COP 30 movimenta capacitações e abre novas chances para trabalhadores do Pará

Cursos qualificam empreendedores e jovens em áreas estratégicas como gastronomia, língua estrangeiras e turismo

Eva Pires | Especial para O Liberal

Faltando poucas semanas para a Conferência do Clima da ONU (COP 30), Belém já colhe os resultados das capacitações promovidas para atender às novas demandas do evento. Programas do Governo do Estado e do Sebrae têm treinado profissionais em áreas como gastronomia, turismo, hospitalidade, idiomas e gestão de serviços, impulsionando o mercado local. Entre os participantes está o empreendedor Eduardo Cravo, do restaurante Delícias Quilombola, que se prepara para representar a culinária regional nas zonas da conferência.

Entre os projetos públicos, o “Capacita COP 30”, do Governo do Pará, oferece cursos gratuitos voltados às cadeias produtivas de turismo, lazer, infraestrutura e produção alimentícia. O objetivo é formar profissionais qualificados para atuar tanto no evento quanto em oportunidades que surjam depois dele. Já o “Prepara Gastronomia”, do Sebrae, tem foco em bares e restaurantes, oferecendo consultorias estratégicas para empreendedores aprimorarem a gestão e o atendimento.

No mês de maio, 15 empresários participaram da primeira turma do programa, acompanhados durante quatro meses com oficinas e mentorias. A analista técnica do Sebrae, Nayany Costa, explica que a metodologia ajuda negócios locais a se prepararem para o aumento da demanda durante a COP, mas também para crescer de forma sustentável. “A proposta é criar inovações que possam refletir no faturamento e na eficiência operacional, deixando um legado que vai muito além do evento”, destacou.

Casal de quilombolas prepara empreendimento para a conferência

Entre os capacitados, está o empreendedor Eduardo Cravo, 53 anos, um dos donos do restaurante Delícias Quilombola, no bairro do Mangueirão, em Belém. Ao lado da esposa, Ana Maria Amador, ele participou da capacitação do Sebrae com o objetivo de aprimorar o cardápio e o atendimento do negócio. “A motivação principal foi poder apresentar o melhor da nossa culinária regional. A gente participou de várias etapas para se qualificar e ter segurança para atender bem o público da COP 30”, contou Eduardo.

O casal, que vem de comunidades quilombolas de Barcarena e do Marajó, foi selecionado para atuar na alimentação do evento, com espaços confirmados nas zonas Blue e Green da COP. Eles adaptaram o cardápio para incluir opções veganas e vegetarianas, seguindo orientações do curso. “A gente entendeu que precisa atender a todos, inclusive quem vem de outras culturas. Reduzimos o uso de proteína animal e ampliamos o cardápio com pratos regionais e experiências novas”, explicou o empreendedor.

Eduardo acredita que o aprendizado não se limita à conferência. “Esse é um processo de mudança. As pessoas estão repensando seus hábitos alimentares, e a gente quer trazer isso para o nosso dia a dia, incluindo essas novas opções no restaurante”, afirmou. Para ele, o evento vai marcar um ponto de virada na gastronomia local. “A gente acredita que esse é só o começo. A COP vai deixar um legado de valorização da culinária regional e de mais oportunidades para os empreendedores paraenses.”

Jovens apostam no inglês como ferramenta para se destacar durante a COP 30

Além dos profissionais da alimentação, estudantes e jovens também vêm se preparando para o evento por meio dos cursos oferecidos pelo Capacita CO P30. Entre eles está Ricardo dos Santos Duarte Júnior, de 18 anos, aluno do curso de inglês. Ele destaca que a formação ampliou as perspectivas pessoais e profissionais. “Eu vi esse curso como uma forma de me preparar para um evento de importância global. Melhorar minha comunicação em inglês e entender as questões ambientais me fez perceber o quanto esse conhecimento é essencial para o futuro”, afirmou.

Segundo Ricardo, o aprendizado vai além do idioma. “Na prática, o curso me ajudou a ter mais segurança para me comunicar e entender melhor o mundo. Antes, eu achava que o inglês era algo distante, mas hoje vejo que ele é uma ponte para novas oportunidades”, disse. O jovem, que também fez capacitação em organização de eventos, espera aplicar os conhecimentos durante a COP e continuar usando o idioma na carreira.

Outro exemplo é o de Dago da Mata, 16 anos. Filho de proprietários de uma pousada na Ilha de Cotijuba, ele decidiu fazer o curso de inglês oferecido pelo governo para atender melhor os turistas que devem se hospedar durante o evento. “Saber que o mundo inteiro vai estar aqui me motivou a buscar essa capacitação. Quero estar preparado para receber pessoas de outros países e representar bem a nossa cidade”, contou.

Ele destaca que o conteúdo do curso foi prático e conectado com situações reais. “Aprendemos expressões e vocabulários voltados para turismo e sustentabilidade, o que vai ser muito útil. O mais interessante foi aprender sobre Belém em inglês, falar das nossas comidas, lugares e cultura de um jeito que os estrangeiros entendam”, relatou.

Para Dago, o maior legado da COP 30 será o crescimento pessoal e coletivo que as capacitações proporcionam. “A gente aprendeu não só inglês, mas também sobre respeito, cultura e meio ambiente. Tudo isso vai continuar ajudando Belém mesmo depois que o evento acabar”, avaliou o estudante.

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