Polícia Federal prepara operação anti-drone para reforçar segurança durante a COP 30, em Belém

As ações de prevenção e combate garantem a segurança da população e convidados nos rios, terra e no ar

O Liberal
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A Polícia Federal se preprara para uma operação específica para impedir o uso de drones nas proximidades do Aeroporto Internacional de Belém e dos locais de realização dos eventos da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP 30, em novembro, em Belém. Segundo o delegado da PF Delano Cerqueira Bunn, coordenador-geral de Segurança de Dignitários, Grandes Eventos e Depoentes Especiais, as áreas retritas já estão mapeadas e quem desrespeitar esses essas regras pode responder criminalmente. 

“Os drones podem ser usados como lazer, mas também para fins ilícitos. Durante a COP 30, áreas de proibição já estão mapeadas, e quem desrespeitar poderá responder tanto por infração administrativa quanto por crime”, alertou o delegado. 

Ele explicou que a Polícia Federal já está realizando estudos técnicos e treinamentos para reforçar o bloqueio. “Temos protocolos internacionais de proteção da aviação civil e das autoridades presentes. Esse trabalho anti-drone é fundamental para evitar riscos à segurança e para manter a tranquilidade da conferência”, completou.

Essas é apenas uma das ações da PF para garantir a segurança durante a COP 30. As estratégias, pensadas para certificar que o evento ocorra de forma organizada e protegida, envolvem frentes aéreas, fluviais e terrestres. Entre as ações mais sensíveis estão o controle do tráfego de voos e imigração, vigilância nos aeroportos e implementação da operação que irá restringir o uso de drones.

Esta é a primeira de uma série de três reportagens especiais sobre a megaoperação de segurança para a COP 30. Esta é a primeira de uma série de três reportagens especiais sobre a megaoperação de segurança para a COP 30. As matérias com as forças de segurança envolvidas nas ações serão publicadas nesta terça-feira, 23, quarta-feira, 24 e quinta-feira, 25, no portal O Liberal.com e nos jornais impressos O Liberal e Amazônia Jornal.

Conforme o delegado da PF, o trabalho será integrado com o Estado e o Município, envolvendo diferentes órgãos de segurança, defesa e inteligência. “A Polícia Federal não atua sozinha. É uma atuação coordenada, construída em uma matriz de responsabilidades que envolve defesa nacional, inteligência, segurança pública e gestão”, explicou.

Segundo ele, a experiência acumulada em eventos como a Jornada Mundial da Juventude, a Copa do Mundo, as Olimpíadas e encontros do G20 e Brics está sendo aplicada agora na capital paraense.

Na galeria de fotos abaixo, a primeira foto mostra um aparelho da PF que captura drone sobrevoando em local proibido. As demmais fotos são da equipe da PF que trabalha com segurança aproximada recebendo a delegação chinesa no Brics. Trabalho semelhante será feito na COP 30.

Segurança COP30 PF

Proteção aérea

Um dos pontos mais sensíveis da operação será o controle do espaço aéreo e dos aeroportos. A PF terá atuação direta na imigração e na segurança da aviação civil.

“Nós vamos ter um grande reforço de efetivo de policiais federais e servidores administrativos atuando na imigração. A ideia é garantir que não tenhamos filas quilométricas nos aeroportos, não só em Belém, mas também no Rio e em São Paulo, que serão pontos de conexão”, afirmou Bunn.

O delegado destacou ainda que a segurança da aviação civil é resultado de uma cooperação internacional. “Depois do ‘11 de setembro’, as medidas de proteção nos aeroportos se intensificaram no mundo inteiro. O Brasil faz parte desse contexto global, e a Polícia Federal é o ponto focal no país para imigração e segurança aeroportuária”, disse.

Delano Cerqueira Bunn explicou que os estudos para avaliar a necessidade de reforço já vêm sendo realizados há meses. “Desde o ano passado estamos levantando as demandas de Belém para aplicar tanto medidas físicas de proteção quanto operações anti-drone. Esse é um trabalho preventivo para evitar qualquer vulnerabilidade durante a conferência”, completou.

O delegado também lembrou que as simulações no aeroporto ocorrem de forma reservada para não gerar pânico entre passageiros. “Precisamos testar hipóteses de emprego, mas sem causar prejuízo à rotina da população que utiliza o aeroporto diariamente. Por isso, tudo é feito com cautela e integração com a ANAC e demais órgãos”, acrescentou.

Patrulhamento nos rios

Com Belém banhada por rios, a proteção fluvial terá papel estratégico. A PF, a Marinha do Brasil e a Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup) atuarão de forma conjunta no patrulhamento.

“Esse trabalho integrado já acontece de forma ordinária e será intensificado ao máximo durante a COP 30. A Polícia Federal vai concentrar esforços na fiscalização dos portos e no combate ao tráfico de drogas, contrabando e descaminho”, explicou Bunn.

Ele lembrou que a atenção mundial estará voltada para o Pará, o que exige não apenas eficiência operacional, mas também a preservação da imagem do Brasil. “As embaixadas estrangeiras avaliam o cenário de segurança antes de confirmar a presença de seus líderes. O sucesso do evento depende também de demonstrarmos organização e capacidade de resposta”, disse Delano Bunn.

Segurança urbana e mobilidade

Na área terrestre, o maior desafio será a mobilidade urbana. Reuniões diárias com a Segup, Secretaria Municipal de Segurança, Ordem Pública e Mobilidade de Belém (Segbel), Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal e outros órgãos têm desenhado um plano para reduzir os impactos na rotina da população.

“Estamos elaborando corredores dedicados para as delegações. O núcleo mínimo será o deslocamento entre aeroporto, acomodações e o Parque da Cidade, onde ocorrerá a cúpula de líderes. A meta é causar o menor impacto possível aos moradores”, explicou o delegado.

Ele explicou que a operação terá maior intensidade nos dias 5, 6 e 7 de novembro, quando os chefes de Estado estarão em Belém. “Será o momento em que a cidade estará mais impactada, mas também quando precisaremos de mais dedicação. Esses corredores exclusivos são uma condição para o sucesso da cúpula de líderes”, disse.

O delegado destacou que o plano prevê diferentes fases da conferência, desde as pré-sessões até a transição para a chamada ‘Blue Zone’, sob responsabilidade da Organização das Nações Unidas (ONU). “A cidade precisa estar preparada tanto para a chegada das autoridades quanto para o período mais longo dos convidados, que circularão também em pontos turísticos e espaços públicos”, afirmou.

Outro cuidado é com a desmobilização gradual após o evento. “Quando a última autoridade deixar o país, teremos ainda a etapa de retirada de barreiras, retomada do trânsito e reorganização dos espaços. É um processo pensado para que a cidade volte ao normal o mais rápido possível, sem perder de vista a segurança”, pontuou.

Proteção de autoridades

O delegado explicou que, desde a chegada dos líderes internacionais, são implementados protocolos específicos de segurança, que vão além do policiamento ostensivo.

“A proteção de dignitários é uma das atribuições mais sensíveis da Polícia Federal. Isso significa cuidar de cada detalhe: desde o momento em que o avião toca o solo em Belém até o deslocamento para hotéis e locais de reunião”, afirmou.

Segundo ele, o planejamento envolve a criação de rotas alternativas e de equipes de prontidão. “Sempre trabalhamos com planos A, B e C. Se houver algum bloqueio ou imprevisto, temos condições de redirecionar as delegações com segurança, sem comprometer a agenda dos líderes”, destacou.

Outro ponto ressaltado é a integração com as forças de segurança locais. “Nenhum grande evento se faz de forma isolada. As polícias Civil e Militar do Pará, a PRF, a Segup e outros órgãos estarão lado a lado conosco. Cada instituição tem um papel definido nessa engrenagem”, disse Bunn.

O delegado frisou ainda que o objetivo é garantir tranquilidade para que as autoridades possam se concentrar apenas na conferência. “O trabalho da Polícia Federal é silencioso, muitas vezes invisível para o público. Mas é justamente isso que assegura que um chefe de Estado se sinta protegido e confiante para participar da COP”, ressaltou.

Integração

Bunn enfatizou que o sucesso da COP 30 dependerá da cooperação entre as forças de segurança e a sociedade. “Segurança é dever e responsabilidade de todos. Nesse grande evento, isso fará ainda mais sentido. Precisamos do apoio da população para entender que os impactos serão temporários e necessários para garantir o sucesso da COP”, afirmou.

Ele reforçou que a PF levará para Belém as equipes já experientes em grandes eventos internacionais. “Queremos que esta seja a melhor COP de todos os tempos, à altura do que a população de Belém, do Pará e do Brasil merece”, concluiu.

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