Na COP em Belém, Barroso diz que 'Não há antagonismo entre agronegócio e proteção ambiental'
Durante entrevista para o Grupo Liberal na Blue Zone, Ministro do STF abordou interdependência dos setores e pautas como equilíbrio de gênero na Corte
O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, participou nesta quarta-feira (13) de entrevista concedida ao Grupo Liberal em Belém, durante a programação da COP 30. Entre os temas abordados, Barroso defendeu a inexistência de contradição entre o agronegócio e a proteção ambiental, destacando a interdependência entre os dois setores.
Segundo o ex-ministro, a ideia de antagonismo entre meio ambiente e produção rural é uma construção artificial. Ele afirmou que nenhuma atividade econômica depende tanto da natureza quanto o agronegócio, citando os chamados “rios voadores da Amazônia”, que levam umidade da floresta para outras regiões do país.
Produção do Centro-Oeste depende da Amazônia, afirma Barroso
Barroso destacou que a produção agrícola no Centro-Oeste, uma das principais regiões produtoras do Brasil, depende diretamente da preservação da floresta amazônica. “Se não chover no Centro-Oeste, não há produção”, afirmou o ex-ministro.
Para ele, o agronegócio legítimo, que considera fundamental para a economia nacional, é beneficiário direto da proteção ambiental, e não seu inimigo. “O que deve existir é sinergia, não antagonismo”, concluiu.
Ex-ministro defende mais mulheres no STF
Ao ser questionado sobre o perfil ideal para seu substituto no Supremo Tribunal Federal (STF), Barroso defendeu que o tribunal precisa de maior equilíbrio de gênero. Atualmente, apenas uma mulher integra a Corte.
Apesar de reconhecer que há homens muito qualificados entre os nomes cogitados, ele afirmou que seria positivo ampliar a presença feminina. O ex-ministro ponderou que não se trata de oposição aos nomes masculinos, mas de uma constatação sobre a necessidade de maior diversidade no STF. “Há muitas mulheres igualmente capazes”, afirmou.
Barroso lista virtudes essenciais para cargos públicos
Barroso também comentou sobre as qualidades que considera fundamentais para quem ocupa cargos públicos, especialmente no Supremo. Ele elencou três virtudes essenciais:
- Integridade: agir corretamente, sem desviar recursos ou prejudicar outros.
- Civilidade: saber tratar com respeito aqueles que pensam diferente.
- Idealismo: viver para além do próprio interesse, com propósito coletivo.
“Essas são virtudes que servem para a vida pública e para a vida em geral”, completou Barroso.
Barroso define aposentadoria com a palavra ‘leveza’
Ao final da entrevista, Barroso foi perguntado sobre o que tem aproveitado na aposentadoria. Ele respondeu com uma única palavra: “Leveza”.
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