Na COP 27, Lula afirma que será mais 'cobrador' de países ricos sobre acordo climático

Presidente eleito citou compromisso firmado na COP 15 de destinar R$ 100 bilhões de dólares por ano para ajudar os países menos desenvolvidos a enfrentarem a mudança climática

Daniel Nardin
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O auditório Ibis, destinado pela organização da 27ª Conferência das Nações Unidas para o Clima, em Sharm El-Sheikh, no Egito, ficou pequeno para a quantidade de pessoas que acompanharam o pronunciamento do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, no evento. Lula recebeu convite do anfitrião da COP 27, o presidente egípcio Abdel Fatah al-Sissi e entrou na programação oficial da Conferência.

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Antes da chegada do presidente eleito, diversos políticos, imprensa, ativistas e pesquisadores já ocupavam as cadeiras do espaço e a organização precisou disponibilizar mais um auditório para o restante do público, que viu a fala em um telão, por transmissão simultânea.

Em seu discurso, Lula reforçou compromissos assumidos em campanha e no pronunciamento feito logo após a vitória, no dia 30 de outubro, de forte atuação na área ambiental e fortalecimento dos mecanismos de combate ao desmatamento e outras atividades ilegais na Amazônia. Num ambiente internacional, Lula aproveitou para deixar recado aos países mais ricos, lembrando de acordo firmado em 2009 para apoiar os países menos desenvolvidos no esforço global em relação às mudanças climáticas.

“Eu não voltei para fazer o mesmo. Voltei para fazer mais e por isso esperem um Lula mais cobrador para que a gente possa fazer um mundo mais justo e humanamente melhor para todos nós”, disse.

Segundo Lula, em 2009, “os países presentes à COP 15 em Copenhague comprometeram-se em mobilizar 100 bilhões de dólares por ano, a partir de 2020, para ajudar os países menos desenvolvidos a enfrentarem a mudança climática. Este compromisso não foi e não está sendo cumprido. Isso nos leva a reforçar, ainda mais, a necessidade de avançarmos em outro tema desta COP 27: precisamos com urgência de mecanismos financeiros para remediar perdas e danos causados em função da mudança do clima”, afirmou.

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Para Lula, o debate não pode mais ser adiado. “Precisamos lidar com a realidade de países que têm a própria integridade física de seus territórios ameaçada, e as condições de sobrevivência de seus habitantes seriamente comprometidas. É tempo de agir. Não temos tempo a perder. Não podemos mais conviver com essa corrida rumo ao abismo”, comentou.

Lula propõe “Cúpula de países da Amazônia”

Outro ponto bastante aplaudido durante o pronunciamento do presidente eleito foi a proposta de que seja realizada a primeira “Cúpula dos Países Membros do Tratado de Cooperação Amazônica”.

Lula citou que o encontro entre Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela servirá para que possam “pela primeira vez, discutir de forma soberana a promoção do desenvolvimento integrado da região, com inclusão social e responsabilidade climática”.

Outra iniciativa já apresentada por Lula na COP 27 foi a candidatura do país a receber a COP 30, em 2025. “Seremos cada vez mais afirmativos diante do desafio de enfrentar a mudança do clima, alinhados com os compromissos acordados em Paris e orientados pela busca da descarbonização da economia global”.

Em sua fala, Lula disse ainda que defende que o evento seja realizado numa cidade amazônica, como uma mensagem ao mundo para que “aqueles que não conhecem essa realidade, possam saber como vivem as pessoas nessa região”

O presidente eleito também adiantou que na reunião do G20 que o Brasil irá presidir, em 2024, a agenda climática será uma das prioridades.

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