COP 30: próximo à Blue Zone, manifestantes usam caixões para protestar contra combustíveis fósseis
A ação reuniu representantes de movimentos socioambientais que denunciaram os danos ambientais e sociais associados à continuidade da exploração fóssil
No sexto dia da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), a avenida Duque de Caxias, próximo à Blue Zone, foi palco de um protesto na manhã deste sábado (14). Manifestantes levaram caixões simbólicos para chamar atenção sobre os impactos dos combustíveis fósseis, com as palavras petróleo, gás e carvão escritas sobre eles. A ação reuniu representantes de movimentos socioambientais que denunciaram os danos ambientais e sociais associados à continuidade da exploração fóssil.
Os caixões simbolizaram as vidas, territórios e ecossistemas já afetados pela crise climática, que é tema central dos debates que acontecem simultaneamente na conferência.O membro da Aliança da Potência – Aliança Energética América Latina, João Talocchi, destacou que o ato simbolizou a força e a diversidade dos movimentos presentes na COP 30. E ainda, a oportunidade de denunciar os impactos ambientais dos combustíveis fósseis.
“A gente acabou de vir da marcha das Cúpulas dos Povos, a gente fez o funeral dos combustíveis fósseis. Agora, a gente tentou trazer os caixões aqui pra frente da COP; a polícia e o Exército barraram a nossa entrada. Então a gente está aqui fazendo esse protesto onde a gente pode, de maneira pacífica, para mandar uma mensagem lá para dentro da COP que ecoa a mensagem tanto das pessoas quanto dos cientistas”, afirma Talocchi.
Mapa do caminho
João afirmou que não é possível acabar com a crise climática se continuarem queimando combustíveis fósseis. Ele acrescentou que os negociadores presentes na Zona Azul têm a oportunidade, a pedido do presidente Lula e com a união de vários países, de sair daquela COP com um mapa do caminho para encerrar a dependência dos combustíveis fósseis, e que isso é o que precisa acontecer.
“Esse protesto, o funeral dos combustíveis fósseis, está aqui para marcar o fim de uma era: uma era de poluição, uma era de medo, uma era de desastres climáticos extremos que apagam anos e anos de desenvolvimento, de progresso na luta contra a fome e na luta contra as desigualdades. E para trazer uma nova era de prosperidade, de energias limpas, de respeito à natureza e onde a vida possa continuar a existir — uma coisa tão preciosa aqui no nosso planeta”, pontua Talocchi.
João ainda completa: “Todo o material feito e usado foi material amazônico, reciclável — não tem plástico. E toda a costura, inclusive dessas máscaras que o pessoal está usando, foi feita pelos artesãos locais, com muito carinho. Porque essa não é uma demanda que está vindo lá dos Estados Unidos, da Suécia; essa é uma demanda do Sul Global. É uma demanda de Belém, do Brasil, da América Latina e do mundo”.
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