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CNI projeta Amazônia como ‘motor do desenvolvimento sustentável do país’

Estudo da Confederação diz que região pode gerar R$ 40 bilhões ao PIB, criar 312 mil empregos e conservar 81 milhões de hectares de floresta

O Liberal
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Um estudo elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) posiciona a Amazônia como um “motor do desenvolvimento sustentável” do país, e afirma que o Brasil pode gerar 312 mil novos postos de trabalho e injetar R$ 40 bilhões na economia.

As projeções estão no SB COP Legacy Report, documento que sintetiza os resultados da chamada Sustainable Business COP (SB COP), iniciativa lançada pela CNI em 2025. O relatório foi apresentado, nesta segunda-feira (10), no estande da CNI durante a COP 30 (30ª Conferência Mundial sobre Mudanças Climáticas, em Belém.

Conforme a entidade, a iniciativa reuniu oito grupos de trabalho, que abordaram temas como bioeconomia, transição energética, finanças verdes, empregos sustentáveis, saúde e contabilidade de carbono (carbon accounting). O objetivo foi mapear soluções já em prática no setor privado e traçar um caminho viável para escalar essas ações em nível nacional e global.

A iniciativa lançada pela CNI, este ano, busca acelerar o alcance das metas climáticas e fortalecer o papel das empresas nas negociações globais. O SB COP foi elaborado para traçar uma trajetória de desenvolvimento sustentável para o país responsável por sediar a COP, o foco da primeira edição do documento foi o Brasil e, em especial, a Amazônia. Assim, no próximo ano, o relatório será voltado ao país anfitrião da COP31.

Saúde e Crédito de carbono 

O documento também traz considerações sobre dois temas que influenciaram os debates da iniciativa: saúde e carbon accounting (contabilidade de carbono). A SB COP mobilizou mais de 40 milhões de empresas em 60 países e reuniu mais de 600 casos de sucesso para comprovar a viabilidade de soluções sustentáveis já desenvolvidas pelo setor privado.

Para a CNI, além do valor ecológico, a Amazônia representa uma plataforma para o crescimento nacional, ancorada em setores como bioeconomia, mineração, energia e agronegócio sustentável, aponta o relatório. Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, o engajamento da indústria tem sido crucial para concretizar essa visão.

O relatório apresentado, nesta segunda-feira, em Belém, dá exemplos dessa capacidade de transformação, como o modelo da Natura &Co, que usa blended finance para preservar mais de 2 milhões de hectares.

Exemplos práticos e escaláveis do setor privado

"O blended finance é um modelo de fundo que combina diferentes fontes de capital – filantrópico, público, concessional e privado – para viabilizar investimentos de impacto que, por si só, seriam menos atraentes ao mercado tradicional”, cita o documento da CNI.

Também são apontados o programa Green Offices 2.0 da JBS, que trabalha na regularização ambiental e regeneração produtiva de mais de 8 mil fazendas, e a iniciativa Access to Energy da Schneider Electric, em parceria com o Senai, que apoia o desenvolvimento de habilidades verdes e leva energia limpa a comunidades isoladas.

Na lista de iniciativas, consta ainda o programa Waste to Value da Vale em Carajás, que promove a circularidade na mineração, e o projeto Trata Bem Barcarena da Aegea Saneamento, que acelera a universalização de água na Amazônia com financiamento privado.

Força da iniciativa privada

A CNI destaca que a realização da COP na Amazônia e o trabalho da SB COP demonstram que “o setor privado brasileiro é um motor essencial para impulsionar a inovação e o investimento que contribuem para uma economia de baixo carbono. O Legacy Report é um marco que consolida recomendações e mostra caminhos concretos para acelerarmos a agenda da sustentabilidade no Brasil”, diz um trecho do documento.

Além dos números apontados, o Legacy Report mostra que o mercado de carbono, sob o novo marco legal (Lei nº 15.042/2024), pode acrescentar US$ 320 bilhões em receitas nos próximos 30 anos.

Ação estruturada em cinco pilares

Para impulsionar o desenvolvimento socioeconômico e ambiental na Amazônia, o relatório propõe um plano de ação estruturado em cinco pilares: Definição de políticas públicas e marcos regulatórios; Fornecimento de financiamento e incentivos; Fortalecimento das cadeias de valor; Entrega de serviços essenciais; e a Promoção de empregos e habilidades verdes.

O chair da SB COP, Ricardo Mussa, enfatiza que o Legacy Report é um chamado à continuidade: “O documento não encerra o debate, mas marca uma etapa fundamental. Ele orienta os próximos passos e reforça a necessidade de um compromisso permanente, com visão de futuro e união entre os diferentes setores da sociedade, para que o Brasil atinja todo o seu potencial”.

A ideia de continuidade está justamente no cerne da SB COP, criada para garantir que o diálogo e a cooperação entre empresas, investidores e instituições se mantenham ao longo do tempo. A iniciativa busca, assim, assegurar que os compromissos assumidos hoje promovam resultados duradouros e contribuam, de forma consistente, para o avanço da agenda climática global.

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