Belém recebe líderes globais na Cúpula do Clima; confira presenças confirmadas
O evento, organizado pelo Ministério das Relações Exteriores, reunirá 143 delegações internacionais
Belém se prepara para sediar, nos dias 6 e 7 de novembro, a Cúpula de Líderes sobre o Clima, encontro internacional que antecede a COP 30 e colocará a Amazônia no centro das atenções mundiais. Entre os chefes de Estado e representantes internacionais confirmados estão Emmanuel Macron, presidente da França; Mark Carney, primeiro-ministro do Canadá; o príncipe William, do Reino Unido; o príncipe Albert II, de Mônaco; e o vice-primeiro-ministro da China, Ding Xuexiang. O Papa Leão XIV não participará da COP 30 devido às celebrações do Jubileu de 2025, mas garantiu a presença de uma delegação oficial do Vaticano. Estados Unidos e Argentina, até o momento, não confirmaram presença.
O evento, organizado pelo Ministério das Relações Exteriores, reunirá 143 delegações internacionais, sendo 57 chefiadas por líderes de Estado ou de governo, além de 39 ministros e representantes de diversas organizações internacionais. Por razões protocolares e de segurança, o Itamaraty não divulgou antecipadamente todos os nomes dos líderes que estarão presentes, mas garantiu uma participação muito significativa. Cada líder poderá fazer discursos na plenária principal e participar de uma ou duas sessões temáticas, que comportarão cerca de 40 líderes cada.
De acordo com o Itamaraty, as atividades oficiais começam no dia 5 de novembro com encontros bilaterais entre as delegações. A plenária principal será aberta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã do dia 6 e seguirá ao longo dos dois dias, com discursos nacionais que podem se estender até a noite do dia 7. Em paralelo à plenária, a agenda inclui um almoço do Tropical Forests Forever Fund (TFFF), presidido por Lula, e três sessões temáticas. A primeira, na tarde do dia 6, discutirá florestas e oceanos; a segunda, na manhã do dia 7, abordará a transição energética; e a última, na tarde do mesmo dia, marcará os dez anos do Acordo de Paris, com foco em NDCs e financiamento climático.
O embaixador Maurício Carvalho Lyrio, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, esclareceu que a Cúpula de Líderes não terá caráter deliberativo. “A cúpula de líderes não é deliberativa, não decide sobre o regime de clima. Quem decide é a própria COP, que começa no dia 10”, afirmou. Segundo ele, o governo brasileiro negocia declarações específicas de adesão em áreas de interesse comum, mas não haverá um documento final de consenso entre todos os países participantes. Lyrio ressaltou que o objetivo da Cúpula é estimular o diálogo político de alto nível e preparar terreno para as negociações oficiais da COP 30. “Será um espaço de coordenação e alinhamento de compromissos, e não de deliberação formal”, disse.
Segurança, mobilidade e transporte em Belém
Com a chegada de dezenas de delegações e líderes internacionais, Belém passa por mudanças no trânsito e reforço da segurança. Segundo a Prefeitura de Belém e o Governo do Estado, as interdições começam às 5h do dia 2 de novembro e seguem até o encerramento da conferência. Nos dias 6 e 7, bloqueios intercalados ocorrerão durante a passagem dos comboios oficiais entre os hotéis da região central e o Parque da Cidade, local da Cúpula. À noite, o trajeto será feito no sentido inverso.
As vias com bloqueios incluem as avenidas Duque de Caxias, José Malcher, Magalhães Barata, Domingos Marreiros, Almirante Barroso, Augusto Montenegro (pista BRT) e Travessa Castelo Branco, além das áreas próximas à Base Aérea de Belém. Moradores e comerciantes dessas regiões precisarão de credenciamento especial e comprovante de residência para ter acesso.
Para o transporte exclusivo dos participantes, haverá um corredor dedicado com 15 linhas, operando cerca de 250 ônibus e 112 paradas exclusivas, ligando os principais pontos de hospedagem aos locais do evento. O embarque será permitido apenas a credenciados pela ONU, mediante apresentação de crachá ou carta de confirmação.
Na segurança, o Governo do Pará anunciou um contingente de cerca de 20 mil agentes, entre 10 mil das forças estaduais e municipais, 2,5 mil das polícias Federal e Rodoviária Federal e 7 mil militares das Forças Armadas. As ações serão acompanhadas em tempo real pelo Comitê Executivo de Segurança Integrada Regional (Cesir) e pela Central de Escolta, instalados na sede da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup).
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