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CEO da COP 30, Ana Toni, defende protestos indígenas em Belém: 'A manifestação foi legítima'

Ana Toni afirmou que povos indígenas têm direito de protestar e destacou que esta é a COP mais inclusiva para lideranças tradicionais

Hannah Franco
fonte

A diretora-executiva e CEO da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), Ana Toni, comentou nesta sexta-feira (14) as manifestações realizadas por povos indígenas durante a conferência em Belém. Em coletiva de imprensa, ela afirmou que os protestos são legítimos e reforçou que a participação dos povos originários é central para a realização da COP na Amazônia.

“Temos uma COP na Amazônia. Nós poderíamos ter escolhido fazer uma COP em São Paulo, no Rio ou em Brasília, mas não estaríamos vendo os povos indígenas. Nós não estaríamos debatendo. Eles não teriam suas vozes ouvidas. Estamos ouvindo suas vozes”, afirmou.

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Durante O pronunciamento, Ana Toni destacou que o Brasil vive uma democracia em que manifestações fazem parte do processo político. “O Brasil, felizmente, tem uma democracia muito forte, em que as pessoas podem protestar das diferentes maneiras que desejarem”, disse.

As declarações ocorreram após protestos de grupos indígenas na entrada principal do evento. Segundo a CEO, a organização tem mantido diálogo contínuo com as lideranças. “Tivemos uma reunião com a caucus indígena e ouvimos que esta foi a COP mais inclusiva para os povos indígenas. Acredito que há cerca de 900 indígenas credenciados nesta COP. A última COP teve um grande número de indígenas, mas o número que obtive da UNFCCC era de cerca de 300", informou.

"Sabemos que esses processos continuam e vamos continuar dialogando com as reivindicações legítimas dos povos indígenas. Estamos ouvindo eles. A manifestação que fizeram foi legítima”, concluiu.

Encontro com lideranças após protesto em Belém

Na manhã desta sexta-feira (14), lideranças do povo Munduruku foram recebidas pelo presidente da COP30, André Corrêa do Lago, em Belém. O encontro ocorreu depois de um protesto pacífico realizado na entrada do evento, que atrasou o fluxo de participantes, mas transcorreu sem incidentes.

A reunião foi realizada em um edifício anexo ao Tribunal de Justiça do Pará (TJ-PA), próximo à Zona Sul — área oficial das negociações internacionais da conferência.

O que reivindicam os povos indígenas?

Os Munduruku apresentaram uma série de reivindicações relacionadas a políticas ambientais e a projetos que, segundo eles, impactam diretamente suas terras e modo de vida. Entre os pedidos, estão:

  • Revogação do Decreto nº 12.600/2025, que prevê a privatização de empreendimentos públicos federais do setor hidroviário, incluindo áreas no Rio Tapajós;
  • Críticas à Ferrogrão, projeto ferroviário que ligará o Mato Grosso ao Pará e que pode pressionar ainda mais territórios indígenas;
  • Rejeição às negociações climáticas que tratam florestas e áreas nativas como “ativos de crédito de carbono”, segundo avaliação das lideranças.

Para os indígenas, esses temas precisam ser debatidos diretamente na COP, com transparência e participação dos povos tradicionais.

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