Mosqueiro prepara sistema de transporte para conectar praias e espaços oficiais na COP 30

O objetivo é facilitar a mobilidade dos visitantes e reforçar a estrutura turística da ilha, que já registra alta ocupação nos hotéis e pousadas

O Liberal
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Para garantir o deslocamento dos participantes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), a ilha de Mosqueiro, em Belém, vai contar com um sistema especial de transporte climatizado, que interligará as praias e vilas aos espaços oficiais da conferência, incluindo a Blue Zone (Zona Azul), principal área de debates e negociações do evento. O objetivo é facilitar a mobilidade dos visitantes e reforçar a estrutura turística da ilha, que já registra alta ocupação nos hotéis e pousadas para o evento climático.

Em parceria com o governo federal, o sistema especial de transporte de Mosqueiro contará com linhas circulares entre as praias do Paraíso e a Vila, com paradas em Carananduba, São Francisco, Ariramba, Murubira, Chapéu Virado, Porto Arthur e Farol. Na Vila, os passageiros poderão embarcar na linha direta com destino à Blue Zone, com parada única no Chapéu Virado. Todos os veículos serão equipados com ar-condicionado, garantindo conforto e eficiência nos deslocamentos durante o evento.

De acordo com a Associação Comercial de Mosqueiro (ACM), os meios de hospedagem locais contam com cerca de dois mil leitos disponíveis e já registram alto índice de reservas para a COP. Localizada a 70 quilômetros do centro de Belém, a ilha tem 22 praias de água doce, dezenas de restaurantes especializados em peixes regionais e a tradicional Tapiocaria da Vila, um dos pontos mais visitados por turistas.

Alta procura

Empresários do setor comemoram a ocupação crescente nos meios de hospedagem da ilha. “Temos grupos vindos de vários países e estados brasileiros. São representantes de ONGs, empresas e até de governos. Já fechamos pacotes com participantes de Madagascar, Argentina, Congo e da região Sul do Brasil”, diz o hoteleiro Paulo Louchard, que mantém um hotel na praia do Ariramba e também atua no setor de restaurantes.

O empresário destacou que uma das estratégias para garantir as reservas com antecedência foi disponibilizar as acomodações em plataformas de hospedagem, como o Airbnb. “Nós temos um sistema próprio de divulgação, mas vimos a oportunidade de ampliar a oferta em outros canais. Também fizemos contato com grupos que já se hospedaram anteriormente em nosso hotel, incluindo visitantes de Portugal, Alemanha e dos Estados Unidos”, acrescenta.

Segundo Louchard, todas as 102 pessoas contratadas para atender o público passaram por capacitação específica para o período da COP 30 e são moradoras de Mosqueiro — iniciativa que também vem abrindo novas oportunidades de trabalho para jovens da ilha.

Entre os jovens que se beneficiaram dessa demanda está Ingrid Almeida, que, por falar inglês fluentemente, ficará responsável pelo atendimento aos hóspedes estrangeiros no hotel onde trabalha. “Geralmente, o primeiro contato com eles é feito pelo WhatsApp, por mensagens de texto e ligações. Tem sido interessante porque assim tenho exercitado o idioma”, relata. A profissional acredita que a presença de participantes da COP 30 em Mosqueiro representa uma oportunidade para que mais jovens ingressem no mercado de trabalho sem precisar sair da ilha.

Acessibilidade

Parada obrigatória para quem visita a ilha de Mosqueiro, a Tapiocaria da Vila também se prepara para receber um público ainda mais diverso durante a COP 30. Os cardápios foram traduzidos para inglês, francês e espanhol, reforçando o atendimento aos visitantes estrangeiros. “Durante o Círio já tivemos muito movimento e esperamos ainda mais com a conferência”, conta Lulu Kethlen, funcionária da barraca da “dona Neném”.

No espaço, são servidas tapiocas com dezenas de opções de recheio, em receitas tradicionais repassadas de geração em geração. Lulu começou na tapiocaria ajudando a mãe e, hoje, trabalha ao lado dos sobrinhos, mantendo viva a tradição familiar. “O nosso diferencial é o uso de ingredientes regionais, como o doce de cupuaçu, o camarão, o jambu e a castanha-do-Pará. Tudo vai da gente criar e valorizar a culinária paraense”, destaca.

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