Com chegada da COP 30, empreendedores criam produtos especiais para o evento
Segundo Maria Fernanda Costa, empresária e artista plástica, expectativa de faturamento é de mais de 70%

Além de colocar Belém no centro das discussões internacionais, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30) tem se tornado uma grande oportunidade de movimentar a economia paraense. Aliados à oportunidade de expor os produtos que já são trabalhados cotidianamente, muitos empreendedores integraram o evento como parte da produção e pensaram artigos que tenham a conferência como tema ou serão lançados durante o período do encontro, que será em novembro deste ano. A artista plástica Maria Fernanda Costa, que trabalha com a confecção artística de produtos para casa e decoração, é um deles.
A empresa surgiu na pandemia, após um empreendimento de assessoria cerimonial fechar no período pandêmico. A ideia, segundo Maria Fernanda, nasceu da vontade de levar um colorido a mais para a casa das pessoas, especialmente dentro do contexto social causado pela época. A confecção das peças é voltada para a temática regional, pintadas inteiramente à mão, com artes que remetem às vivências e costumes dos paraenses. “Nós fazemos uma arte que é toda autoral, a partir de um um processo de pesquisa de dentro da nossa regionalidade, do nosso cotidiano e dos nossos costumes, também. A partir disso, as pessoas acabam fazendo encomendas conosco de produtos específicos, mas com base nessa pegada regional”, explicou a empreendedora.
As artes feitas incluem plantas, alimentos e frutas regionais, como guaraná, cupuaçu, pupunha e a flor do jambu. Além delas, elementos culturais do Pará como a festividade de São Benedito, que acontece em Bragança, e o carimbó também são representados. Outro tema que aparece com frequência nas artes é o Círio de Nazaré. Para a COP 30, pensando na temática ambiental, Costa teve a ideia inicial de fazer um produto à base de material reciclado de madeira e vidro para a parte da produção voltada à decoração das casas, que inclui, por exemplo, porta-chaves.
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Outra parte do material confeccionado teve como inspiração o mascote oficial da COP 30, o Curupira, anunciado oficialmente em julho deste ano. “Nós demos ênfase com a arte do Curupira, colocando nas jarras, nas taças e etc”, disse Maria Fernanda.
Planejamento para a COP 30
Com a chegada do segundo semestre e a proximidade da Conferência das Nações Unidas, os preparativos de produção e venda dos produtos estão sendo focados no público externo que chegará na capital paraense com o evento. A logística de planejamento, entretanto, está sendo pensada desde o começo do ano. A estimativa, segundo ela, é que o faturamento do empreendimento ultrapasse em 70% o que é vendido durante um mês.
“Nossas peças vão todas com com o cartãozinho de identificação, de manual de uso. Ele vai todo bilíngue. Já estamos pensando nessa sensibilidade para quem não é brasileiro e vai estar em Belém nesse período”, pontuou a artista plástica. Outras adequações também incluem a logística de transporte na embalagem das peças, uma vez que várias delas serão transportadas em aviões. A ideia é entregar os itens vendidos em uma embalagem reforçada e que permita que os produtos saiam do Brasil em segurança.
A venda dos artesanatos ocorre em dois pontos de venda física em Belém, em parceria com lojas colaborativas. Maria Fernanda também explica que as confecções também são fornecidas em uma loja de produtos amazônicos em São Paulo e outros estabelecimentos de revenda na capital paraense. A meta atual, segundo ela, é fornecer os produtos em restaurantes de Belém.
A primeira parceria foi feita em julho, em um localizado no bairro da Cidade Velha. “A ideia é expandir nos restaurantes para levar as nossas peças de mesa, os nossos copos, as nossas taças e os pratos para o restaurante”, explicou. A estratégia da empreendedora é vender os produtos mais utilizados durante o funcionamento de um restaurante (como jarras, copos e pratos) em atacado para o estabelecimento servir as refeições e, assim, estimular uma venda indireta — uma vez que, com a exposição às artes, os clientes podem procurar os produtos feitos em outro momento.
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