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COP 27: Brasil, Congo e Indonésia criam "OPEP das Florestas"

Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, destacou iniciativa durante a COP 27, em Sharm el-Sheikh

Daniel Nardin
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O Brasil, a Indonésia e o Congo assinaram nesta segunda-feira (14) um acordo trilateral que oficializa a criação da Aliança das Florestas, uma parceria que busca aprofundar a cooperação na agenda ambiental e a proteção de florestas tropicais. Na prática, a nova aliança deve trabalhar para que sejam efetivados mecanismos para o pagamento de recursos financeiros para países, estados e empresas que possuem resultados positivos de redução do desmatamento e proteção das florestas.

Juntos, os três países detém 52% das florestas tropicais nativas do mundo, sendo, portanto, países definidos por especialistas como cruciais na questão da crise climática, principal tema da 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 27, realizada na cidade de Sharm el-Sheikh, no Egito.

O acordo que cria a Aliança das Florestas recebeu o apelido de “Opep das Florestas", em alusão à OPEP, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, um grupo de treze países responsável por ditar os rumos do mercado global de petróleo.

Presente na COP 27, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, destacou em entrevista ao Grupo O Liberal a iniciativa como um marco para avançar na definição de valores e regulação do mercado de carbono. 

"Congo, Indonésia e Brasil são detentores das principais florestas tropicais do mundo. O acordo entre esses três países prevê várias ações voltadas à proteção dessas áreas de florestas nativas, mas, também busca incentivar critérios para monetizar essas áreas, que precisam ter valor econômico. O Brasil é vanguarda nesse tema. Na última reunião do G20, em Bali, eu tive a oportunidade de conversar com o Ministério do Meio Ambiente da Indonésia, e ele teve bastante interesse em acelerar o processo e levar essa tecnologia, esse marco das florestas nativas que nós fizemos no Brasil", disse.

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Segundo o ministro, essa é uma das iniciativas que vem sendo tratadas pelo Brasil, que agora irá atuar de forma articulada com os outros dois países. "São várias ações que começaram lá em 2019 e hoje nós temos aí o crédito de carbono de floresta nativa, além do ativo ambiental. Então tudo isso que nós desenhamos, toda essa tecnologia e essa política pública que nós [governo federal] construímos com os estados brasileiros nós vamos transferir para países como Indonésia e Congo. Assim, vamos garantir que a gente tenha critérios mínimos e consiga valorizar essas áreas e remunerar quem cuida delas", argumentou Joaquim Leite. 

Ainda de acordo com o ministro, os Estados da Amazônia deverão ser os mais beneficiados com a iniciativa. "A Amazônia tem um grande benefício, que é o crédito de carbono de floresta nativa, que os outros biomas têm em menor escala, mas ela [Amazônia] também vai se beneficiar desse mercado global. Ano passado nós criamos o mercado global e, esse ano o mercado regulado. Com certeza, a Amazônia vai se beneficiar dessa oportunidade de fazer com que uma floresta em pé e com valor econômico seja reconhecida e remunerada", destacou.

O senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP), que também participa da COP 27, comentou a iniciativa de criação da "Opep das Florestas". "É uma iniciativa da qual, inclusive, o Brasil já deveria ter sido protagonista há muito tempo. Nós temos a maior floresta tropical do planeta, a nossa floresta amazônica. Nós temos então um potencial para a economia global de carbono que pode ser o redentor da nossa própria economia. O Brasil já poderia ter tido essa iniciativa há muito tempo. Exulto tenha chegado agora, mas é uma iniciativa que o Brasil deveria ter pensando desde o início dessa última década", disse.

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