Blindados das Forças Armadas reforçam segurança durante a COP 30 em Belém
Em cooperação com os órgãos de segurança pública municipais, estaduais e federais, 16 blindados do Exército Brasileiro e da Marinha do Brasil estão posicionados em pontos estratégicos
Em meio à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que segue até o dia 21 de novembro, em Belém, não foi apenas o vai e vem de participantes e delegações que movimentou a cidade, mas também a presença de veículos blindados das Forças Armadas, mobilizados para garantir a segurança durante o evento da Organização das Nações Unidas (ONU). Em cooperação com os órgãos de segurança pública municipais, estaduais e federais, 16 blindados do Exército Brasileiro e da Marinha do Brasil estão posicionados em pontos estratégicos - como nas proximidades do Parque da Cidade, do porto de Outeiro e em outras áreas - com o objetivo de reforçar a segurança.
Segundo o general Ênio, comandante da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, a Força Componente de Marabá, integrada pela brigada, há militares atuando na proteção de infraestruturas estratégicas, como as hidrelétricas de Tucuruí e Belo Monte. Em Belém, cerca de 950 militares da Força Componente de Marabá estão mobilizados, com a principal missão de garantir a proteção e a segurança de estruturas essenciais, além de atuar diretamente para garantir a ordem e normalidade da realização da Cúpula do Clima, como em um trecho na avenida Júlio Cesar com a avenida Pedro Alvaro Cabral.
“Um dos pontos de monitoramento é a subestação de energia elétrica da Eletronorte no Guamá, estações de tratamento de água e também temos tropas reforçando as ações de segurança no Parque da Cidade. Essas estruturas, como as de abastecimento de água e energia, são consideradas essenciais, pois qualquer incidente que as afete pode repercutir tanto na cidade quanto no próprio evento. Dessa forma, um corte ou desabastecimento de energia ou água certamente influenciará o andamento do dia a dia da população de Belém, com reflexos para a COP 30”, explica o general.
Dissuasão
O General Ênio afirmou que a operação conta com 10 viaturas blindadas Guarani e explicou que o Guarani é um blindado de transporte de pessoal que oferece segurança, proteção e mobilidade para as tropas. Ele acrescentou que os blindados também oferecem grande velocidade e capacidade de transporte, podendo ser empregados em diversos tipos de terreno, e que envolvem a proteção contra armamentos de calibres variados, inclusive 7,62 mm.
“Na COP 30, os blindados têm caráter de dissuasão, contribuindo para a segurança do evento e para a população de Belém. O Comando Operacional Conjunto Marajoara tem que estar preparado para atuar com todos os tipos de ações em todos os tipos de cenários, inclusive os mais difíceis. Até o presente momento, a operação tem ocorrido sem maiores problemas e o Comando Conjunto têm contribuído para manter um ambiente seguro e estável para a execução da COP”, pontua.
Até o presente momento, tudo tem transcorrido da melhor forma, como relata o oficial. O ambiente de segurança estável foi estabelecido e o Comando Conjunto Marajoara tem contribuído, juntamente com outros entes, organizações e instituições, para o bom andamento da COP 30. “Quatro das viaturas blindadas estão sendo destinadas à proteção dessas infraestruturas essenciais, como a subestação de Guamá. Outras quatro estão sendo empregadas em pontos estratégicos no parque da cidade, reforçando as ações de segurança”, reforça o comandante da 23ª Brigada de Infantaria de Selva.
No último fim de semana, chamou atenção da população alguns blindados sendo transportados na avenida Almirante Barroso, mas o general Ênio garante que ainda não há desmobilização. E que era apenas uma ação de logistica.
Trabalho integrado
Com a integração do trabalho das Forças Armadas no Comando Operacional Conjunto Marajoara, a Marinha do Brasil também emprega viaturas blindadas - que seguirão até o fim da COP. Estão sendo utilizadas, na operação, aproximadamente seis viaturas blindadas 8x8 Piranha. Esses veículos são empregados para reforçar pontos estratégicos de segurança sob responsabilidade da Marinha, como o porto de Belém, o terminal petroquímico de Miramar e o porto de Outeiro, como destaca o contra-almirante Dirlei Donizette Côdo, da Marinha do Brasil.
Em atendimento ao chamamento do Presidente da República e ao decreto da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), as Forças Armadas, compostas pelo Exército, Marinha e Força Aérea, integram a Operação Conjunta Marajoara. “A Marinha do Brasil conta com mais de 2.500 militares empregados na operação, dos quais 550 são fuzileiros navais. A Força Naval Componente possui na sua composição um Grupo-Tarefa Fluvial, responsável pela segurança no rio. E que tem um um Grupo-Tarefa Ribeirinho, que é o qual eu comando, que tem a responsabilidade de prover segurança em três zonas de responsabilidades táticas”, detalha o contra-almirante.
“Os veículos blindados utilizados têm capacidade para transportar até 13 militares, podendo atuar em diversas frentes, como infantaria, engenharia, desativação de artefatos explosivos, operações especiais e lançamento de drones para ações de inteligência, vigilância e reconhecimento. Essas atividades são fundamentais para apoiar as forças em campo e reforçar a sensação de segurança da população paraense, assim como dos convidados que o Brasil recebe como anfitrião da COP 30”, acrescenta ele.
Protocolo internacional
A atuação das Forças Armadas é bastante utilizada na segurança de grandes eventos no Brasil, de acordo com o contra-almirante. “É comum, porque isso faz parte de protocolos internacionais. O Brasil, devido às suas dimensões e importância internacional, é convidado para participar de vários eventos, como foram as Olimpíadas em 2016 e a Copa do Mundo. Nesses casos, as forças de segurança precisam de um reforço. Este é o caso que está acontecendo aqui. Portanto, o apoio das Forças Armadas foi solicitado pelo governador do Estado do Pará, em virtude da magnitude desse evento, a COP 30”.
População se sente mais segura
Nas ruas de Belém, o encanador Elias Lopes, de 67 anos, disse que a situação de ver os blindados espalhados "já é quase normal" para ele. Acostumado à rotina da capital paraense, ele observa a movimentação das Forças Armadas com certa naturalidade. “Isso é parte do governo. Agora, com essa cópia aí acontecendo, Belém virou quase uma capital federal. Acho normal”, comenta
Outros, como o motoboy Ildo de Almeida, veem o reforço militar com um olhar mais prático: “É bom por causa da segurança. Mas isso a gente só vai ver mesmo durante a COP. Depois que acabar, a insegurança volta de novo”, afirma. Para ele, ver os blindados fora dos quartéis é uma novidade: “Aqui dentro de Belém nunca tinha visto. É até bacana ver eles funcionando, porque lá dentro só pegam poeira”.
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