Febre dos PINs movimenta pavilhões de vários países na COP 30

Para conquistar o pin, é preciso acompanhar palestras e debates, e as programações tem surpreendido os participantes

Bruna Lima e Gabi Gutierrez

Na Blue Zone da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), os pequenos broches dos países e iniciativas participantes viraram item de desejo. Colecionados, trocados e até disputados, os PINs se transformaram em um fenômeno social que aproxima participantes do mundo todo e adiciona um toque leve e divertido à intensa agenda climática.

Cada pavilhão lança seu próprio PIN, alguns esgotam em poucos minutos, e as trocas se tornaram um ponto de encontro informal no meio da rotina intensa de debates. A estudante Larissa Costa está trabalhando no evento climático e diz que começou a colecionar depois de ver colegas, que também atuam na conferência, usando.

“Tudo começou com meus amigos que também trabalham aqui, e eles começaram a falar sobre estarem indo nos pavilhões, pegando", contou. Larissa disse que, agora, vai por indicação nos stands que tem os pins mais bonitos.
"As pessoas vão falando quais stands tem pins e vamos atrás. A gente vai buscando eles stand por stand", concluiu.

Bruna Furtado, servidora pública, é uma das artistas que aproveitou a "febre dos pins" na COP30 para expandir seu trabalho. Para ela, o acessório é muito mais do que um enfeite.

“Os pins são uma forma de demonstrar participação num evento, numa causa, ou de mostrar a personalidade e gostos de uma pessoa. A troca de pins, por sua vez, é um jeito de as pessoas compartilharem experiências e momentos marcantes na vida delas,” explica Furtado.

Originalmente, a artista começou a produzir pins autorais focada em sua área de atuação, com a figura do Zé Gotinha. “Meus pins são todos autorais. Iniciei fazendo Zé Gotinhas, algo que todos no meu trabalho amam. A galera da saúde usa muitos pins, como se fossem condecorações mesmo. Amamos dar de presente como uma forma de exaltar o nosso estado”, revela.

Ao notar o potencial do megaevento, Bruna viu a oportunidade de ir além e diversificar sua arte. Ela criou um pin do Curupira, explorando temas da cultura local, para a COP. “Na COP, aproveitei a oportunidade para fazer o Curupira e vendê-lo. Estou tentando dar um passo além da área da saúde e expandir minha arte para outros setores. Pins são uma forma de eternizar um momento e compartilhar com outras pessoas. Muitas pessoas compram para presentear amigos, chefes e visitas; é uma forma de networking”, afirma.

Para conquistar os PINs, é preciso cumprir tarefas que estão diretamente alinhadas ao objetivos dos países na COP, discutir as mudanças climáticas. Por isso, na maioria dos stands, os broches colecionáveis são entregues ao final das apresentações, o que, para Larissa, incentiva o público a permanecer e ouvir.

“É uma forma de atrair a gente pra poder saber um pouco mais do foco de cada espaço. Acho muito interessante usar isso para chamar a atenção pra causas tão urgentes”, pontuou.

Então a gente vai pelo PIN, mas acaba se surpreendendo com as palestras”, completou a amiga, Gabriella Dorneles, que também está na caçada.
Gabriella teve uma experiência semelhante. Ela conta que não colecionava até ouvir uma colega falar sobre os broches, mas bastou ganhar o primeiro para se encantar.
“Uma colega falou que estava pedindo por aí e que não tinha nenhum. Aí resolvi testar, fui no estúdio da Singapura e me deram um Pin. Fiquei apaixonada. São muito bonitinhos, cada um tem a personalidade do seu país", disse.

Além de participar das palestras e saber mais sobre os temas discutidos na conferência, os pins também promovem a interação. Nesse universo é possível trocar os broches.
"Eu ainda não troquei porque como todo mundo está dando, acaba que todo mundo consegue pegar. Mas se alguém me perguntar, eu posso tentar, porque acho muito legal essa brincadeira”, diz Gabriella.

Apesar de ter começado a vender os pins da COP cerca de dois meses antes, a demanda explodiu com o início do evento, confirmando a conhecida característica do brasileiro de deixar tudo para a última hora.

“A procura já estava muito boa, porém quando a COP começou, a demanda foi imensa. Comecei a receber pedidos de delegações e de muitas pessoas que queriam usar o pin como uma forma de pertencimento ao evento. Foi tão grande que, no primeiro dia, os pins se esgotaram”, conta.

Ainda tem dias de evento pela frente, logo, a saga atrás dos pins continua. Larissa também revelou que Canadá e Paquistão estão entre os modelos que ainda procura. Para Gabriella, o item de desejo é do Brasil e Indonésia.

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