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Sambada agita Ilha de Outeiro neste sábado

Festa com entrada gratuita vai começar a partir do meio-dia e terá atrações musicais e venda de comidas e bebidas.

Alexandra Cavalcanti - Especial para O Liberal
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A sambada é uma reunião onde se canta e dança samba. Mas no nordeste brasileiro e mais especificamente em Pernambuco, é conhecido como um encontro entre grupos de maracatu e outros ritmos para competir em desafio. Em Belém, a sambada foi adaptada pela organização Casa Preta há alguns anos e virou uma festa tradicional que contempla vários ritmos, inclusive o samba. Neste sábado (4), a festa está de volta com a presença da Banda Pitiú de Cobra, Grupo Jurupati, DJ Negro LIL e apresentação do Bloco Firme, a partir das 12h, com entrada gratuita, na sede da Casa Preta, na Rua dos Bacuris, 125, no bairro São João do Outeiro, no distrito de Outeiro.

O coordenador da Casa Preta, Anderson Ferreira, mais conhecido como Don Preto, destacou que este ano por conta da pandemia, não houve nenhuma sambada. “Essa vai ser a primeira e a última de 2021 e o último baque do Bloco Firme, um projeto que eu criei em 2011, no bairro da Terra Firme, onde na época era a sede da Casa Preta. Muitas pessoas participaram, inclusive chegamos a levá-lo para áreas quilombolas do Baixo Amazonas e outras partes do Pará”, contou ele, ressaltando que o bloco será encerrado e um novo será criado em 2022.

Ele destaca que o principal diferencial da sambada é o fato dela dialogar com o contemporâneo e com o ancestral ao mesmo tempo. “Essa sempre foi uma preocupação da Casa Preta, que tentou caminhar no presente, mas sem esquecer do passado, que é o que a gente pode chamar de simbologia. Por isso, reunimos a cultura digital junto com os nossos tambores ancestrais, com a nossa musicalidade, nossa espiritualidade e os valores que trazemos da África para o Brasil, onde a diáspora africana se encontra com a cultura indígena. É isso que procuramos mostrar na música, na comida, nas pessoas, ou seja, toda essa essência da Casa Preta”, descreve.

As atrações foram escolhidas também pela afinidade com o conceito da sambada paraense. “Vamos ter o DJ Negro LIL, que também é um colaborador aqui da Casa, uma pessoa que costuma contribuir com a gente. Teremos também o grupo de carimbó, o Jurupari que é do bairro da Brasília, aqui da Ilha de Caratateua”, antecipa.

Já o Bloco Firme fará uma participação especial. “Vamos tentar reunir os antigos integrantes desse trabalho, pessoas que participaram do bloco e que foram convidadas para estarem com a gente neste sábado. Sempre tivemos uma parceria boa dentro da comunidade onde o bloco atua que é na Terra Firme, por isso chamamos ele para esse último baque”, diz.

Espaço

A Casa Preta foi fundada em 2009 e, segundo Don Preto, “é um quilombo urbano, uma organização que trabalha as questões raciais e pensa a africanidade na diáspora. Trabalha também as questões da música, da literatura, da tecnologia, dos softwares livres e procura trazer esses diálogos para uma discussão racial”, define.

Dois anos depois foi criado o Bloco Firme, no bairro da Terra Firme e Canudos, um projeto que demarcou um território com tambores. “Construímos alfaias ou bumbos da música do maracatu que num primeiro momento são populares no ‘baque-virado’, em Pernambuco, porém, os tambores como um todo, são avatares de uma história que tem início há 200 mil anos no continente africano. O Bloco Firme seguiu até meados de 2016 e desde então está espalhado em mais de 200 tambores ao longo do Rio Trombetas, em Oriximiná, no Baixo-Amazonas”, destaca Don.

Em 2022 a Casa Preta iniciará um novo bloco percussivo na Ilha de Caratateua. “Atualmente com sede própria, um novo ciclo se faz necessário, uma nova batalha precisa ser travada e o fechamento de ciclos é um grande aprendizado durante e após a pandemia. Assim, queremos celebrar o último baque do Bloco Firme com oficinas e a sambada deste sábado”, justificou.

Agende-se:

Sambada - O último baque do Bloco Firme, a partir das 12h, com entrada gratuita e venda de feijoada e cachaça de jambu no local. Endereço: Rua dos Bacuris, 125, no bairro São João do Outeiro, no Distrito de Outeiro.

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Música
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