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Pará consolida protagonismo na bioeconomia e puxa agenda da Amazônia, diz diretor da Natura

Representante da empresa de cosméticos destaca potencial oculto da floresta, força das comunidades e desafios de escala para transformar ativos em riqueza

Gabriel da Mota
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O Pará reúne as principais condições para liderar a bioeconomia no país e impulsionar um novo ciclo de desenvolvimento na Amazônia. A avaliação é de representantes da Natura, que visitaram a sede do Grupo Liberal nesta terça-feira (18), e destacaram tanto a força da biodiversidade local quanto o avanço de políticas públicas que colocam o Estado “na frente” da discussão nacional.

Com uma das maiores extensões de floresta do planeta, o Pará concentra um conjunto de conhecimentos tradicionais e potencial científico ainda pouco explorado.

“O Pará está no centro da Amazônia, a floresta mais biodiversa do planeta. Há um potencial gigantesco de usos e de ciência que ainda está oculto”, afirma Paulo Dallari, diretor de Reputação e Governo da empresa.

Segundo ele, esse patrimônio pode se converter em renda, melhoria de vida e desenvolvimento local, desde que associado à tecnologia, pesquisa e modelos de produção em escala.

A Natura, que há 25 anos atua com sociobioeconomia na região — e quase 30 se consideradas as primeiras pesquisas — trabalha hoje com 46 bioativos extraídos da Amazônia. Parte deles é amplamente conhecida, como castanha e açaí. Outros emergiram de estudos sobre saberes tradicionais ou de investigações que revelaram novas propriedades. Entre os exemplos citados está a ucuuba, antes usada principalmente como madeira para cabos de vassoura e que, após pesquisas, passou a ser valorizada por seu potencial emoliente em produtos hidratantes.

Esses insumos são fornecidos por 52 comunidades, sendo 45 situadas na Amazônia e 23 dentro do Pará — quase metade das parcerias da empresa na região. “Isso mostra a centralidade do Estado. A relação é baseada em critérios de comércio justo, com desenvolvimento comunitário aliado ao avanço do negócio”, pontua Dallari.

image Paulo Dallari e Anselmo Baccarini, líder da comunicação institucional da Natura, foram recebidos por Ney Messias Jr., diretor de Entretenimento e Rádio Web do Grupo Liberal, e Anne Pereira, gerente comercial do Grupo Liberal (Tarso Sarraf / O Liberal)

Além da identificação de ativos, o principal desafio é garantir viabilidade em larga escala. “Não falamos de algo artesanal. É preciso alcançar o mercado nacional e internacional para gerar renda de verdade”, explicam. A busca por soluções envolve desde o manejo sustentável até modelos inovadores como o Sistema Agroflorestal do Dendê (SAF DND), desenvolvido pela Natura em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A tecnologia combina a palma com espécies nativas, regenerando áreas degradadas, aumentando biodiversidade, capturando carbono e gerando novas cadeias produtivas.

COP 30

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 30), realizada em Belém, foi destacada pela empresa como um acelerador dessa agenda. No âmbito internacional, reforçou o papel estratégico do Brasil no combate à crise climática. Internamente, estimulou anúncios de governos e empresas, atração de investimentos e a ampliação de projetos. “Trouxemos nossos casos para empurrar políticas públicas e investimentos privados, consolidando a bioeconomia como o próximo salto de desenvolvimento do país”, explica.

Para o pós-COP, a expectativa é de continuidade. “O tema precisa permanecer. É essencial que as oportunidades internacionais e nacionais avancem para transformar definitivamente a bioeconomia em motor econômico”, finaliza.

Paulo Dallari e Anselmo Baccarini, líder da comunicação institucional da Natura, foram recebidos por Ney Messias Jr., diretor de Entretenimento e Rádio Web do Grupo Liberal, e Anne Pereira, gerente comercial do Grupo Liberal.

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