Moda sustentável e economia criativa: brechós ganham força e conquistam novos públicos em Belém
Setor cresce na capital paraense impulsionado pela consciência ambiental, consumo consciente e práticas de reaproveitamento

O mercado de brechós em Belém está em plena ascensão. Em um momento em que a cidade se prepara para sediar a COP30, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, práticas sustentáveis como a moda circular ganham destaque. O aumento da conscientização ambiental, a busca por economia e o interesse por alternativas ao consumo tradicional impulsionam o crescimento do setor, especialmente entre consumidores jovens.
Brechós quebram estigmas e atraem novos perfis de consumidores
Segundo Cássia Meireles, gestora de um brechó no centro comercial de Belém, a aceitação desse tipo de comércio mudou significativamente ao longo dos anos.
"Antes havia muito preconceito. As pessoas associavam brechó a roupas velhas e sem qualidade. Hoje, esse cenário mudou completamente, e vemos um público cada vez mais interessado em peças exclusivas, acessíveis e sustentáveis", afirma.
Flávia Moraes, sócia de um brechó colaborativo no bairro da Batista Campos, concorda que a quebra de paradigmas tem sido fundamental para o crescimento do setor.
"Nosso principal público são mulheres entre 20 e 50 anos, de diversas classes sociais. O conceito de moda sustentável tem atraído consumidores que antes não consideravam comprar roupas de segunda mão", destaca.
Essa mudança de percepção reflete uma tendência global por práticas mais conscientes, que estará no centro dos debates da COP30 em Belém.
Moda circular une economia e sustentabilidade em Belém
Além da mudança na percepção dos consumidores, os brechós se consolidam como uma alternativa economicamente vantajosa. Cássia Meireles explica que, além de oferecerem preços mais acessíveis, os brechós promovem a sustentabilidade ao reduzir o desperdício.
"A moda circular é essencial para minimizar impactos ambientais. No nosso brechó, reaproveitamos todas as peças recebidas, fazemos doações e incentivamos o upcycling", comenta.
Flávia Moraes também destaca que o consumo consciente tem sido um fator determinante para o crescimento do setor.
"Cada vez mais, os clientes buscam peças com história e valorizam o reaproveitamento. Essa mudança de mentalidade impulsiona nosso crescimento e amplia a aceitação do conceito de moda circular", explica.
Informação e curadoria ainda são desafios para o setor
Apesar do crescimento e da aceitação crescente dos consumidores, os brechós ainda enfrentam desafios. Um dos principais, segundo Cássia Meireles, é a necessidade de informação.
"Muita gente ainda precisa entender que brechó não é sinônimo de roupa velha, mas sim de consumo inteligente e sustentável", aponta.
Outro desafio mencionado por Flávia Moraes é a curadoria das peças.
"Garantir que nosso acervo tenha qualidade e atenda às expectativas dos clientes exige um trabalho rigoroso de seleção. Além disso, manter um atendimento diferenciado e criar uma experiência de compra agradável são essenciais para fidelizar os clientes", afirma.
Inovação e marketing digital ampliam o alcance dos brechós
Com a expansão do mercado, os empresários do ramo já estão apostando em novas estratégias. Uma das tendências que vem ganhando força é o sistema de aluguel de roupas.
"O aluguel permite que os clientes tenham acesso a peças exclusivas por um valor mais acessível e sem precisar acumulá-las no guarda-roupa. Essa prática já está presente em outros mercados e tem um grande potencial de crescimento", diz Cássia Meireles.
Além disso, Flávia Moraes destaca a importância do marketing digital na expansão do setor.
"Investimos em redes sociais, lançamos coleções temáticas e criamos conteúdos educativos sobre moda circular. Essas estratégias têm sido fundamentais para atrair novos clientes e fortalecer o nosso segmento", conclui.
Belém rumo à COP30: moda circular como vitrine de sustentabilidade
Com um mercado em expansão e consumidores cada vez mais conscientes, os brechós em Belém devem continuar crescendo nos próximos anos. A cidade, que se prepara para sediar a COP30, vive um momento de transformação e consolida iniciativas que se alinham às pautas ambientais globais.
A moda circular representa, na prática, uma das muitas formas de tornar o consumo mais sustentável e fortalece o protagonismo da capital paraense diante dos desafios climáticos que estarão no centro do debate mundial em 2025.
A cobertura da COP 30 envolve todos os veículos do Grupo Liberal, com dezenas de profissionais comprometidos em divulgar as notícias do evento. O projeto tem patrocínio da Hydro, Agropalma, Grupo Status, OCB, Atacadão, Sebrae no Pará, Equatorial Energia, Natura, Recicle, Guamá Tratamentos, Fecomércio e Banco da Amazônia, além do apoio da Vale.
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