Parlamentares e sociedade civil se reúnem e buscam soluções para questões climáticas 

Evento em Belém reuniu mais de mil pessoas, entre elas, cerca de 300 parlamentares do Brasil e do exterior

O Liberal
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O Encontro Internacional de Parlamentares e da Sociedade Civil pela Justiça Climática reuniu cerca de 300 parlamentares de várias partes do Brasil e do mundo e o movimento organizado nesta sexta-feira, 14, no auditório Benedito Nunes, da Universidade Federal do Pará (UFPA). Grupos de indígenas do Baixo Tapajós, de quilombolas do Baixo Acará e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), entre outros, apresentaram reivindicações, com destaque ao repúdio à exploração de petróleo na Foz do Amazonas. Uma carta com a síntese das discussões será entregue ao presidente da COP 30, André Corrêa do Lago.

O evento, que lotou o auditório com capacidade para 1 mil lugares, foi organizado pelo Parliamentarians for a Fossil - Free Future (do inglês, Parlamentares pelo Futuro Livre de Combustíveis Fósseis), pela deputada estadual Lívia Duarte - única representante da Amazônia no grupo - e pela Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa). “Esse encontro foi pensado para que pudéssemos reverter a lógica do espaço oficial da conferência do clima da ONU, que foi pensado sem a participação da sociedade civil. Queremos ouvir e contar com os movimentos populares para construir uma transição climática que respeite os territórios e os povos”, explicou Lívia Duarte.

Estiveram presentes os deputados federais Érika Hilton (PSOL/SP), Airton Faleiro (PT/PA), Sâmia Bomfim (PSOL/SP), Ivan Valente (PSOL/SP), Talíria Petrone (PSOL/RJ), Célia Xakriabá (PSOL/MG), Tarcísio Motta (PSOL/RJ), além de deputados estaduais e vereadores de vários cantos do Brasil, da senadora do Canadá, Rosa Galvez; Anthony Kasandwe, membro do parlamento da Zâmbia (África); do ex-prefeito de Belém, professor Edmilson Rodrigues, a ativista filipina Lidy Nacpil, coordenadora do Movimento dos Povos Asiáticos sobre Dívida e Desenvolvimento; o adolescente de 15 anos ativista do clima na ilha de Outeiro (Belém, Pará) João do Clima; e o reitor da UFPA, Gilmar Pereira, entre outros.

“Nós não precisamos nos calar diante de retrocessos. Estar aqui defendendo nossos 14 povos, 124 aldeias para mais de 21 mil indígenas, isso é dizer chega de nos matar”, disse Margareth Maytapú, do Conselho Indigenista Tapajós Arapiuns (Cita), ao cobrar o compromisso dos parlamentares com a demarcação de terras e o ensino presencial nas aldeias. Já Wellington, representando as comunidades quilombolas dos municípios de Acará e Bujaru, destacou que a instalação de aterro sanitário vai afetar a vida dos habitantes e causar danos ambientais, com o desmatamento, morte de animais silvestres e destruição de 18 olhos d’água e quatro igarapés que abastecem as famílias. “É um projeto de morte”.

“Esse encontro é muito importante, no momento em que o mundo se volta para o Brasil e a Amazônia. A COP não pode simbolizar um palco para que negociatas aconteçam, para que empresas ou nações, bilionários venham aqui fazer acordos que não cumprirão em detrimento da dignidade das populações”, declarou Érika Hilton. Ela ressaltou que a transição energética com a redução do uso dos combustíveis fósseis é urgente, pois a crise climática é uma realidade que afeta a vida das pessoas, porém, elas não estão no centro de discussão da conferência, apesar da histórica contribuição de povos indígenas, quilombolas e da floresta na defesa ambiental.

O encontro teve o apoio da Rede Aponte, Clima de Política, Instituto Futuro e Climate Finance Center for the Global South- CFC GS (Centro de Financiamento Climático para o Sul Global).

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