Com Círio e COP 30 se aproximando, vendedoras do Solar da Beira esperam alta nas vendas de lembrança
Artesãs do espaço turístico em Belém observam movimento crescente e apostam na valorização do artesanato regional nas semanas que antecedem os grandes eventos.
Faltando apenas três semanas para o Círio de Nazaré e menos de dois meses para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), as vendedoras de artesanato no Solar da Beira, integrante do Complexo do Ver-O-Peso, começam a sentir os reflexos da chegada de turistas. Embora o movimento ainda oscile, a expectativa entre as vendedoras entrevistadas pelo Grupo Liberal é de crescimento nas vendas nos próximos dias, impulsionado pela cultura local e pela visibilidade internacional que a cidade deve alcançar com os eventos.
Movimento ainda irregular, mas com boas perspectivas
Para alguns vendedores, como Jaqueline Soares, o fluxo de turistas ainda não atingiu o esperado em setembro. “O movimento está médio. A gente está ansioso já para o final do mês e começo do outro mês”, comenta.Segundo ela, a maior parte das vendas tem sido para atacadistas interessados em revender produtos.
Já para Cristiane Santos, artesã com mais de 20 anos de experiência, a movimentação turística tem melhorado de forma constante.
“Já vem melhorando há bastante tempo por causa da COP 30, por causa do Círio. E agora está melhorando bastante”, afirma.
Bárbara Paraense, que trabalha com produtos ligados à história do Círio de Nazaré, confirma a tendência:
“O movimento de turistas está bom desde julho. Eles já procuram por itens do Círio de Nazaré pra levar”.
Produtos mais procurados e faixas de preço
As lembranças mais populares variam entre os vendedores, mas têm em comum o uso de elementos típicos da cultura paraense, como sementes e símbolos religiosos.
Jaqueline Soares destaca as pulseiras de semente de açaí (R$ 5), colares (até R$ 100) e chaveiros como os itens mais procurados.
“As pulseiras de elástico são as mais simples, tanto para homem quanto para mulher”, explica.
Cristiane Santos aposta em acessórios com grafismo marajoara e cerâmica fria. Os muiraquitãs saem por R$ 10, enquanto conjuntos de colares e brincos chegam a R$ 95.
“Os turistas compram muito brinco, colar e ímã. Os homens também compram, geralmente para presente”, diz.
Bárbara Paraense tem como carro-chefe as fitinhas de Nossa Senhora de Nazaré (R$ 1) e as mandalas de porta com a imagem da santa (até R$ 120). “Setembro é o mês em que a procura está alta. As pessoas já começaram a decorar as casas”, destaca.
Expectativa positiva com os eventos
Com a Feira de Artesanato do Círio, promovida pelo Sebrae no Porto Futuro, e a expectativa de uma grande presença de visitantes durante a COP 30, os artesãos estão otimistas quanto ao aumento nas vendas.
“Minha expectativa é que a procura vai ser grande e as vendas também vão aumentar cada vez mais”, afirma Bárbara.
Cristiane também aposta alto: “A estrutura da feira é muito boa, e a gente vende bastante por lá”.
Apesar das variações de movimento, os artesãos mantêm a produção constante para estarem preparados quando a demanda crescer.
“A gente está sempre produzindo, sempre guardando para quando chegar o tempo”, conclui Jaqueline.
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