Antes de incêndio na COP 30, ONU já havia alertado para riscos à exposição elétrica nos pavilhões
Na tarde desta quinta-feira (20), um incêndio atingiu um dos pavilhões da Zona Azul, em Belém
A Organização das Nações Unidas (ONU) havia emitido um alerta na semana passada, em carta à presidência da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), sobre a necessidade de “reparos urgentes” nas instalações. Na tarde desta quinta-feira, 20, um incêndio atingiu um dos pavilhões da Zona Azul em Belém. As autoridades informaram que o fogo foi controlado e não deixou feridos.
Conforme o Estadão, o documento da ONU, em 12 de novembro, detalhava uma série de problemas, incluindo vazamentos de água que alcançaram o teto e luminárias durante chuvas intensas. A organização apontou que isso criava não apenas interrupção, mas também “potenciais riscos de segurança devido à exposição elétrica”.
Em resposta na época, o Governo do Brasil negou alagamento, mas admitiu “ocorrências localizadas, como goteiras”. Segundo o governo, “Vazamentos foram causados por rompimento de calhas no Mídia Center e Posto de Saúde 2, que já foram prontamente reparados, com substituição e vedação das estruturas”.
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Assinado por Simon Stiell, chefe da UNFCCC (o braço de clima da ONU), o documento de três páginas enfatizava: “Dada a frequência de chuvas em Belém, são necessários reparos urgentes e medidas de impermeabilização para evitar danos futuros e garantir que todas as áreas afetadas permaneçam seguras e operacionais”. A carta também continha críticas às altas temperaturas e falhas no sistema de ar-condicionado.
Instalações
Além disso, a ONU citava múltiplas queixas sobre as instalações sanitárias, incluindo portas e acessórios quebrados, o que “criou considerável desconforto e preocupação reputacional para delegações e participantes”. Logo após o recebimento da carta, o Ministério da Casa Civil comunicou ter tomado providências, como a instalação de novos aparelhos de ar-condicionado nas tendas e unidades adicionais do modelo sprint nas salas com problemas de climatização.
Nesta quinta-feira, o ministro do Turismo, Celso Sabino, declarou à imprensa que o incêndio foi contido “em poucos minutos”, creditando o material antichamas do forro. Ele minimizou o impacto do episódio na imagem da COP, assegurando que a montagem foi feita “dentro de todos os padrões de engenharia e segurança”.
Incidente de segurança
A carta da ONU também abordava um “incidente de segurança” ocorrido no dia 11, quando manifestantes indígenas forçaram a entrada das instalações. O documento criticava a inação das forças de segurança: “As forças de segurança e a estrutura de comando necessárias para executar o plano de segurança estavam todas presentes no local durante o incidente, mas não agiram”.
Após o ocorrido, a segurança foi reforçada. Em nota na época, a Casa Civil informou ter adotado medidas como a “ampliação do espaço intermediário entre as Zonas Azul e Verde”, uma ação conjunta da Força Nacional e Polícia Federal, e o fortalecimento do perímetro com a instalação de gradis, barreiras metálicas e estruturas de contenção adicionais em pontos vulneráveis.
Na semana anterior, o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP 30, tentou desvalorizar a carta. “A UNFCCC já falou que todos os problemas que surgiram de segurança já foram completamente sanados. Isso não é mais um problema. Temos que dizer que o ar-condicionado hoje estava muito melhor. Tivemos um problema técnico, mas esses problemas estão sendo solucionados. Isso não é uma questão mais”, afirmou.
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