Vozes se amplificam na COP da Amazônia

Conheça os espaços de debates da Conferência em Belém e quem pode participar das negociações que prometem impactar o meio ambiente

Ize Sena / Especial para O Liberal
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De 10 a 21 de novembro, Belém sediará a 30ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 30. Esse é o principal evento da ONU sobre a mudança do clima, que ocorre anualmente.

No entanto, nos últimos meses, muito tem se falado sobre hospedagem, logística, capacidade da capital paraense em receber os cerca de 50 mil visitantes esperados e ainda sobre as obras que impactam o dia a dia da população. A preocupação excessiva com essas temáticas pode acabar deixando as principais discussões da COP 30 em segundo plano.

E sabemos que o debate sobre mudanças climáticas vai muito além disso. Com a Conferência do Clima realizada em Belém, a floresta e as políticas de redução de emissões a partir da Amazônia estarão na pauta principal do evento pela primeira vez, assim como o papel do Sul Global nas discussões climáticas.

image As queimadas e o desmatamento estarão nas pautas de debate da COP 30 em Belém (Miguel Riopa/AFP)

Então, vamos conhecer o palco destes debates e ficar por dentro dos espaços da COP 30. O Parque da Cidade, construído no local onde funcionou um pequeno aeroporto em Belém, abrigará, além do Centro de Economia Criativa e do Centro Gastronômico, duas importantes áreas da Conferência. São elas:

Blue Zone

É na zona azul que são definidos os rumos do futuro das políticas climáticas internacionais. Neste espaço ocorrem as negociações oficiais, da Cúpula de Líderes e dos pavilhões nacionais, além de diálogos e apresentação de projetos, estratégias e soluções para a agenda climática.

Apenas delegações oficiais, chefes de Estado, observadores e imprensa credenciada são autorizados. Além das plenárias, haverá pavilhões para organizações e países interessados em expor suas ideias para um futuro mais sustentável. É daqui que se esperam respostas concretas para os desafios enfrentados pelo meio ambiente. 

Green Zone

A COP 30 também será um espaço para a busca de soluções e inovações em resposta à emergência climática. Daí a importância da Zona Verde (Green Zone), dedicada à sociedade civil, instituições públicas e privadas, que se conectam aos líderes globais por meio do diálogo, inovação e investimento sustentável.

image A emissão de gases que promovem o aquecimento do planeta Terra é uma das pautas da COP 30 (Divulgação)

A área permitirá destaque e fomento de soluções colaborativas sobre a emergência ambiental global, dando visibilidade às iniciativas que fortaleçam o compromisso com uma abordagem ambiental, social e de governança (ESG) de diálogo internacional. Os hubs temáticos serão voltados para áreas cruciais para um futuro mais verde como: financiamento climático, inovação, biodiversidade, tecnologias limpas e muitos outros temas ligados à agenda climática.

Além dos espaços oficiais de debate, a COP 30 mobiliza outros setores da sociedade a também criar espaços de debate para que as várias vozes estejam presentes nas discussões e participem nas decisões sobre mudanças climáticas. Confira algumas delas:

Freezone Cultural Action

O projeto une arte, juventude, tecnologia e ação cidadã em torno das urgências climáticas. A iniciativa é uma zona aberta para participação e diálogo, segundo a expectativa dos organizadores, e será realizada durante a COP 30, na Praça da Bandeira. 

O projeto trará à tona debates urgentes sobre clima, bioeconomia, circularidade, justiça ambiental e protagonismo jovem. Serão realizados fóruns como “O Jovem por um futuro mais ancestral” e “COP 30 – A Discussão é de Todos”, além de uma extensa programação artística que envolve música, teatro, gastronomia sustentável e experiências sensoriais.

Aldeia COP

O governo brasileiro está organizando uma "Aldeia COP" para receber povos indígenas de todo o mundo durante a COP 30. O espaço será montado na Universidade Federal do Pará (UFPA) e deve comportar mais de 3 mil indígenas. O Ministério dos Povos Indígenas busca, junto à presidência da COP, o número de 500 indígenas do Brasil e 500 indígenas de todas as outras partes do mundo, com credenciamento na Zona Azul, além de outros que devem participar também da Zona Verde.

O que é a COP?

A Conferência das Partes (COP) é o maior evento global para discussão e negociações sobre as mudanças do clima. O encontro é realizado anualmente e a presidência se alterna entre as cinco regiões reconhecidas pela ONU. A COP 30 contará com a presença de chefes de Estado, ministros, diplomatas, representantes da ONU, cientistas, líderes empresariais, ONGs, ativistas e outros membros da sociedade civil de mais de 190 países

Quais as principais pautas?

A COP 30 dará continuidade ao Acordo de Paris, assinado na COP 21, e às discussões das COPs anteriores. As metas de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C e os compromissos de financiamento climático serão tópicos centrais para monitorar o progresso desde a COP 29 e acelerar ações futuras.

Os principais desafios são alinhar os compromissos de países desenvolvidos e em desenvolvimento em relação ao financiamento climático; garantir que as metas de redução de emissões sejam compatíveis com a ciência climática; lidar com os impactos socioeconômicos das mudanças climáticas em populações vulneráveis.

Qual o papel do Brasil nesse debate?

Como país anfitrião, o Brasil está comprometido em fortalecer o multilateralismo e na busca por consensos nas metas globais para a redução da emissão de gases que promovem o aquecimento do planeta Terra.

A COP 30 representa uma oportunidade histórica para o Brasil reafirmar seu papel de liderança nas negociações sobre mudanças climáticas e sustentabilidade global. O evento permitirá ao país demonstrar seus esforços em áreas como energias renováveis, biocombustíveis e agricultura de baixo carbono, além de reforçar sua atuação histórica em processos multilaterais, como na Eco-92 e na Rio+20.

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A cobertura da COP 30 envolve todos os veículos do Grupo Liberal, com dezenas de profissionais comprometidos em divulgar as notícias do evento. O projeto tem patrocínio da Hydro, Agropalma, Grupo Status, OCB, Faepa, Fiepa, Alepa, Atacadão, Sebrae no Pará, Equatorial Energia, Natura, Recicle, Guamá Tratamentos, Fecomércio e Banco da Amazônia, além do apoio da Vale.

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