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Expectativa para COP 30 atrai turistas e aquece travessias rumo ao Combu

Cursos e oficinas de noções básicas de inglês e atendimento ao turista já foram oferecidos aos trabalhadores dos portos

Eva Pires | Especial para O Liberal

Com a aproximação da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que deve atrair mais de 50 mil visitantes a Belém, o movimento no porto da Praça Princesa Isabel começou a ganhar novo ritmo. O local, ponto de partida das embarcações que fazem a travessia até a Ilha do Combu, já registra aumento na procura — inclusive de turistas de fora do Pará e do Brasil. Segundo estimativa de Renan Machado, barqueiro do local, cerca de 2 mil pessoas passaram pelo ponto durante o fim de semana, entre visitantes e moradores curiosos para revisitar o destino que se tornou um símbolo da bioeconomia amazônica e da gastronomia local.

A Ilha do Combu é uma das áreas mais visitadas por quem vem a Belém. Fica a cerca de 15 minutos de barco do centro da cidade e é conhecida pelos restaurantes à beira do rio, trilhas e produção artesanal de chocolate a partir do cacau nativo. Durante a COP 30, o local deve ser um dos principais atrativos turísticos e culturais para delegações e visitantes. Para além do turismo, o fluxo maior de pessoas traz expectativa de geração de renda para as famílias que vivem na ilha e trabalham diretamente com o transporte fluvial, gastronomia e venda de produtos locais. Enquanto o porto se prepara para dias mais cheios, o clima entre trabalhadores e frequentadores é de otimismo.

A travessia para a ilha é feita diariamente, das primeiras horas da manhã até o fim da tarde. O preço da passagem está em R$ 12 por trecho, o equivalente a R$ 24 ida e volta por pessoa. O último reajuste ocorreu em 7 de março deste ano, quando o valor subiu de R$ 10 para R$ 12. Crianças a partir de sete anos pagam inteira, e, segundo os barqueiros, não há previsão de novo aumento até o fim de 2025.

Renan, que há anos trabalha na linha Belém–Combu, conta que a movimentação cresceu nas últimas semanas e que a expectativa é de mais intensidade conforme se aproxima o evento. “O movimento vem crescendo aqui. Muita gente de fora tem vindo conhecer o Combu, saber como é essa experiência. A gente está se preparando, qualificando os barqueiros, pra receber bem esse público que vai chegar”, afirma.

Segundo ele, os cursos e oficinas oferecidos pela cooperativa incluem noções básicas de inglês e atendimento ao turista. “É importante saber dialogar, se comunicar com os visitantes, até porque vão vir muitas pessoas de fora do Brasil”, explica.

Nos fins de semana, o movimento costuma ser intenso, com grupos de amigos e famílias buscando lazer e gastronomia às margens do rio Guamá. Mas nos últimos dias, o número de passageiros cresceu acima do esperado. “Não dá pra ter um número exato, mas já passa de 2 mil pessoas por dia. No fim de semana vem muito mais gente, principalmente depois do Círio. Muita gente que veio pra procissão aproveitou pra conhecer o Combu e acabou ficando por aqui”, comenta Renan, antes de partir para mais uma travessia sob o sol do meio-dia.

Para os visitantes, a expectativa é de uma temporada mais movimentada, mas também mais estruturada. O engenheiro Matheus Melo, de 28 anos, voltou recentemente a Belém após quatro anos morando em São Paulo e decidiu revisitar a ilha. “A infraestrutura melhorou bastante. Construíram um novo trapiche, e o acesso está bem melhor, o que é ótimo pra receber turistas”, observa.

Ele acredita que a COP 30 pode dar mais visibilidade ao potencial da região. “É muito importante o fomento à bioeconomia. A Ilha do Combu tem grandes projetos, como o do chocolate feito com cupuaçu, o cupulate. Mostrar isso aos turistas é essencial, principalmente com o objetivo da COP de mostrar a importância da Amazônia para o mundo.”

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COP 30
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