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Estudantes do IFPA criam armadilha ecológica para combater mosquitos na Amazônia

Projeto sustentável desenvolvido por alunos em Marabá usa materiais recicláveis e vira referência nacional no enfrentamento a doenças vetoriais

Hannah Franco

Com a chegada do inverno amazônico e o aumento das chuvas, cresce também a preocupação com os mosquitos, conhecidos na região como carapanãs. Pensando em reduzir os riscos de doenças transmitidas por esses insetos e oferecer uma solução de baixo custo, estudantes do Instituto Federal do Pará (IFPA), campus Industrial de Marabá, desenvolveram uma armadilha luminosa ecológica, feita com materiais recicláveis e sem o uso de produtos químicos.

Batizado de EcoLuz Trap, o dispositivo utiliza garrafas PET, luzes de LED azuis e ventiladores reaproveitados para atrair e capturar os mosquitos, promovendo proteção em ambientes domésticos de forma acessível e segura.

Iniciativa alia sustentabilidade e combate a doenças tropicais

A equipe responsável pelo projeto é formada por cinco alunos do curso técnico em Controle Ambiental: Wilian Saraiva Silva, Cleiton Santos Costa, Lucyellen Carvalho Neres, Maria Clara de Souza Lima e Yane Katlen da Silva Lima, sob orientação do professor Riguel Feltrin Contente.

image Alunos que realizaram o projeto (Reprodução/EcoLuz Trap)

A ideia surgiu de uma necessidade doméstica. Segundo o professor, o filho pequeno sofria com a presença de mosquitos, mas o uso de inseticidas era inviável por conta de problemas respiratórios. A partir de testes caseiros com armadilhas luminosas, surgiu a proposta de adaptar o modelo com materiais reaproveitados para uso em residências de baixo poder aquisitivo.

“Os estudantes relataram que a maioria mora em áreas periféricas de Marabá, onde o problema com mosquitos é constante. Isso despertou a ideia de criar um dispositivo acessível, que pudesse ser feito por qualquer pessoa com itens simples”, contou o professor.

Dispositivo sustentável pode ser feito por até R$ 20

Enquanto modelos similares custam acima de R$ 100 no mercado, a versão desenvolvida pelos alunos consegue ser montada com aproximadamente R$ 20. A armadilha, além de econômica, não depende de produtos químicos, o que a torna segura para crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias.

O EcoLuz Trap surgiu como resposta à proliferação de doenças como dengue, zika, chikungunya e leishmaniose, presentes em diversas regiões da Amazônia durante todo o ano.

Prototipagem, testes e oficinas com a comunidade

A proposta foi elaborada com base no método STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), e apresentou resultados comparáveis aos de equipamentos comerciais. Após a criação dos primeiros protótipos, a equipe iniciou uma fase de testes com diferentes tipos de lâmpadas e variáveis ambientais, utilizando até uma estação meteorológica para cruzar dados.

Além dos testes, os estudantes realizam oficinas e ações educativas em comunidades, ensinando como construir o equipamento e alertando sobre a importância do controle de vetores e da reciclagem.

Nova versão com placa de papelão amplia acessibilidade

Durante a fase de aprimoramento do projeto, os jovens criaram um novo modelo utilizando uma base de papelão para ligar o sistema à energia elétrica. A solução elimina a necessidade de soldas, mantendo a eficiência do equipamento e facilitando sua replicação em comunidades com poucos recursos técnicos.

“O que a gente mais quer é reduzir a proliferação de doenças e, ao mesmo tempo, promover a reciclagem. Usamos materiais que seriam descartados de forma inadequada no meio ambiente”, explicou Maria Clara.

Para o professor Riguel Feltrin, o principal resultado do projeto não está apenas na visibilidade nacional que o projeto conquistou, mas no impacto que causou na vida dos estudantes. “Eles trouxeram as ideias e desenvolveram tudo com garra. O mais importante é ver a motivação deles, a vontade de aprender, de transformar a realidade e de usar a ciência como ferramenta de mudança social”, destacou.

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A cobertura da COP 30 envolve todos os veículos do Grupo Liberal, com dezenas de profissionais comprometidos em divulgar as notícias do evento. O projeto tem patrocínio da Hydro, Agropalma, Grupo Status, OCB, Faepa, Fiepa, Alepa, Atacadão, Sebrae no Pará, Natura, Recicle, Guamá Tratamentos, SESC,  Banco da Amazônia, Alubar, IBRAM, Sinobras e Alpargatas além do apoio da Vale.

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