Mudanças climáticas aumentam os riscos de doenças tropicais
Clima quente e úmido é cenário propício para casos de dengue aumentarem

Com o aumento da temperatura e das mudanças nos regimes de chuva, ocorre também o aumento dos casos de doenças tropicais como a dengue, já que o aquecimento global muda o comportamento dos mosquitos, fazendo com que eles transmitam doenças para uma grande quantidade de pessoas.
Vale destacar que as doenças tropicais são infecciosas virais, bacterianas e parasitárias, que acometem pessoas especialmente em áreas tropicais, caracterizadas pelo clima quente e úmido. De acordo com Marília Brasil Xavier, médica infectologista e pesquisadora do Núcleo de Medicina Tropical da Universidade Federal do Pará, estas patologias ocorrem principalmente em regiões da Ásia, África, América latina e parte da Oceania.
“Por serem influenciadas por componentes climáticos e socioeconômicos, essas doenças apresentam comportamentos epidemiológicos relacionados que mantêm o número de casos endêmicos, isto é, espera-se que nessas regiões a taxa de ocorrência se mantenha com algumas oscilações. Eventualmente, alterações climáticas ou epidemiológicas podem provocar períodos epidêmicos. No Brasil, a estimativa do Ministério da Saúde é de cerca de 30 milhões de pessoas sob risco”, explica Marília Brasil.
Pará
As doenças tropicais mais comuns no Pará são: doença de chagas, esquistossomose, filariose linfática, hanseníase e leishmaniose visceral. Outro ponto importante é que a raiva humana e a filariose linfática foram controladas por meio de estratégias de prevenção e controle, porém existem outras doenças que também são listadas na literatura científica como malária, febre amarela, tuberculose e dengue.
Segundo a infectologista Marília Brasil, a prevenção das doenças tropicais ocorre conforme a história natural de cada doença, isto é, relacionada à forma de transmissão e disseminação da mesma e se existem vacinas específicas ou outras medidas profiláticas.
“Não há ainda vacina para malária, porém há que se evitar horários e locais que favorecem a picada do mosquito transmissor, por exemplo, além do uso de mosquiteiros em áreas endêmicas. Para dengue já temos vacina, embora ainda seja específica para certos grupos populacionais. Para raiva, temos vacina animal, com vacina e soro humano como profilaxia pós acidente e controle dos animais capazes de transmitir”, ressalta a médica.
O tratamento ocorre de acordo com a doença. Alguns envolvem esquemas de antibióticos e antiparasitários e outros apenas medidas sintomáticas. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento e atua ativamente nas medidas de prevenção e controle dessas doenças.
Dengue
Para o autônomo Rubens Chagas de Freitas, de 21 anos, as medidas de prevenção contra a dengue são essenciais, já que, em março de 2024 e em janeiro de 2025, ele teve dengue.
“Inicialmente, percebi alguns sintomas em casa que me deixaram desconfiado. Como não estava gripado e mesmo assim tive febre alta, procurei um médico. Ele confirmou o diagnóstico de dengue com base nos sintomas, sem a necessidade de exame laboratorial. Hoje, meu principal cuidado é eliminar possíveis focos do mosquito transmissor. Procuro sempre verificar se há água parada em casa ou nas redondezas”, explica Rubens Chagas.
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