Amazônia Check

Por Grupo Liberal

Checagem especializada e jornalística sobre temas referentes à Amazônia abordados por presidenciáveis em vídeos exibidos durante campanha eleitoral. O projeto é uma parceria com o programa 'Jogo Limpo', do YouTube Brasil

Amazônia Check: checamos falas de Lula sobre a Amazônia no Ratinho

Equipe do Amazônia Check, projeto em parceria com ICFJ e Youtube, monitora e checa informações sobre a região amazônica ditas pelos candidatos à presidência. Confira a checagem e análise de falas do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

Carolina Mota, Eduardo Laviano e Vitória Reimão

Durante entrevista para o apresentador Ratinho, realizada no SBT no último dia 22 de setembro, o ex-Presidente da República e candidato líder nas pesquisas Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez quatro afirmações sobre a região amazônica, sendo duas verdadeiras, uma falsa e uma enganosa. A equipe do Amazônia Check analisou a veracidade das afirmações do candidato. Confira:

FALSO

“Temos 30 milhões em pastos degradados”

A afirmação está superestimada. Um mapeamento de 2000 a 2020, chamado de Atlas das Pastagens, mostra a qualidade das pastagens do Brasil. O estudo, em parceria com o Map Biomas, aferiu que 14% das pastagens no país são degradadas, o que representa 22,1 milhões de hectares, número bem menor do que o mencionado pelo candidato.

Uma equipe de cientistas do Brasil e do Reino Unido avaliou os impactos das mudanças nas paisagens da Amazônia em duas regiões do Pará – Santarém e Paragominas. Com isso, o grupo estimou, entre outras conclusões, que 24 mil km² da floresta viram pastagens a cada ano.

Segundo a Embrapa, a degradação de pastagens cultivadas é considerada o maior problema da atividade pecuária no Brasil, atingindo uma área de cerca de 70 milhões de hectares nas regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil.

image Lula concedeu entrevista ao apresentador do SBT (Divulgação)

ENGANOSO

“Quando eu cheguei na presidência se queimava 24 mil km². Nós derrubamos para quatro” 

No primeiro ano da presidência de Lula, em 2003, foram 25.396 km² desmatados. O número subiu em 2004 para 27.772 km² e depois iniciou uma trajetória de queda até o último mandato do ex-presidente, quando o desmatamento caiu para 7.000 km² em 2010.

A redução do desmatamento no Brasil só alcançou o recorde histórico, os 4.571 km² mencionados por Lula, em 2012, já no governo Dilma Rousseff (PT).

Os dados ditos por Lula são imprecisos e, apesar de usar a palavra "nós", provavelmente referindo-se aos quatro governos do Partido dos Trabalhadores, Lula inicia a fala falando "quando eu cheguei na presidência", dando a entender que a redução para 4.571 km² ocorreu sob a gestão dele. A fala foi considerada enganosa por estar fora de contexto. 

VERDADEIRO

“Nós fomos na COP-15 em 2009, o encontro ambiental que houve para discutir em Copenhagen e nós assumimos o compromisso em lei de derrubar o desmatamento em 80%. E aprovamos reduzir a emissão de gás efeito estufa em 36,9%” 

A afirmação é verdadeira. Na Conferência de Copenhague (COP15), em 2009, Lula assinou um compromisso que mais tarde foi transformado na Lei N° 12.187. O objetivo era reduzir entre 36,1% e 38,9% a emissão de gases de efeito estufa até 2020. O Brasil também aceitou o compromisso de redução do desmatamento na Amazônia em 80% até o ano de 2020.

VERDADEIRO

"E nós cumprimos"

De fato, houve uma redução de 82% no desmatamento da região entre 2003 e 2012, dado já mencionado anteriormente pelo petista e que supera a meta estabelecida para o Brasil no acordo feito em Copenhagen.

É importante lembrar, porém, que com relação à taxa de desmatamento na Amazônia, o Brasil tem falhado nas metas, já que elas estabelecem como data limite o ano de 2020: houve um aumento de 34% no desmatamento em 2020, em comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Entre agosto de 2020 e julho de 2021, a Amazônia Legal perdeu 10.476 km² de floresta. A taxa foi considerada a pior dos últimos dez anos, segundo os dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

Segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa, do Observatório do Clima, no ano de 2020, as emissões chegaram ao maior nível do país, desde 2006.

Houve um crescimento de 9,5%. O cálculo concluiu que o Brasil gerou poluição climática em torno de 2,16 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (GtCO2e) às emissões nacionais brutas no ano de 2020, contra 1,97 bilhão do ano anterior.

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