerciais e industriais, visando a estética, o bem-estar e o conforto. Além disso, o exercício da ocupação “atualmente, não requer um nível de escolaridade determinado”, sendo desejável, porém, alguma formação técnica de nível médio ou universitária.

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