Manifesto climático entregue a Alckmin na COP 30 cobra ações imediatas
Manifesto pede que negociadores levem em conta o conhecimento científico acumulado antes que seja tarde demais
Dois dos mais influentes cientistas do planeta estão liderando, diretamente de Belém, uma iniciativa inédita na história das Conferências do Clima da ONU. À frente do Pavilhão de Ciências Planetárias, o climatologista brasileiro Carlos Nobre e o sueco Johan Rockström, diretor do Instituto Potsdam de Pesquisa de Impacto Climático, têm um objetivo claro: fazer com que os negociadores levem em conta o conhecimento científico acumulado antes que seja tarde demais.
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Durante a plenária realizada no Pavilhão, nesta segunda semana da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), Carlos Nobre anunciou que um novo manifesto cobrando ações imediatas seria entregue ao vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin. Mais tarde, o documento foi entregue ao vice-presidente da República e ao presidente da COP, André Corrêa do Lago. A movimentação acontece dias após os coordenadores relatarem a baixa presença de diplomatas e negociadores no espaço, o que levou Nobre a fazer um apelo público: “Negociadores, venham até nós”.
“Fizemos a primeira declaração na sexta-feira e compartilhamos com todos. Agora fizemos a segunda, mostrando a urgência de salvar dois sistemas que estão no limite: a Amazônia e os recifes de coral”, afirmou. O documento alerta que ambos já se aproximam de pontos de não retorno, o que pode desencadear consequências irreversíveis para o clima global.
Segundo o cientista, é fundamental que “os negociadores levem isso em consideração porque atingimos a maior emergência climática da história da humanidade”. Entre as medidas defendidas estão a redução imediata das emissões, o fim do uso de combustíveis fósseis, o desmatamento zero e megaprojetos de restauração florestal, com atenção especial à operacionalização do Fundo Florestal Tropical, lançado durante o evento.
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