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Financiamento climático

Mecanismos inéditos e compromissos bilionários marcam avanços na arquitetura financeira climática da COP 30

Ize Sena - especial para O Liberal
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Uma das grandes apostas do governo brasileiro para a COP 30, o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (Tropical Forests Forever Facility - TFFF) mobilizou mais de US$ 6,7 bilhões em sua primeira fase, com o endosso de 63 países, estabelecendo uma base de capital permanente para a proteção florestal.

O mecanismo inédito para pagamentos de longo prazo cria um novo modelode financiamento climático. Na prática, os países que preservam as florestas tropicais, a partir da conservação verificada de florestas em pé, serão recompensados financeiramente por meio de um fundo de investimento global. Enquanto isso, os investidores vão recuperar os recursos investidos, com remuneração compatível com as taxas médias de mercado. A nova economia baseada na conservação faz da floresta em pé uma fonte de desenvolvimento social e econômico, visto que os investidores terão retornos ao mesmo tempo em que contribuem para a preservação florestal e a redução de emissões de carbono.

image O TFFF garante que a floresta em pé seja uma fonte de desenvolvimento social e econômico (Antônio Scorza/ COP 30)

O TFFF esteve entre os avanços citados no balanço dos trabalhos da COP 30 feito pela ministra do Meio Ambiente e Mudança
do Clima, Marina Silva. Segundo ela, a COP 30 marcou um ponto de virada histórico para a ação climática baseada na natureza.

“Demos um passo relevante no reconhecimento do papel de povos indígenas, comunidades tradicionais e afrodescendentes. A transição justa ganhou corpo e voz. Lançamos o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, mecanismo inovador que valoriza aqueles que conservam e mantém as florestas tropicais”, lembrou Marina.

Pacote de Belém

O Pacote de Belém, resultado de um acordo geral na COP 30, destaca ainda o compromisso de triplicar o financiamento climático para a adaptação em países em desenvolvimento até 2035.

Além do acordo geral, vários anúncios de financiamento específicos e programas foram destacados durante a conferência. Apesar desses anúncios pontuais,a principal discussão girou em torno de como atingir a meta global de financiamento climático (estimada em US$ 1,3 trilhão por ano) e a origem desses recursos, o que permanece um desafio central para as negociações climáticas futuras.

image Projetos debatidos na COP 30 representam um dos maiores esforços de restauração ecológica já realizados no país (Thiago Gomes/ O Liberal)

De acordo com a presidência da COP 30, a Conferência marca um grande passo no remodelamento da arquitetura financeira internacional para se alinhar com a urgência e a escala da crise climática. O aprimoramento do papel do financiamento com base em doações e o lançamento de instrumentos inovadores, como garantias, financiamento misto e trocas de dívidas por clima são alguns exemplos dos novos compromissos assumidos pelas partes.

A COP 30 também lançou o Quadro de Responsabilização do Financiamento Climático Global (Global Climate Finance Accoun-

tability Framework) para fortalecer a transparência, credibilidade e confiança na entrega do financiamento climático, refletindo uma mudança mais ampla de promessas fragmentadas para apoio financeiro coerente, mensurável e equitativo.

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