Cozinhar em casa para vender se torna alternativa de renda e movimenta microempreendedores em Belém

De marmitas a pratos típicos regionais, empreendedores de Belém transformam a cozinha doméstica em fonte de renda, mostrando que planejamento e criatividade podem compensar o baixo investimento inicial

Gabi Gutierrez
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Transformar a cozinha de casa em um espaço de produção virou tendência entre quem busca uma renda extra. Com o aumento dos custos para manter um ponto comercial e a alta demanda por refeições prontas, muitas pessoas têm encontrado na gastronomia doméstica uma forma acessível de empreender. cEm Belém, negócios que nasceram dentro da cozinha da própria casa já se consolidam como fontes de renda estável.

A empreendedora Caroline Moura é um desses exemplos. Ela, que também é estudante de nutrição, iniciou o empreendimento com apenas R$ 500, apostando em marmitas e refeições caseiras feitas por encomenda. “Comecei com o que tinha, usando meu próprio fogão e alguns utensílios básicos”, diz.

Segundo ela, logo na primeira semana de vendas ela já sentiu a necessidade de profissionalizar o ambiente de produção. "Foi aí que eu tive a real experiência de ter que aumentar a demanda dos ingredientes, também investir em outras marmitas e comprei utensílios de vidro para armazenar melhor os alimentos e proporcionar uma melhor qualidade ao cliente”, relata.

“Comecei com o que tinha, usando meu próprio fogão e alguns utensílios básicos. Fui reinvestindo o lucro e, aos poucos, comprei panelas melhores, embalagens adequadas e organizei o espaço para atender a demanda”, contou Caroline.

Embora promissor, fazer as refeições em casa, em uma cozinha doméstica, trazem desafios como armazenamento, higiene e logística. Caroline explica esse cenário: “A maior dificuldade foi que o fogão de seis bocas às vezes não é suficiente, principalmente porque as marmitas são feitas diariamente e de acordo com as preferências do cliente”

Quem também vive essa realidade, desde a década de 90, é a empreendedora Maria de Fátima Santos, começou a vender marmitas e lanches para ajudar nos custos da faculdade. Ela conta que, no começo, o principal foi adaptar o espaço para manter tudo organizado e dentro dos padrões de higiene. "Criamos uma rotina bem disciplinada com horários para produção, limpeza e armazenamento, além de investir em recipientes adequados para conservar os produtos com segurança”, explicou.

Hoje, Fátima se dedica à produção de comidas típicas regionais, como maniçoba, e tem visto o negócio crescer tanto que precisou ampliar o espaço da cozinha. 

​Como começar

Para Caroline o ponto de partida deve ser o planejamento e diz, inclusive, que este é o primeiro passo: "Fiquei basicamente dois meses me planejando para colocar tudo em prática”, afirma.

“Conhecer os alimentos e seus valores, organizar as entregas e controlar os gastos são passos fundamentais para entregar qualidade sem gastar demais”, pontua a empreendedora. 

Segundo ela, o segredo está em tratar o negócio com seriedade, mesmo dentro de casa. “Foi preciso planejar tudo para manter a higiene e o fluxo da produção. Mesmo em casa, a gente precisa tratar como um negócio profissional”, destacou.

Organização faz a diferença

Com o aumento da clientela, Fátima precisou também profissionalizar a logística das entregas. “Organizamos as entregas por rotas e horários fixos para evitar desperdício de tempo e garantir que tudo chegue fresquinho. Com planejamento e cuidado, fomos encontrando o equilíbrio entre o ambiente doméstico e a exigência profissional que o cliente merece”, contou.

Para quem quer começar a vender comida feita em casa, ela recomenda começar pequeno e focar em estrutura e limpeza. “Nossa dica é começar com o que já tem e melhorar aos poucos. A base é a organização e a limpeza, não o tamanho da cozinha. Usar bem os espaços, priorizar os utensílios realmente necessários e investir primeiro em equipamentos versáteis, que possam ser usados em várias preparações”, orientou.

Além de economizar, Fátima também incentiva a compra direta de ingredientes com fornecedores locais, o que ajuda a manter o preço competitivo e fortalece a economia da região.

“Comprar ingredientes em quantidade maior, direto com fornecedores da região, ajuda a economizar e ainda movimenta o comércio local. E, principalmente, é preciso acreditar no próprio talento. A cozinha funcional não é só feita de equipamentos, mas de amor, criatividade e dedicação em cada receita”, completou.

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